Fornecedores 336

23 ABRIL 2024 Fornecedores | A Biesse tem reali- zado Tech Days em seu showroom para apresentar soluções inovado- ras de produção e sistemas. Quais os resultados dessas ações? Agnoletti | Escolhemos um calendário de eventos com argumentos diferentes a cada vez, como colagens de bordas ou software de programação ou gestão em- presarial, argumentos que foram sempre indicados por nossos clientes. Se a gente consegue ter novos assuntos é porque percebemos que a indústria moveleira precisa, além de soluções tecnológicas, máquinas, sistemas, precisa criar uma cultura tecnológica geral que abrange temas variáveis. Por exemplo, o tema da Indústria 4.0 está comum, mas isso visto apenas com nossas máquinas, é diferen- te, mas visto com os principais players de softwares ou tecnologia da comunicação no geral, torna-se um argumento interes- sante para todo o mercado. Fornecedores | Como a Biesse me- lhorou seus serviços de pós-venda e assistência técnica com o novo showroom? Pode contar casos que ocorreram neste primeiro ano? Agnoletti | Isso foi um dos argumentos principais para este investimento. Um dos investimentos maiores que fizemos nesses últimos anos foi em assistência técnica e peças de reposição. Somos 20 funcionários internos, mais os técnicos externos, e a maioria deles trabalham na assistência técnica. Em três vezes aumentamos o volume de peças de reposição, temos parâmetros rígidos de tempos de atendimento e pude perceber neste ano que o nível da qualidade de atendimento e o nível de resposta das máquinas paradas, os tempos de envios de peças de reposição, são todos positivos. Estamos dentro da média nacional e nós tornamos o Brasil com serviços de atendimentos técnicos iguais a países mais consumidores como Itália, França, Alemanha e Estados Unidos. Estamos investindo em outras contrata- ções na área de serviços técnicos, tivemos respaldos muito bons de clientes, o que não é comum ter agradecimento nessa área, mas tivemos esse tipo de resposta. Além dos investimentos em pessoas e peças, vamos implementar ummagazi- ne inteligente automático para estocar, separar, selecionar e embalar automatica- mente as peças de reposição. Isso é um sistema específico americano presente nas maiores filiais do mundo e que será instalado durante o ano no Brasil. Fornecedores | Quais as expectativas para seu segundo ano de filial no Brasil em networking e prospec- ções, treinamentos e orientações, desempenho e faturamento? Agnoletti | O primeiro ano de atividade nos mostrou que estamos no caminho certo. Temos percepção que podemos fa- zer melhor, mas o caminho está traçado. Certamente continuaremos com nossa filosofia de marketing colaborativo junto com as empresas parceiras que atuam no setor para levar ao mercado quanto mais informações tecnológicas e know- -how possível. Continuaremos a investir na área de serviços técnicos com novos técnicos de campo, com a novidade nas peças de reposição. Estamos ampliando a rede comercial no exterior, com a contra- tação de Area Manager na América La- tina para os países fora do Brasil. A nível de caminho pensamos estar no caminho certo com disponibilidade para o merca- do e levar know-how para o mercado e aumentar o nível de investimentos, pois o mercado brasileiro está em uma fase positiva de crescimento. Fornecedores | DequemodoaBiesse esperaquea indústriamoveleiraemar- cenariavejaaBiesse?Qual oposiciona- mentodamarcanessesentido? Agnoletti | Oposicionamento demer- cado não é algo que é decidido estrategi- camente filial por filial. A Biesse temuma clara importação de produtos, ela come- çou em1969 para atender uma exigência de fabricantes de Pesaro, na Itália, que são os maiores fabricantes de cozinhas domundo. Quem teve oportunidade de visitar a Biesse, nossa fábrica principal está nomeio de umpolomoveleiro que seria como a BentoGonçalves da Itália. Nós não produzimos máquinas clássicas para marcenaria, nunca foi nosso foco e não será no futuro. Nossa oferta demáquina é de uma exigência de segunda ou terceira aquisição quando uma empresa tem necessidade tecnológica de qualidade, de produtividade e de flexibilidade, quando a exigência é emumsegundo ou terceiro ní- vel. A nossa comunicação é feita também se adequando ao nosso produto, soluções de alta tecnologia, omercado brasileiro é muito grande, temuma faixa grande de clientes que não são nosso foco, não te- mos uma estrutura para alcançar a todos, mas nosso objetivo é oferecer as melhores soluções para empresas que precisemde soluções tecnológicas de alto nível. Fornecedores | Qual análiseaBiesse Brasil fazdomercadomoveleironeste anodeatuaçãonoBrasil? Agnoletti | Um fator interessante que estamos percebendo nos últimos anos, é que teve uma estagnação nos móveis desmontados em caixa (RTA). Tradicionalmente na década de 1990 e 2000, esse tipo de cliente eram nossos maiores clientes a nível continental, para produzir mais, com tecnologias voltadas para aumento de produção. Nos últimos anos, teve uma inversão de tendência, continuamos a atender os grandes clientes de RTA, com solu- ções avançadas de alta produtividade, mas o número de investimentos na América do Sul nesse setor, diminuiu. Em compensação, aumentou expo- nencialmente a procura de soluções de automação, uma realidade em um país no qual a mão de obra não é tão cara quanto na América do Norte e na Europa. Talvez 80% dos nossos clientes procuram soluções que otimizem a produção dentro das empresas e dei- xem mais flexível, sem aumentar tanto a mão de obra necessária. Nos últimos cinco, seis anos, vem acelerando essa tendência de procura de soluções mais na otimização da produção contra au- mento de produtividade que era mais procurado até dez anos atrás. Fornecedores | Quais são as pers- pectivas para o ano de 2024? Agnoletti | Vejo que depois de um ano como 2023, que começou lento com estagnação do mercado como um todo, com um segundo semestre commelho- ras evidentes, um último trimestre ainda melhor, digo que 2024 começou muito bem. A indústria moveleira vai voltar a um nível muito parecido com o de 2018 e 2019, então estamos muito otimistas a respeito de 2024.