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23 NOVEMBRO/DEZEMBRO 2024 A consultora do Sebrae-PR, Jocelei Fio- rentin, explica que a sucessão familiar requer muito planejamento. “Desta forma, o empreendedor preserva seus familiares de futuras dificuldades e mantém a credibilidade da empresa. Avaliar as alternativas que se apre- sentam, seja um herdeiro ou um executivo de fora, e conduzir tudo de forma profissional diminui o risco da descontinuidade do negócio”, avalia. Ela destaca que é essencial manter todos os familiares envolvidos, mas com um objetivo em comum. “Tem que existir a separação da emoção e da razão, planejar de forma profissional o presente e o futuro do negócio. É preciso encontrar pontos comuns em que as ideias de diferentes gerações se encaixem através do diálogo. Só assim será possível construir uma sucessão mais sólida e segura”, explica. Confira a seguir quatro ótimos exemplos de su- cessão familiar em indústrias de móveis. ALBATROZ Em 2009, com o falecimento de Alceu Paludeto, que liderava a Móveis Alba- troz, fundada por ele e seus irmãos, Gilberto e Moacir Paludetto, a respon- sabilidade de comandar a empresa recaiu sobre Eduardo Paludeto, filho de Alceu. “Mesmo sendo da família e estando preparado, enfrentei algumas dificuldades no início. Uma delas foi a necessidade de profissionalizar a empresa, definindo claramente o que significa ser sócio e o que é trabalhar na empresa”, diz. Segundo ele, todos os membros da família que atuam na companhia preci- sam ter a competência necessária para seus cargos e devem ser remunerados conforme a média de mercado. “Esta- mos na segunda geração, e por acordo entre os fundadores, apenas um filho de cada sócio pode trabalhar na empresa. Atualmente, sou o CEO e diretor admi- nistrativo, enquanto meus primos, Andrei (diretor comercial) e Leandro (diretor industrial e financeiro), também estão envolvidos no negócio”, explica. Com isso, a empresa teve uma transi- ção bem-sucedida de comando, pois é comum que consultores externos acompanhem todo o processo de sucessão para garantir uma transição suave e eficaz. Mas Eduardo percebeu a necessidade de buscar apoio externo para fortalecer esse processo após a conclusão da sucessão. “Logo após a sucessão, não sentimos necessidade de consultoria externa, mas, nos últi- mos anos, identificamos a importância desse apoio. Contratamos consultorias para criar diretorias, reorganizar nosso organograma e capacitar alguns líde- res. As empresas que nos auxiliaram foram IBGL Brasil, Loftier Consultoria e SV Martins”, compartilha Eduardo. Eduardo é formado em adminis- tração pela Unopar de Arapongas e compartilha a importância das lições aprendidas com seu pai ao longo dos anos. “Desde que entrei na empresa, meu pai me preparou, compartilhando seus conhecimen- tos e incentivando-me a participar de todos os cursos oferecidos por instituições. Ele também criou diver- sos departamentos administrativos, colocando gestores capacitados em cada um”, relembra. “Quando as- sumi a empresa, fiquei preocupado, mas logo percebi que, graças à pre- paração que ele proporcionou, tudo seria mais fácil do que eu imaginava. A sabedoria do meu pai foi essencial para uma sucessão tranquila em nossa companhia”, afirma. Móveis Albatroz Eduardo Paludeto, CEO da Móveis Albatroz, destaca que a segunda geração da empresa preservou a essência da marca, com foco em modernizá-la para se adequar aos novos tempos
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