Black Friday: como se preparar contra fraudes
No último ano foram identificadas 17,8 mil tentativas de fraude no período da Black Friday – um alerta para que as empresas reforcem a segurança das operações
Publicado em 19 de setembro de 2025 | 08:23 |Por: Julia Magalhães

Black Friday marca o pico de tráfego e transações no e‑commerce brasileiro, e com ele cresce o risco de fraudes digitais. Em 2025, o setor deve faturar R$ 224,7 bilhões, alta de 10% sobre 2024, segundo a ABComm. Serão cerca de 435 milhões de pedidos e 94 milhões de consumidores navegando em um mercado que cresce ininterruptamente há oito anos. Porém, o aumento de cliques vem acompanhado de tentativas de golpe.
Datas como Cyber Monday, Semana do Brasil e Natal, além de períodos de liquidação contínua, exigem plataformas preparadas e seguras. As “temporadas quentes” viram a reta final do ano em um aquecimento para promoções e para fraudes.
Conjuntura Black Friday 2024
Segundo ConfiNeotrust e ClearSale, até o meio‑dia do sábado seguinte à Black Friday de 2024 foram registradas 17,8 mil tentativas de fraude, estimadas em R$ 27,6 milhões. O tíquete médio dos golpes foi de R$ 1.550,66 – mais que o triplo do valor médio de uma compra legítima. Houve queda de 22% no valor total das fraudes frente a 2023; ainda assim, especialistas apontam que os criminosos digitais seguem ativos e mais sofisticados.
Enquanto isso, o PIX disparou. Na última Black Friday, as transações com o sistema instantâneo saltaram 120,7% em um único dia, movimentando R$ 130 bilhões, de acordo com o Banco Central. A velocidade e a escala ampliam conveniência; por outro lado, aumentam a superfície de ataque.
Experiência do usuário
Mais acesso e instantaneidade significam mais vulnerabilidades. Nem todas as plataformas estão preparadas. Lentidão, instabilidade e brechas de segurança viram porta de entrada para fraudadores.
O impacto é direto na experiência e na reputação. Um estudo da PwC indica que 55% dos consumidores evitariam comprar de uma empresa após uma experiência negativa e 8% desistiriam da compra após um único incidente.
Segurança digital não é uma etapa final. É um processo contínuo que começa antes da primeira linha de código”, afirma o CEO da Conviso, Wagner Elias. A empresa é especialista em segurança de aplicações (AppSec).
O objetivo da AppSec é mapear e mitigar brechas antes de uma exploração. Elias compara com a obra de uma casa: “É como construir uma casa já pensando nos pontos de acesso: você não espera que alguém tente invadir para depois instalar fechaduras ou câmeras. A ideia é antever os riscos e fortalecer as defesas desde o início”.
O executivo recomenda revisões constantes nas plataformas para identificar e corrigir vulnerabilidades, criando uma cultura contínua de proteção. “O fundamental é oferecer uma garantia real tanto para o produto quanto para o consumidor, fortalecendo a confiança na plataforma e em todo o processo de compra. E isso só é possível com um preparo que começa meses antes da data”.

CEO da Conviso – empresa brasileira especializada em segurança de aplicações (AppSec), Wagner Elias | Crédito: Divulgação
Tecnologia antifraude22
Uma das soluções que podem apoiar os e‑commerces nesse processo é o Site Blindado, agora parte da Conviso, referência em AppSec. O selo de confiança atua em diferentes níveis, atendendo desde lojas com proteção básica até operações que demandam maior prova de autenticidade ou certificações mais rigorosas, como a PCI‑DSS, exigida para quem lida com dados de cartão.
Quem trata segurança como prioridade colhe resultados. A Visa bloqueou 270% mais fraudes em 2024 em relação ao mesmo período do ano anterior. Isso foi possível graças a investimentos robustos: mais de US$ 11 bilhões em tecnologia e segurança nos últimos cinco anos. A chave envolve inteligência artificial, machine learning e análise de comportamento em tempo real, tudo em milissegundos – sem prejudicar o comprador legítimo.
Como se proteger
Prevenção começa na base. Mas como se proteger? As recomendações são claras e envolvem tanto empresas quanto consumidores”, reforça o CEO da Conviso.
Dicas para as empresas:
- Inclua segurança já na fase de desenvolvimento dos sistemas;
- Faça testes de penetração (pentests) com frequência;
- Integre ferramentas de proteção ao seu DevOps sem perder agilidade;
- Treine times de tecnologia com foco em boas práticas de segurança;
- Crie uma cultura onde segurança é rotina, e não exceção.
“Enquanto o consumidor precisa aprender a reconhecer sinais de risco, as empresas têm o dever de oferecer ambientes blindados. É a combinação dos dois que sustenta a confiança nas plataformas e mantém o mercado saudável”, conclui Elias.
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