Fimma 2019 irá integrar segmento de rochas ornamentais
Aplicação de rochas ornamentais para o setor moveleiro tem grande potencial de crescimento e agregação de valor ao produto brasileiro em nível internacional
Publicado em 13 de abril de 2018 | 16:29 |Por:
A Feira Internacional de Máquinas, Matérias-Primas e Acessórios para a Indústria Moveleira (Fimma Brasil) 2019 anuncia uma novidade para edição do ano que vem: a inclusão de um espaço dedicado ao segmento de rochas ornamentais para o setor moveleiro. A ideia do projeto, segundo a organização da feira, é criar um vínculo intersetorial e explorar as possibilidades de aplicação de rochas na concepção de mobiliário como estratégia de aumentar a penetração do produto brasileiro no mercado internacional.
O Brasil é um dos principais produtores do mundo no segmento rochoso. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Rochas Ornamentais (Abirochas), o ano de 2017 totalizou 9,24 milhões de toneladas, sendo 6 milhões de toneladas para o mercado interno e 3,24 milhões de toneladas para o mercado externo. Em valores, foram comercializados cerca de US$ 1 bilhão no último ano.
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Atualmente a matéria-prima é aplicada em superfícies e em tampos de mobiliário e também é empregada como revestimento para chapas de MDF. Entretanto, o presidente da Fimma 2019, Henrique Tecchio, afirma que a proposta é ampliar a utilização de rochas ornamentais para o setor moveleiro e provocar inovações dentro da associação entre madeira e rochas.
O empresário explica que durante a Fimma 2019 serão articulados três pilares para unir o ramo de móveis e de rochas: os fornecedores de matéria-prima, o fabricante de móveis e o designer:
“Estamos trabalhando essa ideia como se fosse um laboratório. Começaremos com um espaço de 200 metros quadrados, já com alguns expositores confirmados (Rexfort e Pro Marmo). Determinadas empresas irão apresentar maquinários específicos para se trabalhar com rochas, enquanto outras demonstrarão a aplicabilidade da matéria. Estamos também trabalhando com uma consultoria e nos próximos meses divulgaremos um edital que lançará o desafio para estes três pilares. Tentaremos criar diferentes grupos, sendo que cada um será constituído por um fornecedor de rochas ornamentais, uma indústria moveleira e um designer”, explica Tecchio.
Abirochas vê grande potencial de rochas ornamentais para o setor moveleiro
O geólogo e consultor de rochas ornamentais da Abirochas, Cid Chiodi Filho, afirma haver um grande potencial de articulação produtiva entre este segmento e o moveleiro. Segundo ele, o Brasil é um grande produtor e exportador de matéria-prima rochosa (semiacabados como lâminas e chapas), e a atual estratégia das empresas do ramo é começar a investir em produtos acabados.
“Existe possibilidade grande de interação entre ambos os setores. Essa interação já existe, mais nos estados do Sul do Brasil. Temos como estratégia e solicitação comercial a procura de eventos em que possamos apresentar produtos acabados com rocha ornamental, e uma feira do segmento mobiliário está perfeitamente de acordo com essa proposta”.
Temos como estratégia e solicitação comercial a procura de eventos em que possamos apresentar produtos acabados com rocha ornamental, e uma feira do segmento mobiliário está perfeitamente de acordo com essa proposta
O geólogo também falou sobre a aplicabilidade das rochas e as diferentes características entre uma matéria-prima e outra, dando destaque para aquelas que tradicionalmente combinam com a fabricação de móveis de madeira.
“O marrom guaíba, cuja mais produção está em Santa Catarina, possui um tom marrom que combina perfeitamente com a madeira. Outro clássico é ardósia, encontrada facilmente em mineradoras catarinenses e de Minas Gerais. Mas o grande destaque é o quartzito, que possui muita afinidade com mobiliário porque parece com o mármore e, mais, detém propriedades físicas superior ao mármore. Isso porque uma das restrições do mármore é que ele, por ser mais mole, risca mais facilmente, além de ser suscetível à química e produtos ácidos como limão, refrigerante e vinho, o que não ocorre ao quartzito”, diz Chiodi Filho.