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31 NOVEMBRO/DEZEMBRO 2024 I novações são sempre bem- -vindas, seja em casa, na rua, na loja ou na indústria. Elas podem dar bastante resultados, embora por muitas vezes podem não ter sucesso por diversos fatores, mesmo sendo realmente inovadoras. Nas indús- trias, um ponto muito importante quando falamos de inovação é que as empresas precisam definir o que é inovação. Levando em consideração o que diz o Manual de Oslo – princi- pal fonte internacional de diretrizes para coleta e uso de dados sobre atividades inovadoras da indústria –, inovação é “a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado ou um processo, ou um novo método de marketing ou um novo método organizacional nas práticas de ne- gócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas”. Ou seja, inovação nada mais é do que melhorar significativamente um produto ou processo que já existe, tendo impactos em eficiência operacional, redução de custos, aumento de produtividade, etc. Isso também pode ser chamado, segundo João Paviani, head de Inovação do Instituto Hélice (leia a respeito no box nesta página), de inovação incremental ou H1 – Hori- zonte 1 de inovação. Assim como a criação de um novo produto, novo processo, novo modelo de negócio, que resulte em novas fontes de receita, aumento de marketshare, novos mercados, etc. é conhecido também por inovação adjacente e disruptiva (ou H2 e H3 – Horizonte 2 e Horizonte 3 de inovação). A inovação tem relação direta com a estratégia do negócio. “Inovação é meio e as empresas precisam incluir a inovação como caminho para exe- cutar a sua estratégia”, frisa Paviani. Afinal, não ter a inovação integrada à cultura da empresa aumenta as chances de insucesso, pois não se define quais são os objetivos em relação à inovação e, a partir disso, quaisquer ações são em vão. Por isso, atuar em colaboração pode ajudar a esclarecer estes pontos, que são o princípio da jornada de inovação, além de possibilitar ganho de tempo, pois é possível evitar caminhos que tenham dado errado para outras empresas. INOVAÇÃO COLABORATIVA A inovação colaborativa é um conceito que se refere à prática de empresas e indivíduos trabalharem juntos para desenvolver novas ideias, produtos ou processos. O próprio Hélice nasceu deste forma, por meio da colaboração de quatro empresas (Florense, Marcopolo, Randoncorp e Soprano) que se uniram para resolver problemas comuns com o apoio de startups. Ao longo dos seis anos de vida, fo- ram sendo agregados mais serviços e ações ao instituto, mas a inovação INSTITUTO HÉLICE O Instituto Hélice foi fundado em 2018, e é uma instituição sem fins lucra- tivos, que trabalha para desenvolver o ecossistema e a cultura de inovação da Serra Gaúcha. As ações ocorrem por meio de processos estruturados de inovação aberta junto às empresas associadas, que recebem acompanha- mento de seu nível de maturidade. Também promove eventos e formações junto à comunidade sobre o tema. Realiza a Escola da Inovação, em parce- ria com as três maiores instituições de Ensino Superior da região, e o Speed Hélice, programa de aceleração de startups. Conta, ainda, com um Grupo de Investimentos em startups. Para ser uma empresa associada, basta entrar em contato pelo e-mail oi@helice.network e manifestar interesse. colaborativa segue como o princi- pal foco. “Nosso maior ativo é a rede que se cria entre as empresas. Atualmente, são mais de 30 marcas entre mantenedoras, associadas e apoiadoras que constantemente se relacionam para compartilhar boas práticas, resolver desafios com apoio de soluções de base tecnoló- gica, capacitar colaboradores e se integrar ao ecossistema de inova- ção”, diz Paviani. Para ter uma inovação colaborativa, as empresas podem se unir para, ba- sicamente, tomar a decisão de atuar em colaboração, compreendendo os benefícios deste modelo e iniciar sua jornada. No caso do Hélice, isso é aberto a qualquer empresa, inde- pendente do seu porte, segmento ou maturidade de inovação. Os resultados que a inovação cola- borativa pode garantir para um gru- po de empresas depende bastante dos objetivos de cada uma, mas sem dúvidas o principal impacto positivo é na cultura. “Estabelecer uma cultura de inovação faz com que a empresa tenha ganhos diver- sos, entre eles atrair e reter talentos e entregar mais valor a seus clien- tes”, destaca o head do Instituto Hélice. Para aquelas que possuem maior maturidade, é possível medir alguns ganhos, principalmente eco- nômicos, que têm relação com cada horizonte (1, 2 ou 3), de acordo com sua estratégia. Essa inovação aberta e colaboração mútua até mesmo com concorrentes pode ajudar as empresas a ganha- rem mercado. E isso é um ponto importante para ser desmistificado. Na colaboração, não são abordados temas sensíveis à estratégia de ne- gócio das empresas. “Por exemplo, ninguém vai abrir seu segredo industrial”, diz Paviani. Entretanto, empresas concorrentes também pos- suem problemas comuns em seu dia a dia e quando resolvem trabalhar juntas para solucioná-los podem potencializar os ganhos.

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