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29 JANEIRO/FEVEREIRO 2025 Segundo Cândida, sempre que existe um impulso na construção civil — sobretudo na habitação de interesse social — há um re- flexo direto na indústria movelei- ra. “O consumidor que consegue adquirir seu imóvel busca mobili- ário para equipar a casa, gerando demanda ao longo de toda a cadeia produtiva. É exatamente nesse ponto que a Abimóvel reforça a necessidade de políticas públicas que integrem as duas pontas: construção de moradias e inclusão dos móveis no financia- mento. Essa abordagem beneficia não só as indústrias, mas prin- cipalmente a população”, diz a diretora-executiva da Abimóvel. MCMV A estimativa é de que o déficit habitacional brasileiro ainda seja superior a 6 milhões de unidades. Diante disso, o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) pode ser fundamental para reduzir essa lacuna. “Afinal, ampliar o acesso à casa própria contribui para a inclusão social e melhora a qualidade de vida de milhões de famílias brasileiras”, aponta Lucia- no Castilhos, CEO da B2B Gestão de Lançamentos. Embora o programa exija flexibili- dade para lidar com margens mais apertadas e o ambiente desafiador, as oportunidades de longo pra- zo são contundentes. Segundo o executivo da B2B, apesar de todos estes desafios, o programa continua sendo uma alternativa valiosa de crescimento e consolidação no setor imobiliário brasileiro. Ele afirma que as construtoras brasileiras devem focar, em 2025, no lançamento de empreendimentos imobiliários direcionados ao Minha Casa, Minha Vida, pois com o achatamento da classe média, a realidade do mercado imobiliário brasileiro tem mudado. Segundo a Brain, empresa com foco em pesquisa de mercado, a fatia desse segmento caiu de 62% para 58% no primeiro semestre, em comparação com o mesmo período do ano anterior. “A classe média tem interesse em comprar imóveis, mas encontra dificuldade em obter crédito devido aos juros elevados e ao alto custo do funding”, explica Luiz França, presidente da Asso- ciação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc). Castilhos assinala que aliado a isso, há a pressão inflacionária e o preço dos imóveis com maior metragem. “Boa parte das construtoras estão direcionando seus esforços para o MCMV, que oferece maior demanda e velocidade de vendas. O MCMV ainda conta com taxas de juros muito meno- res, em alguns casos com isenção na escrituração e subsídios que podem chegar a R$ 55 mil reais”, conta. Com isso, o programa pode ser o principal responsável pelo crescimen- to do setor imobiliário brasileiro. “O programa MCMV é um dos melho- res do mundo e tem impulsionado o mercado brasileiro há quase 20 anos. Ele foi e continuará sendo muito importante para o merca- do imobiliário e continua sendo a principal ferramenta para combater o déficit habitacional”, avalia. Desse modo, o setor moveleiro será um dos mais beneficiados com o aquecimento do programa MCMV, não só por ser um dos principais elos da cadeia da construção, mas também por sua importância na construção destes novos lares. Os pontos mais relevantes, de acordo com o CEO da B2B Gestão de Lan- çamentos, são: - Mesmo com a elevação da taxa Selic, o programa permanece com suas taxas de juros inalteradas – bem como o subsídio; - Achatamento da classe média e uma natural migração para empre- endimentos mais compactos e com menores custos de aquisição; - Incentivos governamentais; - Uma natural elevação nas ofertas em novos bairros, gerando assim maior atratividade. Segundo Cândida Cervieri, diretora- executiva da Abimóvel, a entidade defende a inclusão do mobiliário em programas de habitação como o MCMV Abimóvel Luciano Castilhos destaca que a combinação de demanda reprimida, incentivos governamentais e potencial de crescimento sustentado coloca o MCMV no centro das atenções de construtoras B2B
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