Fornecedores 326

30 FORNECEDORES SOB MEDIDA 326 Por sua vez, criar um filho é complexo, pois não existe manual de instruções para resolver a criação. Com o primei- ro filho é uma coisa, com o segundo é outra coisa. É complexo, sendo um paradoxo e não um problema. Uma das formas de trabalhar isso pode ser feita por meios dialógicos. “Quando entendo um processo como um meio dialógico, é uma teoria que vai determinar uma ação. Isso é dialó- gico. É preciso levar em consideração as subjetividades nesse campo de desenvolvimento. No dialógico tem de considerar a diferença entre escutar e ouvir. Quando escuto é um ato bioló- gico, você fala eu escuto. O ouvir tem a ver escutar com a interpretação”, diferencia o consultor, formado em sociologia. É comum muitas empresas aponta- rem que têm problemas de comuni- cação. Segundo Corniani, isso virou um grande jargão. Outro é “temos de alinhar isso”. Diante disso, ele aponta para a possibilidade de pensar a humanização e sustentabilidade no diálogo. Então, é preciso criar uma estrutura de métodos criando grupos que se ligam com diálogos, realizando uma revisão de processos com um olhar humano a respeito. “Ou seja, questionar por que isso não está funcionando, por que aquilo não funciona. Ou será que está funcio- nando, mas não é o jeito idealiza- do?”, questiona. Nas empresas também há um olhar organizacional que é o transcenden- te. Como exemplo, está a meta. De acordo com Corniani, é comum ver a meta da empresa com um olhar colo- nizado de que seja algo pronto e que se vai conquistar. “Sendo que a meta é um farol, uma intenção e quando estou direcionando e fazendo proces- so, estou construindo resultado, que não existe”, compartilha o consultor. Para atingir a meta, cria-se estruturas e métodos de organização para que a empresa tome consciência sobre ela, trabalhar nos processos e aprender com eles para ter resultado. A Appana é dividida em quatro negó- cios que visam ajudar as empresas de diferentes formas em diferentes áreas. O ESG Lab, por exemplo, desenvolve soluções para as organizações pode- rem monitorar, avaliar e acompanhar seus processos e projetos de estraté- gias ESG. Com o Appana Inteligência, a empresa cria um plano de inteligên- cia com assessoria e consultoria para as empresas iniciarem seus processos de ESG, integrando à estratégia do negócio. O Appana Educação promove cursos abertos e livres com temáticas ESG. Dentro dessas tecnologias estão os métodos, que estão a serviço de gerar resultados e são diversos, como, por exemplo, a Teoria da Complexidade. Sustentabilidade é assunto no mundo desde os anos 1970, enquanto o ESG começou a ser discutido alguns anos atrás. A diferença do ESG é o olhar sistêmico sobre a pauta e não tem como atacar os problemas contempo- râneos sem pensar em uma teoria da complexidade. “Separar os problemas dos paradoxos. Tem questões da so- ciedade contemporânea e do mundo do trabalho que são problemas. E tem questões que são paradoxos e eles não têm solução, mas lida-se com eles com gestão. Como resolvo problemas e faço a gestão de paradoxos”, explica o especialista. Ele exemplifica que, ao chegar em uma organização para fazer um diagnóstico participativo, as pessoas dizem que tem uma remuneração baixa. “É um problema que vou lá e soluciono dando um aumento”, diz e pondera para explicar. “Todavia, será que naquele momento isso não é um paradoxo, por que talvez não seja possível? Isso fica muito longe de ser conformista. Mas como eu gesto [de gerir] isso nesse contexto, naquele momento, é um paradoxo. Vai ter de cuidar e fazer gestão, ter um plano. É complexo porque ao olhar isso vou ter de olhar a organização inteira. E a direção da empresa vai ter de fazer transformações. Estou falando de pa- radoxos e problemas que nesse caso são conceituais”. COMPLICADO E COMPLEXO Dentro da implementação das pautas sustentáveis dentro de uma empresa, bem como o desenvolvimento de pessoas para habilidades sustentáveis, os gestores e diretores podem esbarrar em questões que são complicadas e outras que são complexas. “A complexidade se trata de olhar um ecossistema e ver que tem funções e que está em função de outras coisas. É uma visão que foge um pouco do normal”, diz Corniani. Um exemplo está no ato de pilotar um avião. Ao visualizar todo o painel de comando da aeronave, qualquer um que não é piloto pode achar complexo, mas na verdade é complicado. Se estudar e ler um manual, você vai pilotar o avião, então é algo complicado, um problema que pode ser solucionado. “À medida que vamos conversando com as organizações e avançando no briefing, vamos definindo metas e indicadores para saber se aquela intervenção viva está dando resultados vivos em um organismo vivo que é a empresa” Paulo Corniani Consultor PESSOAS Divulgação

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