Abicol: manifesto contra aplicação de medida antidumping – fios de poliéster

Abicol manifesta-se contra à possível aplicação de medida antidumping definitiva sobre as importações brasileiras de fios texturizados de poliéster, originárias de China e Índia

Publicado em 11 de agosto de 2022 | 20:14 |Por: Júlia Magalhães

Esta semana (10) a Associação Brasileira da Indústria de Colchões (Abicol), divulgou um manifesto à possível aplicação de medida antidumping definitiva. No texto, a Associação antecipou que “o governo brasileiro está em vias de aprovar uma sobretaxa que será aplicada sobre todas as importações originárias da China e Índia de fios de filamentos sintéticos texturizados de poliéster.”

Os principais impactos dessa medida serão, de acordo com Abicol, são:

– Aumento no custo da principal matéria-prima têxtil, ou seja, o fio texturizado de poliéster. A sobretaxa será repassada ao custo de venda;
– Perda de competitividade das indústrias brasileiras devido ao aumento dos custos de produção;
– Inflação;
– Aumento dos preços de roupa pronta e de colchões ao consumidor final;
– Eventual desabastecimento nacional do fio de poliéster;
– Fechamento de indústria têxteis e confecções ou redução de suas linhas produtivas;
– Deslocamento da produção para outros países do Mercosul (Lei de Maquila no Paraguai);
– Incentivar a importação de produtos acabados;
– Demissões, perda salarial e redução de postos de trabalho no Brasil.

Fio de poliéster

“O fio de poliéster é o mais utilizado e consumido em produtos das classes menos favorecidas, servindo como balizador de preços de todo o mercado. Desta forma, um acréscimo em seu preço inevitavelmente influenciará a precificação dos fios de algodão, viscose, poliamida etc. A Abicol junta forças com o Sinditec, sindicato que está atuando ativamente nesse processo e tomando todas as medidas possíveis pela não aprovação do antidumping e não medirá esforços para defender o mercado contra mais um aumento no custo da fabricação de colchão caso tal medida seja aprovada. A análise dessa medida passará em breve pela decisão oficial de interesse público da SDCOM (Ministério da Economia). Ainda podemos nos mobilizar e manifestar para sermos ouvidos pela área de interesse público, mostrando os impactos negativos para toda a cadeia têxtil e para o setor colchoeiro em geral. Em nome da indústria colchoeira nacional.”

Abicol junta forças com o Sinditec

O Sinditec (Sindicato das Indústrias Têxteis de Americana, Nova Odessa, Santa Bárbara e Sumaré), também se posicionou. Em publicação divulgada pelo Sindicato, O deputado federal, Alexis Fonteyne, recentemente visitou o Sinditec, onde reforçou seu apoio. Na ocasião, discutiu esse e outros temas de interesse da cadeia têxtil. “Na Câmara Federal, Fonteyne é presidente da Frente Parlamentar Mista pelo Brasil Competitivo, que trata dos gargalos do custo Brasil para adoção de posicionamentos capazes de aprimorar o ambiente de negócios e melhorar a competitividade do país no mercado global. Como empresário, entende a situação do setor têxtil e o risco desse antidumping para toda a cadeia têxtil.”

Estiveram presentes o presidente do Sinditec, Leonardo Sant’Ana, o secretário de Desenvolvimento Econômico de Americana, Rafael de Barros, Francisco de Azevedo Marques Jensen, representando a Comexport (Companhia de Comércio Exterior), o advogado Roberto Kanitz, do escritório UNO International Trade, Guilherme Marinho Bastos, representando as empresas, a consultora jurídica Sandra Camarinho Macedo e assessores.

Ainda de acordo com o Sinditec, a solicitação ao deputado foi a interlocução junto à Casa Civil, Ministério da Economia e outros setores competentes do governo federal pela não aprovação do antidumping dos fios de poliéster, mostrando principalmente, o impacto que a medida poderá trazer para a inflação, além de buscar o apoio de outros deputados federais e senadores.

Competitividade

O presidente do Sinditec considerou que a medida afetará a competitividade das empresas. “O aumento de, no mínimo, 8,5% no valor do fio de poliéster aumentará a pressão dos custos de produção, prejudicando a nossa concorrência. As empresas que estão conseguindo hoje concorrer com os produtos importados terão mais dificuldades, ficando menos competitivas. Esse aumento poderá incentivar a importação de produtos acabados, principalmente porque vai incidir no início da cadeia produtiva, que é do fio, impactando todo o segmento têxtil. Também vai gerar inflação e aumento de preços de produtos. Em um momento que o setor têxtil já vem sofrendo com a pressão nos custos das matérias-primas, o aumento no preço do fio de poliéster texturizado trará problemas para o setor têxtil.”

Reveja o Móbile Talks com presidente da Abicol

Em conversa com o diretor-presidente da Revista Móbile, Valcidio Perotti, em junho, presidente da Abicol, Rogério Soares Coelho, conta como foi o Encontro Nacional das Indústrias de Colchões e as expectativas para a participação do setor em um grande evento. Assista abaixo!

(Com informações de Abicol e Sinditec).

 

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