Produção de móveis cresce 4% em abril
Depois de cair em março, produção de móveis registra alta em relação ao mês anterior; acumulado do ano tem é de -25% em comparação a 2021
Publicado em 3 de junho de 2022 | 13:04 |Por: Thiago Rodrigo
A produção de móveis em abril de 2022 cresceu 4% em relação a março. Após crescer em fevereiro e decrescer em março, produção de móveis registra bom número no quarto mês do ano.
Mesmo assim, o acumulado do ano é de -25% em relação ao mesmo período de 2021, a menor entre as atividades industriais e muito menor que os -3,4% da indústria geral – mostrando que 2021 foi o grande ano do setor moveleiro.
Em relação a abril de 2021, o setor moveleiro segue no ritmo da “normal” queda, considerando os ótimos números de 2021. Registrou queda de -11,6% que o mesmo mês do ano passado, embora nesse comparativo há um decrescimento: em março foi -22,7%, em fevereiro -28,3% e em janeiro -33%.
No acumulado dos últimos 12 meses, a produção de móveis tem recuo de 16,7%, novamente a menor entre as atividades industriais. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na média móvel trimestral, o trimestre fevereiro, março e abril teve aumento de 0,5% comparado ao trimestre anterior, janeiro, fevereiro e março, tanto na produção de móveis quanto na indústria geral.
Indústria geral
Em abril de 2022, a produção industrial nacional mostrou variação positiva de 0,1% frente a março, na série com ajuste sazonal. Este é o terceiro resultado positivo consecutivo, acumulando nesse período expansão de 1,4%. Nesta comparação, houve altas em duas das quatro grandes categorias econômicas e em 16 dos 26 ramos pesquisados.
Já em relação a abril de 2021, houve queda de 0,5%, nona taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação, mas a menos intensa dessa sequência. No acumulado do ano, frente ao mesmo indicador de 2021, a indústria recuou 3,4%. O acumulado nos últimos doze meses recuou 0,3% em abril e marcou o primeiro resultado negativo desde março de 2021 (-3,1%), mantendo a trajetória descendente iniciada em agosto de 2021 (7,2%).
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Entre as grandes categorias econômicas, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, bens de consumo semi e não duráveis (2,3%) e bens intermediários (0,8%) assinalaram as taxas positivas. Por outro lado, os setores produtores de bens de capital (-9,2%) e de bens de consumo duráveis (-5,5%) apontaram os recuos nesse mês, com ambos interrompendo dois meses seguidos de crescimento na produção, período em que acumularam avanços de 12,1% e 3,8%, respectivamente.
Análise da produção
André Macedo, gerente da pesquisa, explica que, embora modesta, há uma melhora no comportamento da indústria, bem caracterizada pelos últimos três meses de resultados positivos. Porém, essa mudança ainda é insuficiente para compensar as perdas do passado:
“O ganho acumulado de 1,4% nesse período de fevereiro a abril não elimina nem a queda de 1,9% registrada em janeiro. Mesmo que nos últimos 6 meses a indústria tenha mostrado 5 taxas no campo positivo, ainda assim está 1,5% abaixo de fevereiro de 2020 e 18% abaixo do ponto mais alto da série, em maio de 2011”.
De acordo com Macedo, as plantas industriais ainda percebem o aumento do Segundo o pesquisador, essa melhora está atrelada ao fim das restrições sanitárias, mas os fatores que dificultam uma retomada da indústria permanecem: as plantas industriais ainda percebem o aumento do custo de produção e refletem a escassez de algumas matérias-primas, justificando a menor intensidade do ritmo da produção industrial.
“Pelo lado da demanda doméstica, os juros elevados dificultam o acesso ao crédito e inibem os investimentos, a inflação em patamares elevados diminui a renda das famílias, o mercado de trabalho ainda não se recuperou e a massa de rendimentos não avança. Assim, há menor recurso por parte das famílias para que a demanda doméstica alavanque o consumo e a produção”, contextualiza Macedo.