Duratex registra receita líquida de R$ 1,3 bi no terceiro trimestre de 2019
Empresa divulgou seus números e destacou o bom resultado de suas divisões
Publicado em 6 de novembro de 2019 | 15:00 |Por: Everton Lima
A Duratex anuncia os resultados financeiros do terceiro trimestre (3T19). A companhia apresentou R$ 1,308 bilhão de receita líquida consolidada. O resultado representa queda de 13,5% em relação ao mesmo período de 2018, com a ressalva de que, desconsideradas a receita advinda da venda de terras e ativos biológicos para a Suzano S.A., ocorrida no 3T18, a receita líquida pro forma aumentou 2,4%, na comparação com o mesmo trimestre do ano passado. No acumulado dos nove meses de 2019, houve queda de 4,4% da receita líquida.
No terceiro trimestre, o lucro líquido recorrente foi de R$ 30,5 milhões, queda de 50,5%, na comparação com o mesmo período do ano anterior. De janeiro a setembro de 2019, o lucro líquido recorrente foi de R$ 119,2 milhões, em linha com o mesmo período de 2019. Esse desempenho reflete gastos com despesas gerais e administrativas e a piora do resultado financeiro da Companhia, ambos relacionados à consolidação dos resultados da Cecrisa, além de gastos com a nova unidade de celulose solúvel.
Aumento de 13,5% no EBTIDA
O EBITDA ajustado e recorrente foi de R$ 237,9 milhões no período, com margem de 18,2%. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, houve crescimento de 13,5% do EBITDA ajustado e recorrente, justificado pelo diferencial do resultado advindo da aquisição da Cecrisa S.A.. É importante salientar que no 3T18, o resultado da Companhia contemplava o negócio de chapa de fibras. Excluindo este efeito do resultado e os ganhos com a aquisição, o EBITDA ajustado e recorrente apresentou alta de 8,7% no período. No acumulado do ano, o EBITDA ajustado e recorrente foi de R$ 630,5 milhões, com margem de 18%.
– Duratex, a sustentabilidade das chapas e painéis que decoram lares e escritórios
Antes dos valores dos projetos de expansão da Ceusa, aquisição da Cecrisa e recebimento da venda dos ativos florestais da Suzano S.A, o fluxo de caixa livre ajustado foi positivo em R$ 147,9 milhões no 3T19, melhora de R$ 199,4 milhões frente ao trimestre anterior e de R$ 89,2 milhões frente ao 3T18. Destaca-se principalmente a evolução no capital de giro da Companhia no período, com melhora consistente no nível de estoque.
Bons resultados, apesar da economia
Os números refletem que, mesmo sem sinais acentuados de aceleração da economia, a conjuntura macroeconômica começa a mostrar leves sinais de melhora, com aumento da produção industrial e evolução dos indicadores de confiança. O fato de a economia não ter sido retomada como esperado e a volta do desemprego no trimestre como um todo, não obstante leves sinais de recuperação em setembro, impactou no volume de produção em todas as divisões, exceto na de revestimentos cerâmicos, em contraponto ao aumento de rentabilidade gerado pelo foco em produtos de maior valor agregado.
Os investimentos consolidados somaram R$ 112,3 milhões no trimestre, dos quais R$ 66,5 milhões foram investidos em ativos imobilizados e intangíveis e R$ 45,7 milhões para formação de ativo biológico. Dentro dos investimentos em ativos imobilizados, considerou-se o desembolso de R$ 29,6 milhões feito no projeto de expansão da unidade Ceusa, que irá dobrar a capacidade produtiva, com início previsto para outubro.
De janeiro a setembro, os investimentos consolidados somaram R$ 334,5 milhões, dos quais R$ 133,9 milhões para formação de ativo biológico e R$ 200,6 milhões foram investidos em ativos imobilizados e intangíveis, contemplado o desembolso de R$ 77,8 milhões no projeto de expansão da unidade Ceusa.
Capex 2019
O CAPEX de 2019 será de até R$ 500 milhões, sendo o foco principal dos investimentos a sustentação das operações fabris e florestais. Entre elas, o aumento de capacidade em revestimentos cerâmicos, a constituição de joint-venture para produção de celulose solúvel (LD Celulose), cujo andamento está dentro do planejado. A Companhia recentemente obteve a licença de construção e iniciou o processo de terraplanagem. No CAPEX já estão incluídos os investimentos em melhoria fabril das unidades da marca Portinari.
O endividamento líquido encerrou o terceiro trimestre do ano em R$ 2.161 milhões, o que representa um índice de alavancagem de 2,49x (dívida líquida sobre EBITDA ajustado e recorrente), ligeiramente superior ao apresentado no último trimestre, principalmente devido à consolidação da dívida líquida da Cecrisa e ao desembolso com a aquisição da mesma, além dos dispêndios com o projeto de expansão em revestimentos cerâmicos e a nova unidade de celulose solúvel.
