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24 FORNECEDORES SOB MEDIDA 342 PERSONA Euclides Longhi, presidente daMovergs, conta como articulou doação demobiliário, arrecadação de dinheiro para recuperação da infraestrutura, alémdo desenvolvimento do setor moveleiro gaúcho nos meses sequentes à tragédia climática Reconstrução gaúcha N este ano, o Rio Grande do Sul enfrentou uma das maiores tra- gédias climáticas do Brasil, com grande impacto em vidas e na população gaúcha. Em face a isso, a Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs) foi bas- tante articulada para angariar doações e destinar corretamente os valores para ajudar as pessoas na reconstrução dos lares. Euclides Longhi, diretor comercial do Grupo Multimóveis e presidente da entidade, conta nesta entrevista tudo o que se passou no estado desde então com o setor moveleiro gaúcho. Móbile Fornecedores | Neste ano, o Rio Grande do Sul enfrentou uma das maiores tragédias climáticas do Brasil, comgrande impacto emvidas e na população gaúcha. Poderia compartilhar qual a dimensão do im- pacto na vida da população e a partir do olhar das empresas moveleiras? Euclides Longhi | Do ponto de vista social, foi muito triste acompanhar tantos impactos causados pela tragédia climá- tica que atingiu o Rio Grande do Sul em 2024. A Defesa Civil contabilizou 478 municípios afetados, mais de dois mi- lhões e trezentos mil gaúchos de algum modo impactados e 182 gaúchos que perderam a vida. O estado ainda está se reerguendo por meio de diversas frentes, como reconstrução de casas e empresas, reparos em estradas, parcerias público- -privadas, entre outras. Pelo olhar das indústrias moveleiras, é possível afirmar que, mais uma vez, comprovamos a im- portância do mobiliário na vida das pes- soas. Milhares de gaúchos perderam seus móveis, muitos deles com valor afetivo, o Por Thiago Rodrigo Divulgação que gerou aumento na demanda pelos mais diversos produtos. Ainda assim, muitas empresas doarammóveis, foram flexíveis nas negociações com o varejo e até mesmo congelaram preços. Fornecedores | AMovergs foi bastan- tearticuladaparaangariar doações e destinar corretamenteos valores para ajudar as pessoas na reconstruçãodos lares. Quanto foi arrecadado?Comoa destinação foi feita? Longhi | Considerando a dimensão da tragédia e a complexidade logística para armazenar produtos e fazer entregas, a Movergs criou a campanha “Apadrinhe uma Cidade”. Convidamos os empresá- rios a entrarem em contato com a Defesa Civil de cada região para entenderem as principais necessidades e direcionarem seus donativos. Também apoiamos o coletivo “Unidos por Bento”, composto por mais de 20 entidades que fizeram campanha para empresas e pessoas doarem dinheiro, além do apoio da Prefeitura de Bento Gonçalves. Essa ação angariou R$ 6 milhões, mas a Sicredi Serrana generosamente dobrou o valor arrecadado. Tivemos, ainda, a doação de R$ 2 milhões feita pelo influencer Badin, figura bastante conhecida no estado. Totalizamos R$ 14 milhões, utilizados em obras para recuperar a infraestrutura de estradas e pontes em Bento e região. A Movergs também apoiou na articulação da Federação Varejista do Rio Grande do Sul, que realizou um projeto para compra de balcões de atendimento a preço de custo. Esses móveis foram doados a lojistas de diferentes regiões do estado, ajudando os empreendedores a retoma- rem suas atividades. Fornecedores | Como está o fator logístico, que já não era bom, e o valor do frete em todo o estado? Como isso impacta o custo do mobiliário fabricado? Longhi | O pior cenário para a logística foi em maio e junho, porque muitas estradas estavam com trechos bloque- ados e pontes destruídas ou inter- rompidas – inclusive em regiões onde estão grandes indústrias que fornecem Euclides Longhi, presidente da Movergs: “percebemos que o mobiliário tem grande importância na vida das pessoas, seja em seus lares, seja em suas empresas”
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