Esqueletos ergonômicos na indústria moveleira
Equipamentos reduzem os riscos de problemas ergonômicos e melhoram a qualidade de vida dos profissionais do chão de fábrica, aumentando a produtividade das empresas
Publicado em 24 de outubro de 2023 | 08:00 |Por: Thiago Rodrigo
Entre 2012-2021, 22.954 mortes no mercado de trabalho formal foram registradas no Brasil, sendo que apenas em 2021, foram comunicados 571,8 mil acidentes e 2.487 óbitos associados ao trabalho, com aumento de 30% em relação a 2020. Os dados do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, também mostram que Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) concedeu R$ 2,5 milhões de benefícios previdenciários acidentários, incluindo auxílios-doença, aposentadorias por invalidez, pensões por morte e auxílios-acidente. No mesmo período, o gasto previdenciário ultrapassou os R$ 120 bilhões somente com despesas acidentárias. Quantas poderiam ser evitadas com o uso de esqueletos ergonômicos na indústria moveleira?
O uso de exoesqueletos, estruturas e equipamentos mecânicos vestíveis que reduzem o esforço em atividades humanas específicas, pelos trabalhadores do chão de fábrica de qualquer indústria, pode resguardar profissionais e empresas de acidentes, além de, a longo prazo, impactar indiretamente no corpo da pessoa o reflexo de um trabalho de muito esforço ou má postura.
Em linhas gerais, os exoesqueletos e exovestíveis podem ser acoplados em diferentes partes do corpo como braços, mãos ou com foco em um conjunto muscular, como os membros superiores, lombar e pernas. Existem diversos modelos dessa tecnologia para o trabalhador do chão de fábrica, sendo os que os passivos utilizam a mecânica natural do movimento do corpo, enquanto os ativos contam com atuadores eletrônicos e sensores que influenciam e até controlam os movimentos.
As aplicações mais utilizadas são nas áreas de saúde (recuperação ou autonomia), industrial (proteção e força aumentada) e militar (super soldados). Em geral os exoesqueletos têm uma estrutura rígida, geralmente feita de materiais como alumínio e fibra de carbono, enquanto os exovestíveis são feitos com outros materiais ou como no caso da Exy Innovation Company, 100% em tecido.
Essa empresa brasileira está há pelo menos sete anos testando e experimentando com diferentes tipos de indústrias e funções para encontrar soluções mais acessíveis e alinhadas às demandas do mercado brasileiro. “Nosso interesse aconteceu, ao perceber que as doenças e acidentes de trabalho afetam a vida de milhões de pessoas, milhares de empresa e custam alto para todos os setores, inclusive o público”, assinala o CEO da Exy, Alfredo Kiryl Marczynski.
Apesar de ter um objetivo simples, aplicado com foco na redução da fadiga, na qualidade de vida dos trabalhadores em atividades de risco ou operações em que a robótica e a automação são inviáveis, as soluções da empresa são complexas. “São inúmeros os fatores que impactam no desenvolvimento de um exoesqueleto, passa pelas condições do ambiente, biotipo físico do usuário, até quais as atividades e movimentações serão realizadas”, aponta.
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