Avaliação do comportamento do consumidor de móveis

Iemi, Abimóvel e Movergs analisam como foi o comportamento do consumidor de móveis durante a forte demanda do produto e as perspectivas para este ano

Publicado em 27 de janeiro de 2023 | 10:25 |Por: Thiago Rodrigo

O ano de 2020 iniciou com vendas aceleradas e prometia ser um ano com bastante crescimento. A pandemia, em um primeiro momento, fez com que as vendas de móveis despencassem. Mas, em um segundo momento, a necessidade de distanciamento social alterou as condições de normalidade dos mais diversos mercados. Alguns sofreram com a paralisação, enquanto outros viram a produção e as vendas crescerem. Foi o caso do setor moveleiro, que apresentou crescimento no segundo semestre de 2020 e no ano de 2021, diante da alteração do comportamento do consumidor de móveis.

10 principais tendências de consumo em 2023

Depois desse aumento exponencial no consumo de móveis, 2022 foi um ano equalizador. “As pessoas continuaram adquirindo mobiliário no último ano, mas em menor volume, pois a renda voltou a ser canalizada para lazer, viagens, entre outros, represados durante a pandemia pela qual passamos”, avalia Euclides Longhi, mais novo presidente da Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs).

Para ele, um dos legados que a pandemia deixou foi a importância de olhar mais para dentro dos lares. Isso fez com que se criasse ambientes mais confortáveis e funcionais para o trabalho remoto, para o descanso, para o convívio social e até mesmo atividades físicas. Uma alteração completa no comportamento do consumidor de móveis do que era visto há dez anos, por exemplo.

Casa como prioridade

Para 2023, estudos de comportamento e mercado indicam que o conforto da casa continua no topo das prioridades. “As pessoas estão mais preocupadas com a saúde física e mental, com exercícios, com o descanso, com segurança e sustentabilidade. Optam, inclusive, por peças duráveis e marcas responsáveis com as práticas de ESG”, afirma Longhi. Nesse sentido, o consumo de mobiliário, aponta o presidente da Movergs, cumpre o importante papel de proporcionar espaços que vão além do funcional. Desse modo, estão muito conectados aos novos hábitos dos consumidores.

Foto Augusto Tomasi

Euclides Longhi, presidente da Movergs

Isso reflete diretamente em toda a cadeia produtiva moveleira. Desde a indústria, que inclui, escolha de materiais, produção, design, lançamentos e estratégia. Até o varejo, o marketing e as relações com o mercado externo, no caso das empresas exportadoras. Tudo para entender e dialogar com as necessidades dos consumidores, desenvolvendo produtos que atendem a estas necessidades.

Comportamento do consumidor de móveis

Marcelo Prado, diretor do Iemi – Inteligência de Mercado, assinala que a maioria dos consumidores brasileiros “precisam de tudo”. Ainda que tenham comprado móveis nos últimos dois ou três anos, suas necessidades estão longe de serem plenamente atendidas.

Apesar disso, os de menor renda terão muitas dificuldades para ampliar o seu consumo de móveis no curto prazo, caso os juros se mantenham em patamares tão elevados. “Ou seja, quase todo o crescimento previsto para 2023 deverá ser puxado pelas camadas de renda média e alta da população, que juntas totalizam pouco menos que 60% de todo o dinheiro gasto com essa categoria de produto, no País”, avalia.

Iemi

Marcelo Prado

Marcelo Prado, diretor do Iemi – Inteligência de Mercado

O setor moveleiro ganhou uma importância relevante durante a pandemia da Covid-19, de acordo com o presidente da Abimóvel, Irineu Munhoz, quando as pessoas se voltaram muito para o ambiente de suas casas e para a melhoria dos seus espaços de trabalho em home office. “Isso fez com que o mobiliário tivesse uma explosão nas vendas, por conta dos recursos canalizados para esta área”, destaca.

Com o controle da pandemia, contudo, boa parte dos recursos dos consumidores voltaram a ser direcionados para outros fins, como entretenimento e lazer, entre outros. “Isso exige que os nossos empreendedores realizem um trabalho eficaz e criativo para manter o interesse e o engajamento no setor diante dessas transformações. O que é, de fato, um desafio constante e permanente”, considera o presidente da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário.

Abimóvel

comportamento do consumidor de móveis

Irineu Munhoz, presidente da Abimóvel

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