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33 MARÇO 2024 A robotização é uma tendência nas indústrias dos mais diversos segmen- tos especialmente devido a um dos principais gargalos que se apresenta nos últimos tempos, que é a falta de mão de obra para trabalhos repetiti- vos, manuais e insalubres. “Esse é um problema que se agravou na pós- -pandemia, já que as novas gerações não estão entrando nesse mercado de trabalho. Está se criando um gap nesse sentido, também pela perspectiva de redução da população em idade ativa (PIA). Isso vai acabar fazendo com que as empresas se obriguem a inserir processos mais automatizados para poder entregar o volume de produção demandado”, assinala Bruno Dal Fré, CEO da Dalca Brasil. OTIMIZAÇÃO DA PRODUÇÃO A automação melhora a eficiência e a capacidade produtiva de uma indústria de diferentes formas. Primeiramente, pelo fato de que o robô pode trabalhar três turnos, diferente de uma pessoa que trabalha um turno. Essa é uma flexibilidade de trabalhar em um turno com o robô e ter a oportunidade de, facilmente, com poucas pessoas ir para um segundo ou terceiro turno. “Esse ativo faz com que se possa utilizar a célula robótica mais vezes, até mesmo se quiser trabalhar aos finais de semana. Então, é possível conduzir as operações da mesma fábrica produzindo mais, tendo esse aumento de eficiência”, explica Dal Fré. Em segundo lugar, está a diferenciação entre o robô e o operador no quesito fadiga. O robô temumciclo de traba- lhomuito definido e comqualidade e repetibilidade constante, diferente de umoperador, que quando há troca de operador há uma variação de eficiência. “Opróprio operador, ao longo do dia, por causa da fadiga, acaba ocasionando uma variação na eficiência, na capacidade pro- dutiva. Alémdomais, os operadores estão mais suscetíveis a problemas de saúde e não irem trabalhar, o que acaba afetando drasticamente a produção”, assinala. Robôs tambémajudamna flexibilidade e customizaçãode peças. Nesse sentido, quandoos produtos sãomais padroniza- dos há uma facilidademaior na implanta- çãodo sistema robotizado. Por outro lado, a robótica dentroda Indústria 4.0 é direcio- nada para a customização emmassa. “As novas tendências e tecnologias vão ajudar a fazer comque a automação fiquemais simples e flexível ao longodo tempo, além de se tornarmais acessível financeiramente para se adaptar às realidades de alterações dodia a dia que as indústrias vão ter que encarar”, diz oCEOdaDalca Brasil. RELAÇÕES E RESTRIÇÕES A implementação de células robóti- cas em diferentes áreas na indústria moveleira pode gerar questiona- mentos na relação homem-máquina. “Sobretudo em empresas que não têm muita automação, isso causa um desconforto, pois os opera- dores se sentem ameaçados pela máquina”, conta Dal Fré. Porém, na prática, parte dos operadores que fazem o trabalho manual se tornam ajustadores de processo ou pessoas que fazem melhorias ou programa- ção do próprio robô. “Dessemodo, eles se tornamoperadores mais qualificados – que normalmente a empresa poderá pagar saláriosmelhores doque simplesmente uma operaçãode movimentaçãode peças. Na situação atual, comamaioria das empresas tendo vagas emabertopara esse tipode trabalho, ocorre que o robô, entrandona indústria, acaba não causandodemissões. Temsim, eventualmente, uma realocaçãodessamão de obra para outros setores, normalmente mais fáceis demanusear, deixando a parte pesada e insalubre para o robô fazer”. A indústria moveleira, que é acostu- mada a trabalhar com uma grande flexibilidade, tem na robótica um grande aliado, mas segundo Dal Fré, as soluções de automação mais simples ainda não estão aptas a isso. “A auto- mação nasceu, no passado, para fazer produções em massa, linha automo- tiva, por exemplo. E, pouco a pouco, ela foi se flexibilizando para outro tipo de indústria. Então, como a indústria moveleira ainda é uma indústria muito customizada, essa automação custa mais caro. Em um primeiro momento, ela continua sendo feita por operado- res. Mas, ao longo do tempo, a ten- dência é que todas as movimentações e processos dentro de uma empresa sejam robotizados”, pontua. Mateus Foletto Dalca Brasil Ricardo Dal Fré, CEO da Dalca Brasil, fabricante de robôs Case de célula robótica instalada na Multimóveis
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