Desemprego cai em 16 estados no último trimestre de 2019
Informalidade é a maior desde 2016
Publicado em 17 de fevereiro de 2020 | 17:00 |Por: Everton Lima
Novos números divulgados pelo IBGE, na semana passada, mostram como a população brasileira está lidando com o desemprego. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) referente ao último trimestre de 2019, o desemprego apresentou queda em 16 estados.
O estado com a maior queda foi o Amapá (17,4%), seguido Bahia (17,2%). A menor queda foi registrada no estado de Santa Catarina (6,1%).
Ainda de acordo com o estudo, a população ocupada em todo o país atingiu a marca de 94,5 milhões de trabalhadores no quarto trimestre de 2019 — um aumento de 0,8% em relação ao trimestre anterior e de 2% na comparação com o mesmo período do ano passado. No último trimestre de 2019, 833 mil brasileiros deixaram a categoria de “desocupados”, uma queda de 7,1%.
533 mil trabalhadores passaram a trabalhar com carteira assinada — um aumento de 1,8% em relação ao trimestre anterior (julho a setembro de 2019) e de 2,2% em relação ao mesmo período de 2018.
Cresce a informalidade
No entanto, o IBGE mostra um aumento recorde no número de trabalhadores informais — 41,1% dos trabalhadores. Trata-se do maior índice desde 2016. São considerados informais os brasileiros que trabalham sem nenhum vínculo empregatício em carteira assinada, trabalhadores domésticos sem registro, trabalhador familiar auxiliar e empreendedores sem CNPJ.
A informalidade traz insegurança ao trabalhador, uma vez que ele não tem, por exemplo, acesso à renda em caso de acidente de trabalho. Ademais, a informalidade também contribui para o déficit previdenciário. Dos brasileiros ocupados, 37,1% não contribuem para a previdência.
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O nível de contribuição é maior na região Sul. Nela, 85% da população ocupada contribui. Já o menor percentual é encontrado na região Norte, em que menos da metade dos trabalhadores (44%) realiza a contribuição.
“A gente percebe que o crescimento da população contribuinte não está acompanhando o crescimento da população ocupada como um todo. Enquanto a população ocupada aumentou 2%, o contingente de contribuintes para a previdência só cresceu 1,7%”, aponta Adriana Beringuy, analista da pesquisa. “Como já vimos, o crescimento da população ocupada está calcado na informalidade. E, com o trabalho informal, diminui a contribuição previdenciária”, complementa.
Indústria e comércio geram vagas
O número de brasileiros trabalhando na indústria chegou a mais de 12,1 milhões no último trimestre no ano passado. Um aumento de 0,9% em relação ao terceiro trimestre.
Já o setor de comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas contava com mais de 18 milhões de trabalhadores. Crescimento de 2,1% na comparação com o trimestre anterior. Apesar disso, o Brasil ainda tem mais de 11,6 milhões de desocupados.
Foto: Winsol Dias/Agência Brasil | Com informações da Agência IBGE