Fornecedores 336
26 FORNECEDORES SOB MEDIDA 336 Saibamais sobre como obter energia nomercado livre, que possibilita ganhos financeiros e agora para empresas commenor uso de voltagem Mercado livre ENERGIA Por Thiago Rodrigo O mercado livre de energia foi idealizado em 1995, mas, em decorrência da necessidade de regula- mentação, só veio a se tornar efetivo em 1999. Em seu início o mercado livre esta- va disponível apenas para consumidores com demanda maior ou igual a 3MW, e se a unidade consumidora tivesse sido conectada antes de 07 de julho de 1995, ela ainda teria que ter sido conectada em classe e tensão maior ou igual a 69 kV. Desde então, muita coisa mudou. Os limites e carga e tensão foram sendo reduzidos progressivamente, o mercado se consolidou e hoje o consumo do mercado livre já responde por cerca de 38% da energia elétrica consumida no Brasil. Agora, a partir de 2024, o merca- do livre de energia possibilita empresas que usam voltagem acima de 2,3 kV a comprar energia de quem gera. Com essa mais recente abertura do mercado livre para toda a alta tensão, os consumidores com qualquer carga conectados em tensão acima de 2,3 kV também passam a ter liberdade na esco- lha do seu fornecedor, podendo comprar energia direto de geradores ou comercia- lizadoras, com potencial de economia de até 35%nos custos com energia. Por isso, segundo o diretor da Copel Mercado Livre, Kleberson Luiz da Silva, estima-se que, nas condições atuais, o mercado livre tenha poten- cial de chegar a até 47% da energia elétrica consumida nos próximos anos, saltando das atuais 38 mil uni- dades para mais de 100 mil. A Copel foi pioneira e responsável pela venda de energia dos dois primeiros consu- midores livres do Brasil: Carbocloro e Volkswagen. As empresas que geram energia conseguem oferecer preços mais vantajosos para seus clientes por meio do mercado livre de energia porque, diferentemente das condi- ções do mercado regulado em que as distribuidoras compram energia em leilões promovidos pelo governo em condições pré-estabelecidas, no mer- cado livre há competição constante de mercado, de forma que os preços praticados têm sido de forma geral abaixo do mercado regulado. Desde 1995, o setor elétrico vem tri- lhando para um formato mais aberto, visando a abertura gradual para con- corrência e liberdade de escolha de fornecedores de energia elétrica. “Os efeitos benéficos da concorrência já são conhecidos, ela proporciona que ao longo do tempo o consumidor te- nha acesso a produtos e serviços mais eficientes e a custos mais competiti- vos”, diz Kleberson. Ele explica que a abertura recente do mercado livre de energia para toda alta tensão vem ao encontro com os anseios provocados pela mudança no comportamento do consumidor de energia elétrica, que tem sido cada vez mais ativo na gestão do seu con- sumo, a exemplo da geração distribu- ída, com o volume de consumidores que produzem sua própria energia aumentando a cada ano no país. A próxima etapa do processo é aber- tura do mercado também para baixa tensão, prevista para meados de 2030. “Porém, para isso acontecer, o setor ainda precisa implementar reformas estruturais e estabelecer um cronograma para transição. O ponto de atenção é que este processo preci- sa assegurar o respeito aos contratos legados e não provocar distorção na alocação dos custos, especialmente dos subsídios”, pondera o diretor da Copel Mercado Livre.
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