Coronavírus impacta fortemente indústria de máquinas para móveis da Itália
Primeiro trimestre de 2020 fechou com uma redução generalizada de pedidos de máquinas para trabalhar madeira e ferramentas
Publicado em 26 de junho de 2020 | 10:39 |Por: Thiago Rodrigo
A análise dos dados coletados pelo Escritório de Estudos da Acimall, a associação membro da Confindustria que representa a indústria de tecnologia de móveis de madeira italiana, não foi surpreendente e confirmou um impacto imediato do bloqueio causado pela pandemia de Covid-19. O primeiro trimestre de 2020 fechou com uma redução generalizada de pedidos de máquinas para trabalhar madeira e ferramentas, uma redução de dois dígitos que envolveu todos os mercados globais, embora com algum atraso.
A pesquisa trimestral – que envolve uma amostra representativa de todo o setor – revelou uma forte redução de pedidos, em 21,1% em relação ao mesmo período de 2019. Os pequenos atrasos mencionados acima provavelmente mitigaram o impacto para os clientes internacionais, em 19,4% por cento, o que não é tão ruim quanto o resultado negativo de 25,3 registrado pela demanda doméstica.
“Está claro que o encolhimento generalizado e o bloqueio posterior das atividades de produção impactaram os resultados, causando uma crise de demanda que provavelmente influenciará o ano inteiro. As ações dos governos e instituições nacionais, europeias e globais para apoiar a economia e cada setor serão críticas em um futuro próximo”, afirma Dario Corbetta, diretor geral da Acimall.
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O livro de pedidos é de 2,6 meses, enquanto os preços aumentam 0,8%. Em uma situação que não é apenas “difícil”, as receitas no primeiro trimestre obviamente mostram uma tendência muito diferente das encomendas, diz a Acimall, uma queda de “apenas” 8,8%. Basicamente, as empresas do setor poderiam finalizar e entregar todos os pedidos pendentes, mas as preocupações com o futuro levaram muitos clientes a adiar todas as decisões de investimento, aguardando uma perspectiva mais segura.
Pesquisa Acimall
A pesquisa de qualidade revela todos os medos dos empresários do setor: 69% esperam queda na produção, 19% preveem alguma estabilidade e apenas 12% acreditam em uma tendência positiva. Também se espera uma tendência “estacionária” para o emprego, de acordo com 75% da amostra, enquanto 6% esperam um aumento e 19% temem o encolhimento. Os estoques disponíveis são fixos em 44%, aumentando em 37% e caindo nos 19% restantes.
Por último, mas não menos importante, o número que é tradicionalmente apresentado pela pesquisa trimestral do escritório de Estudos Acimall, é o sentimento para o futuro próximo. A pesquisa de previsão mostra uma situação dominada por preocupações, tanto pela tendência da demanda doméstica quanto pelas baixas chances de encontrar compensação no exterior: 13% dos entrevistados esperam um aumento nas encomendas no exterior, mas 31% acreditam que não haverá mudanças. E 56% temem que o pior ainda esteja por vir (saldo negativo 43). Nenhum empresário está otimista em relação aos pedidos recebidos da indústria italiana de madeira e móveis: 37% esperam alguma estabilidade, enquanto 63% acreditam que a tendência de queda continuará.