Produção de móveis cresce 3,6% em novembro
Acumulado da produção de móveis no ano registra -17,2%, enquanto acumulado dos últimos 12 meses é de -18%, diz IBGE
Publicado em 5 de janeiro de 2023 | 11:09 |Por: Thiago Rodrigo
A produção de móveis em novembro de 2022, comparado a outubro de 2022, cresceu 3,6%. Com o resultado, a produção de móveis no acumulado do ano, janeiro-novembro, é de -17,2% em relação ao mesmo período de 2021, maior queda das atividades industriais com o ótimo 2021 vivenciado pela indústria moveleira.
Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em relação a novembro de 2021, o setor moveleiro registrou queda de 12,7%. No acumulado dos últimos 12 meses, a produção de móveis é de -18% comparada a igual período do ano anterior, a menor entre as atividades industriais e muito menor que os -1% da indústria geral.
Indústria geral
Em novembro de 2022, a produção industrial nacional variou -0,1% frente a outubro, na série com ajuste sazonal, após avançar 0,3% no mês anterior, quando interrompeu dois meses consecutivos de taxas negativas e que acumularam queda de 1,3%. Frente a novembro de 2021, na série sem ajuste sazonal, a indústria cresceu 0,9%, após também crescer em outubro (1,7%), setembro (0,4%) e agosto (2,8%) de 2022. No ano de 2022, o setor acumula redução de 0,6% e, em 12 meses, queda de 1,0%.
Análise da indústria
“Nos últimos seis meses, foram quatro resultados negativos, do total de cinco que tivemos até agora para 2022. Isso mostra o setor girando em torno de um mesmo patamar, mas com um viés negativo, já que a média móvel trimestral está em queda pelo quarto mês seguido e mostra uma trajetória descente muito clara”, explica o gerente da pesquisa, André Macedo.
Macedo explica que no início de 2022, com as medidas de incremento de renda e impulsionamento do setor implementadas pelo governo, houve de fato um ganho de ritmo pela indústria, que emplacou, a partir de fevereiro, quatro meses seguidos de crescimento.
“A recuperação, no entanto, foi pontual. Posteriormente, ainda tendo como pano de fundo inflação alta, especialmente de alimentos, elevado número de trabalhadores fora do mercado de trabalho, precarização dos postos de trabalho e uma massa de rendimentos que avançou muito pouco, o setor industrial voltou a mostrar perda de ritmo”, analisa.
O pesquisador destaca que, em novembro, diferentemente do cenário dos meses anteriores, houve um predomínio de atividades no campo positivo – foram 15, do total de 26 –, apesar do indicador geral estar no campo negativo.
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