Perspectivas do mercado de móveis sob medida para 2023
Mercado de móveis sob medida viveu ótimos momentos nos últimos anos; avaliamos as perspectivas do segmento em 2023
Publicado em 29 de março de 2023 | 08:37 |Por: Thiago Rodrigo
O CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) da atividade de marcenaria tem o código 3101-2/00 – Fabricação de móveis com predominância de madeira. Segundo o Sebrae, há 245.174 marcenarias ativas no mercado de móveis sob medida do Brasil (números de 2022), um crescimento de 30,98% nos últimos cinco anos e de 8,8% em relação a 2021.
Para esse montante de negócios de fabricação de móveis sob medida, o ano de 2023 será de desafios. Após dois anos de alta demanda por mobiliário diante da reformulação das residências com o isolamento social provocado pela pandemia de coronavírus, as expectativas para este e os próximos anos estão conectadas ao cenário político e à construção civil.
Nos últimos três anos, todo o setor moveleiro sofreu com as alterações no valor dos materiais diante dos problemas mundiais provocados pela paralisação das atividades industriais. Isso elevou o preço do produto para o mercado de móveis sob medida e, consequentemente para o cliente final. Entretanto, a consultora industrial, Cláudia Lens, avalia por outra perspectiva que também se agregou valor no momento de adequação, tanto física quanto emocional, no qual as pessoas se voltaram mais para dentro do seu habitat.
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Segundo ela, isso gerou uma oportunidade para o mercado sob medida. “Ainda há de se considerar o crescimento de lares com espaços reduzidos, em que empreendimentos de todos os valores bem localizados atendem a uma população que busca qualidade de vida e proximidade do trabalho. Isso, somado à flexibilidade do móvel sob medida, são motores que continuaram a impulsionar o nicho, ganhando cada vez mais espaço nesse mercado”, destaca.
O ano de 2022 para o mercado sob medida de São Paulo, na avaliação do presidente do Sindicato da Indústria do Mobiliário de São Paulo (Sindimov-SP), Pierre Stauffenegger, era de ótimas expectativas, mas com o aumento da taxa de juros houve uma desaceleração fazendo com que as previsões fossem frustradas e o ano acabou sendo somente regular.
Luciano Maragno, sócio-gerente da J. Maranho, o ano de 2022 estava muito bom, com um crescimento até maior que nos dois anos anteriores, “mas durante o período eleitoral as vendas estagnaram”. Renato Gurgel, sócio-gerente da Primeira Linha, corrobora: “considero que 2022 a venda foi boa, com queda acompanhando as incertezas políticas”.
Miguel Ângelo Porfirio, sócio administrador da Virmond Móveis, teve um ano muito bom, dentro da média de empresas de móveis sob medida e planejados de alto padrão. “O mercado da construção civil continua aquecido e, por consequência, o sob medida também”, afirma. Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a construção civil deverá crescer acima da economia nacional pelo terceiro ano consecutivo.
A expectativa do setor para o próximo ano é positiva para o presidente CBIC, José Carlos Martins. A indústria da construção prevê um crescimento de 2,5% em 2023. A projeção considera a evolução consistente dos últimos dois anos, o ciclo de negócios do mercado imobiliário em andamento e a demanda habitacional sólida.
Martins analisa que nos próximos anos os investimentos no setor da construção civil devem passar pela infraestrutura. Embora a perspectiva e os números sejam positivos, o crescimento ainda continua 19,6% abaixo do que a atividade já apresentou, sendo que o maior desempenho foi registrado no início de 2014.
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