Farben e os desafios de 2021 no setor moveleiro

Um ano para ficar para a história: Edmilson Zanatta, CEO da Tintas Farben compartilha o que a empresa passou neste ano

Publicado em 23 de dezembro de 2021 | 10:00 |Por: Thiago Rodrigo

Em 2020, com pandemia, recessão e depois a aceleração de vendas, a previsão é de que haveria estabilidade em 2021, com as vendas voltando aos níveis de 2019 mais algum incremento. Contudo, o que o mercado não sinalizou e surpreendeu a Farben foi o aceleramento nos custos. “Todo mês, toda semana, havia uma surpresa em custos de matéria-prima, em contêineres de importação. Chegou a passar de US$ 15 mil um contêiner vindo da Ásia, o que antes estava em torno de US$ 1 mil. Mesma coisa com o dólar, não houve redução, pelo contrário, houve um aumento muito grande e nossas matérias-primas são precificadas em dólar, além do aumento do petróleo”, desabafa Edmilson Zanatta, CEO da Tintas Farben.

Essa conjuntura fez com que o custo de matéria-prima chegasse a um patamar nunca visto antes em todo o mundo, não só no Brasil. Zanatta aponta que, em 2021, todas as variáveis subiram ao mesmo tempo e as empresas tiveram que absorver grande parte destes aumentos porque o mercado não aceitava reajustes. “Então, o grande desafio foi administrar as margens de contribuição, os custos fixos da empresa para mitigar os prejuízos”, frisa. Com um estoque do qual, no preço médio, não precisava repassar custos ao cliente, a empresa ficou na perspectiva de que os preços baixariam, como ocorreu em outros anos.

“Só que desta vez não houve redução e todo mês vinha uma surpresa em aumento de preços de matérias-primas, até que tivemos que repassar parte destes custos. Mas ficamos com dificuldade de fazer reajustes porque a inflação dos químicos chegou a 60%, teve matéria-prima que triplicou o preço”, destaca. Para lidar com esse cenário, a Farben trabalhou muito na produtividade. “Reduzimos custos fixos para absorver a redução que houve na margem de contribuição. Também seguramos alguns investimentos para gerar caixa e suportar esse momento de margem reduzida. Cuidamos muito do caixa para ultrapassar este momento”. Agora, a partir de fevereiro de 2022, Zanatta tem a expectativa de ter alguma estabilidade nos preços de matéria-prima e até redução.

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A empresa tinha investimentos previstos, mas no primeiro momento da pandemia teve de cortar todos, passando a dar mais atenção aos processos. No período de 18 meses, a Farben trabalhou forte na mudança de processos, no layout da fábrica, ganhando bastante produtividade. Aproveitou a quarentena do mercado e passou a fazer planos de ampliação da capacidade de produção. Durante a pandemia, também antecipou lançamentos, pois a área técnica teve mais tempo para o desenvolvimento. Essas novidades deram robustez no portfólio de produtos e impulsionaram as vendas da Farben.

De olho na preservação do meio ambiente, a Farben firmou parceria com laboratórios de inovação de universidades para o desenvolvimento de produtos e soluções disruptivas, além do uso de novas tecnologias. Os frutos dissos estão sendo preparadas para serem lançadas em 2022. “Também estamos fazendo um grande trabalho com produtos de origem renovável e reciclável, acelerando este processo para aumentar o percentual de produtos renováveis e recicláveis”, diz Zanatta. Igualmente, a empresa intensificou ações de sustentabilidade e governança alinhadas à ESG e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, aderindo e se tornando signatários do movimento.

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