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29 ABRIL 2023 É fato que as organizações estão pressionadas por resultados, sobretudo econômicos, mas para uma empresa pensar em susten- tabilidade, a alta liderança, seja pequena ou grande, tem de estar com a ideia comprada. “Os diri- gentes têm de entender por que estão fazendo isso. Há a agenda 2030 da ONU, com as ODSs, olhando para a prosperidade do mundo, na forma ambiental, social e econômica. Os dirigen- tes têm de estar com isso em mente”, diz o sócio da Appana. A visão que a ONU traz com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis visam, também, fazer o negócio prosperar, muito porque o modelo atual vem se esgotando e permite continuar sem mudar. Uma medida que o consultor indica é fazer uma análise de cenário para entender os impac- tos positivos e negativos que o negócio gera. “Para a questão de desenvolvimento, olhar o social é fundamental, olhar para as pessoas que fazem parte da organização, pois também fazem parte da sociedade. Perguntar-se quais são as condições de traba- lho, qual é a diversidade, o grau de bem-estar dessas pessoas, quais são os benefícios, se está pagando um salário digno e ir avançando nisso. Estou inserido em uma sociedade, olhar para o entorno, estou gerando impacto positivo?”, questiona Corniani. Como exemplo, ele usa o iFood, que fez uma estratégia de negócio altamente audaciosa de sustentabilidade, do qual o mercado comprou a ideia, mas que, no final, não fala nada a respeito do impacto da precari- zação do trabalho que causam. “Quer se resolver o problema de meio ambiente, mas como vai resolver o problema social do seu entregador que você está gerando?”, observa. É o mesmo caso de uma empresa explorar e degradar o meio ambiente em um determinado estado e fazer um plano de reflorestamento em outro estado. “É legal a ação, mas como está gerindo o impacto que está produzindo no seu entorno. Essa autoconsciên- cia e diagnóstico é importante”. METODOLOGIA Para ajudar no olhar sustentável do negócio e para as pessoas, a Appana trabalha com matriz de materialidade com as empresas, o que envolve um processo de escu- ta de todos os atores envolvidos, como comunidade, acionistas, funcionários. Com uma visão do momento que a empresa está, po- de-se entender quais são os riscos, as oportunidades, os impactos e ter uma estratégia a respeito, seja ela de ação ou de compromisso, mas envolvendo uma transparên- cia social a respeito disso. Depois da estratégia vem a ação, com monitoramento e avaliação, para entender se está conseguindo mitigar os impactos negativos e promover impactos positivos. “Isso é um caminho sem fim, fecha o ciclo relatando com relatório de sustentabilidade, tornando público com uma transparência dizendo o que está fazendo, o que não está conseguindo fazer, quais são os compromissos para os próximos anos”, diz Corniani, que ressalta que a sustentabilidade tem de ser transversal ao negócio. Divulgação Engajamento da liderança e a estratégia do negócio – quanto mais conseguir direcionar a estratégia para a finalidade do negócio, mais perto da sustentabilidade real estará

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