Petição da Abicol tem 500 assinaturas

Petição para evitar antidumping de fio têxtil de poliéster, principal insumo da indústria têxtil, tem 500 assinaturas

Publicado em 5 de julho de 2023 | 11:58 |Por: Thiago Rodrigo

Uma petição pública coordenada pela Associação Brasileira da Indústria de Colchões (Abicol), busca apoio dos empresários do setor colchoeiro para evitar a aplicação de uma medida antidumping para importação de fios de poliéster, principal insumo da indústria têxtil. O setor colchoeiro tem interesse considerando o consumo de tecidos para revestimento de colchões e travesseiros.

Até o momento a petição da Abicol tem cerca de 500 assinaturas, um número considerado relevante pela Abicol, mas deve crescer ainda mais nos próximos dias. Medidas antidumping costumam durar cinco anos. Se a suspensão for prorrogada por mais um ano, que é o objetivo da Abicol, a medida passará a valer a partir do terceiro ano somente a partir de 2024.

A Câmara de Comércio Exterior (Camex) do Ministério da Economia aprovou no dia 18 de agosto de 2022, a aplicação de uma medida antidumping para fios de poliéster, commodity que é o principal insumo da indústria têxtil. No entanto, apesar de reconhecer a prática de dumping nos filamentos sintéticos texturizados de poliésteres originários da Índia e da China, o Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) da Camex aprovou a suspensão imediata da aplicação da tarifa antidumping pelo prazo de um ano, prorrogável uma única vez por mais um ano, por razões de interesse público.

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A medida, obviamente, agradou fabricantes de tecidos sintéticos que importam o produto e que argumentaram ao longo do processo de investigação do dumping que a taxação poderia levar a um aumento dos custos de roupas, colchões e demais produtos que usam tecidos sintéticos.

Na época, Rogério Coelho, então presidente da Abicol, entidade que representa fabricantes de colchões, que importam o fio de poliéster para fabricar o tecido que reveste o colchão, afirmou que “a suspensão por um ano é um grande alívio, neste momento em que a inflação está em alta e vai beneficiar todo o setor colchoeiro”. O setor estima que se fosse aplicado o antidumping, o impacto no preço final para o consumidor poderia ser da ordem de 20%.

Em um parecer técnico apresentado em junho de 2022, foi sugerida uma sobretaxa de 5% para a importação da China e de 8% da Índia, segundo fontes do setor. A Abrafas representa quatro indústrias no Brasil — a mexicana PQS (Petroquímica Suape), a americana Unifi, a espanhola Antex (com sede em Curitiba), e a brasileira Dini Têxtil, do interior de São Paulo. Juntas, atendem 25% da demanda nacional pelo fio de poliéster.

“Temos capacidade ociosa e com investimentos não expressivos ela pode ser ampliada. Não queremos impedir ninguém de importar, mas que não importem com um preço desleal” afirmou o diretor executivo da Abrafas, José Eduardo Cintra de Oliveira, também ouvido na época em que a Camex suspendeu por um ano a aplicação da tarifa antidumping.

Agora, a Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, tornou público o pedido de reaplicação do direito antidumping com a exigibilidade suspensa por razões de interesse público, nos termos da Resolução GECEX nº 385, de 2022. E abriu prazo de trinta dias, a contar da publicação da Circular (30 de maio), para o recebimento de manifestações sobre o pedido em questão nos autos dos processos mencionados. Após obter a prorrogação, em agosto de 2022, a Abicol divulgou nota.

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