Fornecedores #333

6 FORNECEDORES SOB MEDIDA 333 D iretamente ligadas a fatores como acabamento e velocida- de, as ferramentas empregadas na usinagem desempenham um papel crucial no processo de fabricação do móvel. Existem inúmeros modelos, diversas marcas e várias geometrias, no entanto, os materiais utilizados em sua construção se limitam a apenas três. Tirando poucas aplicações onde é usado o Aço Rápido (HSS), a usinagem da madeira e derivados é dominada pelo uso do diamante policristalino (PCD) e do metal duro. A grande dureza de ambos é o que os tornam ideais para esta finalidade, garantindo maior precisão e durabilidade. Neste artigo, veremos um pouco da história e entenderemos as principais diferenças e aplicações destes dois materiais. Ometal duro revolucionou o mercado da usinagem com seu surgimento, em 1927. Sua composição consiste em carboneto de tungstênio com a adição de alguns elementos de liga. Nomeado de “Widia”, a primeira empresa a comer- cializá-lo foi a alemã Thyssenkrupp, esse termo que levou ao sinônimo “Vídea”, amplamente reconhecido no Brasil. O diamante sintético foi desenvolvido na década de 1950, por uma equipe de pes- quisadores da General Eletric, contudo, começou a ser utilizado em ferramentas somente na década de 1990. Para a usinagem de madeira e seus derivados, ganhou popularidade no início dos anos 2000, quando a produção nacional de fresas e serras se iniciou, tornando seu custo de aquisição mais atrativo. Todas as ferramentas em PCD possuem pastilhas do material soldadas em um corpo de aço ou de metal duro. Isto acaba restringindo o diâmetro míni- mo e torna desafiador criar ângulos de corte e geometrias complexas em diâmetros pequenos. Fato que favorece o uso do metal duro em operações que exigem ferramentas muito finas ou em operações como a furação, por exemplo, que necessita de geometrias específicas. Dificilmente são encontradas ferramen- tas em PCD com diâmetros inferiores a 6 mm, enquanto no caso do metal duro é, comum o uso de fresas e brocas com diâmetro de 3 mm e até menores. Na usinagem em geral, a vida útil da ferramenta é diretamente proporcional à dureza do material utilizado na aresta de corte: esta é a grande diferença entre o PCD e o metal duro. O PCD possui uma dureza cerca de cinco vezes maior, implicando em uma vida útil en- tre afiações que pode ser de dez até 40 vezes superior, dependendo principal- mente da fixação da peça de trabalho e da capacidade de escoamento de cavaco no processo. Boa fixação e maiores áreas livres para escoamento resultam em maior rendimento do PCD em relação ao seu rival. O grande trunfo do PCD, sua elevada dureza, traz consigo o seu maior limitan- te, que é a fragilidade. Qualquer sujeira presente na peça de trabalho ou impacto com uma superfície sólida, como aço por exemplo, pode resultar em quebra ou dano do material. Por isso, as ferramen- tas de PCD exigem extremo cuidado por quem às manuseia, também não são indicadas para processos em que a peça de trabalho pode conter impure- zas, como grampos por exemplo. Além disso, também não se recomenda o uso de PCD em perfis que necessitam de pontas agudas, como fresas em ângulo com ponta viva e fingers – nesses casos as forças de torção geradas durante a usi- nagem podem levar a pastilha à quebra. Atualmente, o custo de aquisição de uma ferramenta em PCD é cerca de 3 ARTIGO PCD x metal duro Por Anderson Peruzzo a 4 vezes superior a ummodelo similar emmetal duro, isso torna seu custo- -benefício melhor a longo prazo. Para obter uma verdadeira economia nesse quesito é necessário um estudo da vida útil da ferramenta, geralmente nos pro- cessos em que a afiação no metal duro é realizada emmenos de ummês, o retorno do investimento em uma de PCD acontece emmenos de um ano. Vários fatores, como a relação custo- -benefício, qualidade de acabamento, tempo de produção e setup estão diretamente ligados ao uso da ferra- menta adequada. Portanto, compre- ender quando utilizar o PCD ou o me- tal duro pode proporcionar inúmeras vantagens para sua empresa. ANDERSONPERUZZO Engenheiromecânico especialista no processo de usinageme na fa- bricação demóveis e outros artigos emmadeira. CEOda AP Solutions, empresa de assessoria e treina- mentos para indústrias do ramo moveleiro e produtos derivados da madeira. Através da disseminação do conhecimento, a AP Solutions temcomo objetivo tornar o setor cada vezmais tecnológico, eficiente e competitivo a nível internacional.

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