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28 FORNECEDORES SOB MEDIDA 344 Proporção de casas alugadas aumentou e investigamos o efeito disso na venda de mobiliário, além do foco de construtoras em empreendimentos do Minha Casa, Minha Vida Impacto da casa no móvel A sinergia entre a construção civil, o mercado imobiliário e a indústria de móveis é inegável: a habitação, seja própria ou aluga- da, está diretamente conectada ao consumo de mobiliário. Quem mora, independentemente do tipo de contrato ou condição financeira, busca conforto, funcionalidade e bem-estar — e tudo isso envolve móveis. Contudo, segundo dados do Censo Demográfico 2022, di- vulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), um em cada cinco brasileiros (20,9% da população) mora em casas alugadas. Há mais de dez anos, a proporção era de 16,4%. Para Cândida Cervieri, diretora-exe- cutiva da Associação Brasileira da Indústria do Mobiliário (Abimóvel), a migração atual para o aluguel, especialmente entre jovens consu- midores, desperta novos desafios — como uma possível menor aquisição de móveis de alto valor agregado ou customizados no curto prazo —, mas também oportunidades para o setor moveleiro, impulsionando no- vos modelos de negócios e maneiras de se pensar o móvel. “Para a indústria, isso representa uma chance de especializar produ- tos e serviços, investindo em design inteligente, pesquisa de materiais e processos produtivos sustentáveis. No varejo, também há necessidade de adaptação, com a expansão de soluções digitais e do e-commerce, além de catálogos focados em MORADIA Por Thiago Rodrigo Divulgação públicos que vivem de forma mais dinâmica ou em espaços reduzi- dos”, avalia. Pela correlação entre o mercado imobiliário e o setor moveleiro, a Abimóvel defende, de forma consistente, a inclusão do mobili- ário em programas de habitação. Para a associação, o maior deles, Minha Casa, Minha Vida, pode ampliar ainda mais seu alcance e estimular a aquisição de imóveis ao contemplar financiamento não apenas para a construção, mas também para mobiliar as unidades habitacionais, com a possibilidade de incluir a compra de móveis no pacote de crédito. “Isso fomenta a indústria, gera empre- gos e proporciona à população — em especial aos jovens — um ambiente pronto para morar, com maior quali- dade de vida. Além disso, políticas de incentivo à inovação e à sustentabili- dade no setor da construção civil e do mobiliário podem atrair investimen- tos, auxiliando na modernização e tornando a casa própria mais acessível. No mais, programas de redução de juros e facilitação de crédito imobiliário direcionados à população jovem seriam estratégicos para reduzir barreiras de entrada na compra do primeiro imóvel”, considera Cândida a respeito de ações do governo federal para esti- mular a aquisição da casa própria. As construtoras brasileiras estão ajustando suas estratégias para 2025 com um foco cada vez mais evidente: o Minha Casa, Minha Vida (MCMV)

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