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61 JUNHO 2024 COLUNA O preço incalculável de não fazer nada BIRAMIRANDA Publicitário, especialista em ESG com cursos no United Nations System Staff College e na EDX - Solve - Mit (Massachu- setts Institute of Technology). Fundador e Líder de Estratégia na YPY Consulting - Consultoria em Sustentabilidade e Presidente da Associação de Assistência e Desenvolvimento Humano DaRua (Entidade dedicada a acolher pes- soas em situação de rua em SP). Por Bira Miranda A s empresas sempre argumen- tam que não podem pagar a conta da compra de créditos de carbono e de iniciativas de redução de emissões que geram o aqueci- mento global. O problema é que elas não estão sendo capazes de entender que o custo de não agir é milhares de vezes maior. Catástrofes geradas pelo aquecimento global são milhares de vezes mais caras que o investimento planejado, consisten- te e de longo prazo. Quem só pensa no hoje, não terá amanhã. A crise climática é uma realidade inegável que requer ação imediata e decisiva. No centro desta crise está o aumento das emissões de dióxido de carbono (CO2) e outros gases de efeito estufa na atmosfera, impulsio- nados principalmente pela atividade humana. Ignorar este problema tem consequências não apenas am- bientais, mas também econômicas significativas. Este artigo explora o custo de não investir na redução das emissões de CO2 e na compensação por meio de créditos de carbono. A inação na redução das emissões de CO2 contribui para uma série de custos econômicos diretos. Os impactos das mudanças climáticas, como eventos climáticos extremos, secas prolongadas, inundações e aumento do nível do mar, causam danos materiais significativos. Estes custos se manifestam na forma de perdas na agricultura, infraestrutura danificada, aumento dos custos de seguro e perdas de produtividade em diversos setores econômicos. Do ponto de vista corporativo, as empresas enfrentam custos crescen- tes devido à volatilidade dos preços dos recursos naturais, interrupções na cadeia de abastecimento devido a eventos climáticos extremos e pressão regulatória crescente para reduzir as emissões de CO2. Aquelas que não investem em práticas sus- tentáveis e na redução de emissões enfrentam riscos significativos de reputação, perda de mercado e desvalorização de ativos. Além disso, os setores que de- pendem fortemente de recursos naturais, como a agricultura, pesca e silvicultura, são especialmente vul- neráveis aos impactos das mudan- ças climáticas. A deterioração dos ecossistemas naturais e a diminuição da biodiversidade também represen- tam ameaças para setores como o turismo e a indústria de alimentos e bebidas. Os créditos de carbono propor- cionam uma abordagem flexível e eficaz para a redução das emissões de CO2 e a mitigação dos custos associados a elas. Ao permitir que as empresas compensem suas emissões financiando projetos de redução de carbono em outros lugares, esses créditos não só incentivam a inova- ção e o investimento em tecnologias limpas, mas também geram empre- gos, impulsionam o desenvolvimento sustentável e melhoram a qualidade de vida das comunidades locais. Em última análise, o custo de não investir na redução das emissões de CO2 e na compensação por meio de créditos de carbono é muito maior do que o custo de tomar medidas proativas. A inação só aumentará os impactos negativos das mudanças climáticas, ampliando as perdas huma- nas e os custos econômicos, sociais e ambientais para as gerações futuras.

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