Região Sul apresenta queda nas exportações de móveis em 2020, diz Abimóvel
Comparado a 2019, houve redução em valores no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina; por outro lado, Pará e Rio de Janeiro apresentam crescimento
Publicado em 22 de março de 2021 | 08:00 |Por: Thiago Rodrigo
Que os estados da região Sul do Brasil são os maiores exportadores de móveis, não é novidade, há anos representam no mínimo mais de 80% das exportações de móveis do País. No último ano, Santa Catarina (41,3%), Rio Grande do Sul (27,6%) e Paraná (14,9%) corresponderam a 83,9% das exportações de móveis entre janeiro e dezembro de 2020.
Apesar do número bastante expressivo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul apresentaram queda no valor exportado frente ao mesmo período de 2019. O primeiro com redução de US$ 5,9 milhões e o segundo com queda de US$ 16,2 milhões nas vendas ao exterior durante o ano passado. O Paraná, em contrapartida, experimentou crescimento de US$ 2,3 milhões no mencionado período.
Os dados fazem parte do relatório “Conjuntura de Móveis”, idealizado pela Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel) em parceria com o Iemi – Inteligência de Mercado.
Em termos de crescimento na participação das exportações de móveis brasileiros, destaque para o Pará e para o Rio de Janeiro. Eles contam com porcentagens ainda discretas — 0,2% e 0,3%, respectivamente.
Entretanto, o estado paraense apresentou evolução de 121,5% nas exportações nos 12 meses de 2020. A indústria moveleira carioca exportou 93,4% a mais no mesmo período comparado a 2019. Já em São Paulo, observou-se variação positiva de 8%, somando 12,1% de participação em 2020.
Valor do quilo exportado
Para entender os números acima, é imprescindível compreender o movimento de queda no valor médio do quilo exportado. Entre os dez maiores exportadores brasileiros de móveis em 2020, esse movimento só não foi observado nas exportações do Pará, que teve seus preços elevados em dólares por quilo: aumento de 3,10%, saltando de US$ 4,11 para US$ 4,24.
Todos os demais estados registraram queda no preço médio em 2020, como é possível ver na tabela abaixo. Ainda entre os dez maiores estados exportadores, a Bahia é a que responde pelo maior preço médio nas exportações de móveis e colchões do Brasil, com US$ 8,53 por quilo, quase cinco vezes maior que a média nacional.
Principais estados importadores
O estado de São Paulo foi responsável por 37,4% das importações brasileiras de móveis e componentes para móveis no acumulado do ano passado. Apesar disso, houve queda de 6,7% na comparação do consolidado de 2019 para 2020.
Em seguida, aparece Santa Catarina com participação de 37%. O Rio de Janeiro vem na terceira posição, com participação de 8,3%. Isso demonstra que mesmo em um ano atípico, as indústrias importaram componentes, uma relação direta com o crescimento da produção industrial e do aquecimento do mercado interno.
O destaque fica, portanto, para os estados da região Sudeste, que, juntos, foram responsáveis por cerca de 50,7% dos valores importados no acumulado do ano. Enquanto a região Sul foi responsável por 44,8%. Chegando, assim, a quase o número total das importações na indústria moveleira nacional em 2020.
Exportações de móveis
A exportação de móveis é uma atividade importante na dinâmica e impulsionamento da cadeia do mobiliário, propiciando relevantes oportunidades. Por isso, independentemente do tamanho da sua empresa e de seu segmento de atuação, não menospreze o seu potencial de internacionalização.
Considerar a possibilidade de se abrir ao comércio externo – especialmente com as facilidades trazidas com a expansão do e-commerce, das novas modalidades logísticas e do trabalho de fomento à exportação realizado pela Abimóvel e a Apex-Brasil por meio do Projeto Brazilian Furniture – pode ser um ótimo incremento para o futuro do seu negócio e a ampliação de parcerias no setor moveleiro.