Resultados por divisão
Apesar de leves sinais de melhora observados no 3T19, a demanda no setor da construção civil manteve-se aquém das expectativas. Mesmo com esse cenário, a Divisão Deca registrou uma destacável margem bruta de 30,8%, dado que representa ganho de 2,3 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2018. Também merece destaque o EBITDA ajustado e recorrente da Deca, de R$ 68,7 milhões no terceiro trimestre de 2019, aumento de 16% na comparação com o 3T18 e recorde dos últimos 12 meses. A receita líquida da divisão no período foi de 406 milhões.
Outros destaques positivos da Divisão Deca são o aumento de 5,8% da receita líquida unitária, na comparação com o 3T18, e a manutenção do aumento do CPV caixa unitário do trimestre abaixo da inflação do período. A variação foi de apenas 2,0% na comparação com o 3T18. Na mesma direção, as despesas com vendas cresceram apenas 1,0%, na comparação com o mesmo período de 2018. As despesas gerais e administrativas, de 5,0% frente ao 3T18, não impactaram a proporção sobre a receita líquida, que se manteve em 5,0%. Esses resultados são reflexo de um rígido controle de custos e da melhoria da eficiência operacional, com o objetivo de garantir a rentabilidade de seus produtos.
Na expedição, a Divisão Deca apresentou, no terceiro trimestre de 2019, retração de 5,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando 6,5 milhões de peças. No acumulado dos nove meses do ano, a Divisão Deca apresentou queda de 6,5% no volume expedido, na comparação com o mesmo período de 2018.
Divisão Madeira
A Divisão Madeira obteve receita líquida de R$ 724 milhões, o que representa uma queda de 31,1% na comparação com o mesmo período do ano anterior. O volume de vendas, na comparação com o terceiro trimestre de 2018 (3T18), registrou retração de 16,34%. Importante destacar que o resultado do 3T18, contemplava a venda de 26,3 mil m³ de chapa de fibra. Em contrapartida, a receita unitária pro forma, que desconsidera a venda não recorrente de ativos florestais, foi 6,2% superior a realizada no mesmo período de 2018, sendo resultado da política comercial da Companhia e melhora de mix de produtos. O custo caixa unitário apresentou crescimento de apenas 2,6% em relação ao terceiro trimestre de 2018, fruto de reestruturações, como o encerramento da operação fabril de Botucatu e de vendas de ativos florestais para Suzano e Bracell.
Apesar da queda de vendas, a Divisão Madeira obteve melhora significativa de rentabilidade, resultado da estratégia comercial, que priorizou venda de produtos de maior valor agregado, em detrimento do volume, com foco em mercados mais nobres. O ganho de rentabilidade, representado pela margem EBITDA, foi de 19,0%, 2,3 pontos percentuais acima do terceiro trimestre de 2018. É importante destacar que neste trimestre, o resultado da Divisão Madeira foi impactado pelos os gastos de R$ 7,7 milhões de reais com a nova unidade de celulose solúvel. Se desconsiderados os referidos efeitos, a margem EBITDA foi de 20,4%. O EBITDA Ajustado e Recorrente da Divisão Madeira foi de R$ 137,3 milhões, em linha com mesmo período do ano anterior.
Revestimentos cerâmicos
Na Divisão de Revestimentos Cerâmicos, a receita líquida no terceiro trimestre de 2019 foi marcado principalmente pelo início da integração dos resultados da Cecrisa com a Ceusa, o que contribuiu para receita líquida de R$ 177,9 milhões, 220,9% acima do apurado no terceiro trimestre de 2018. A melhora gradual do mercado, observada ao longo deste ano, também contribuiu para este resultado. No 3T19, foram expedidos 4,9 milhões de m² de revestimentos cerâmicos, já considerando os volumes de Cecrisa.
Por outro lado, aumento do quadro de funcionários, somado ao maior rateio das despesas corporativas, impactaram as despesas gerais e administrativas. No terceiro semestre de 2019 a Divisão de Revestimentos Cerâmicos registrou alta de 3,8% no CPV pro forma, em relação ao mesmo período de 2018, refletindo gastos não recorrentes com o encerramento da fábrica de Santa Luzia (MG). Em contrapartida, as despesas com vendas como proporção da receita líquida apresentaram melhora de 3,2 pontos percentuais em relação ao 3T18.
O EBITDA ajustado e recorrente da Divisão no trimestre foi de R$ 31,8 milhões, com margem EBITDA de 17,9%, em linha com a expectativa antes do início da captura de sinergias. A Divisão segue com resultado acima do mercado, com ganhos de eficiência e produtividade. No acumulado dos noves meses deste ano, foram expedidos 7,7 milhões de m², com receita líquida de R$ 281,4 milhões, o que representa aumento de 93% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
(Com informações de assessoria)