Produção de móveis em 2022 tem queda

Segundo IBGE, produção de móveis em 2022 registra queda de 16,2%, após os números do setor moveleiro em 2021

Publicado em 3 de fevereiro de 2023 | 12:42 |Por: Thiago Rodrigo

A produção de móveis em 2022 registrou queda de 16,2% em relação a 2021. O resultado é compreensível com os valores apontado ano passado e, também, em 2020, dois anos marcados pelo impacto da pandemia na sociedade e no comportamento do consumidor de móveis. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Produção de móveis em dezembro

A produção de móveis em dezembro de 2022, comparado a novembro de 2022, cresceu 7,6%. Em relação a dezembro de 2021, o setor moveleiro registrou queda de 3,1%, melhorando o desempenho recente. Na média móvel trimestral, a produção de móveis obteve crescimento de 2,5%.

Indústria geral

Em dezembro de 2022, a produção industrial nacional mostrou variação nula (0,0%) frente a novembro, na série com ajuste sazonal. Frente a dezembro de 2021, a indústria recuou 1,3%, após quatro meses de crescimento nesta comparação: novembro (0,9%), outubro (1,7%), setembro (0,4%) e agosto (2,8%) de 2022. A média móvel trimestral em dezembro foi de 0,1%.

Com o resultado, a indústria brasileira encontra-se 2,2% abaixo do patamar pré-pandemia da Covid-19 (fevereiro de 2020) e 18,5% abaixo do nível recorde da série, de maio de 2011. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada hoje (3) pelo IBGE.

Em 2022, a indústria acumula um recuo de 0,7%, após acumular alta de 3,9% em 2021. Em relação a igual período de 2021 os índices da indústria foram positivos tanto no fechamento do 4º trimestre de 2022 (0,5%), como no acumulado do segundo semestre do ano (0,7%).

Em 2021, havia fechado com alta de 3,9%. A queda de 2022 vem precedida de uma alta em 2021, mas anteriormente, a indústria havia registrado duas quedas seguidas, em 2019 (-1,1%) e 2020 (-4,5%).

Análise da indústria

Segundo o gerente da pesquisa, André Macedo, a indústria tem comportamento predominantemente negativo nos últimos anos. “Muito do crescimento de 2021 (3,9%) tem relação direta com a queda significativa de 2020, ocasionada por conta do início da pandemia. Avançou em 2021, mas foi influenciada por uma base baixa de comparação e não superou as perdas de 2020”, relembra.

Dessa forma, ao longo do ano de 2022, o setor industrial respondeu às medidas de incremento da renda realizada pelo governo, como por exemplo a antecipação do 13º para aposentados e pensionistas, liberação do FGTS, adoção de medidas de estímulo ao crédito, Auxílio-Brasil e auxílio concedido aos caminhoneiros, entre outros. “Ao longo do segundo semestre, essa resposta perdeu fôlego e a indústria teve um comportamento de menor intensidade e com maior frequência de resultados negativos”, afirma Macedo.

Confira indicadores do setor moveleiro no eMóbile

O recuo da indústria nacional em 2022 também é explicado por fatores como a taxa de juros em elevação, que afeta diretamente os custos de crédito, além da inflação, principalmente dos alimentos, que impacta na renda das famílias e, por consequência, no consumo, elenca o pesquisador. “Também há influência do aumento nas taxas de inadimplência e de endividamento. E o mercado de trabalho, que embora tenha mostrado clara recuperação ao longo do ano, ainda se caracteriza pela precarização dos postos de trabalhos gerados”, completa.

A queda de 0,7% no fechamento de 2022 atingiu todas as quatro grandes categorias econômicas, além da maioria dos ramos (17 de 26), dos grupos (54 de 79) e dos produtos (62,4% dos 805 pesquisados). “É um perfil disseminado de recuo, que demonstra que a indústria nacional viveu, em 2022, uma retração que atinge diferentes grupos e segmentos da produção”, diz Macedo.

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