Fornecedores 343

22 FORNECEDORES SOB MEDIDA 343 Confira casos de sucessão familiar bem-sucedidas nas indústrias moveleiras Sucessão familiar U ma pesquisa recente da consul- toria PwC aponta que 75% das empresas familiares no Brasil fecham após serem assumidas por herdeiros. Uma vez que de cada dez empresas brasileiras, nove são familiares, o dado é relevante. Além disso, apenas sete em cada 100 empresas chegam à ter- ceira geração, segundo o Instituto Bra- sileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com esses dados, faz-se a pergunta: a sucessão familiar é algo complicado? A resposta rápida é que sim, por conta da falta de planejamento. Segundo o advogado e conselheiro de empresas Marcus Coelho, expert em negociação, a falta de planeja- CASE EMPRESAS Por Thiago Rodrigo, com textos de Everton Lima mento sucessório adequado, com transição de liderança segura e clara do fundador, pode ser prejudicial para a perpetuidade das empresas. “Sem dúvidas, o planejamento sucessório é essencial para garantir que os herdeiros estejam aptos a dar continuidade ao legado do fundador. Isso envolve avaliar a capacidade de gestão dos herdeiros, sua vontade de liderar a gestão do patrimônio empresarial e familiar”, diz Coelho. Uma sugestão dele para as empre- sas familiares é de que, em paralelo a todas as medidas sucessórias, preparem seus herdeiros na arte de negociar. Ela irá auxiliar nos relacio- namentos interpessoais, especialmen- te no momento delicado da troca de comando. “A negociação é uma exigência essencial que se encontra presente em todos os aspectos da vida, desde o ambiente profissional até as relações pessoais. Quem não sabe negociar vai enfrentar dificulda- des com certeza. Quando tratamos de sucessão empresarial, isso torna-se ainda mais importante”, afirma Coelho, que elenca sete pontos para bons resultados na sucessão familiar. 1 - Compreenda a história e os va- lores da empresa: antes de assumir qualquer papel, é crucial entender a história da empresa e os valores que a sustentam. “Isso ajuda a alinhar suas ações com a cultura organizacional e a respeitar o legado familiar”, explica Coelho. 2 - Desenvolva habilidades de comunicação: são fundamentais em qualquer relação, ainda mais em empresas familiares. Pratique a escuta ativa e a comunicação clara para evi- tar mal-entendidos e resolver conflitos de forma construtiva. 3 - Estabeleça limites claros entre trabalho e convivência familiar: “Diferencie os papéis familiares dos papéis profissionais. Isso significa tra- tar questões de negócios no ambien- te de trabalho e questões familiares em casa, evitando que uma interfira na outra”, destaca o especialista. 4 - Busque formação e desen- volvimento pessoal: invista em sua educação e desenvolvimento profissional. Educação não ape- nas aumenta a competência, mas também demonstra o compromisso com o sucesso da empresa. 5 - Respeite as diferenças: cada membro da família pode ter uma abordagem ou perspectiva dife- rente. “Respeite essas diferenças e veja-as como uma oportunidade para enriquecer a gestão da empre- sa”, diz Coelho. 6 - Considere consultoria exter- na: trazer um consultor externo, por exemplo, pode ajudar a mediar conflitos e oferecer uma perspectiva imparcial sobre questões difíceis. 7 - Cultive a paciência e a empa- tia: lembre-se de que as relações familiares podem ser emocionais. “Cultive a paciência e a empatia para lidar com situações delicadas de maneira sensível. Aprender técnicas de negociação e utilizá-las pode ser uma ferramenta imprescindível”, completa o especialista. Arquivo Pessoal Segundo o advogado Marcus Coelho, são sete pontos principais que podem transformar qualquer cenário e trazer bons resultados para todos os envolvidos em um caso de sucessão familiar

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