Abimóvel divulga desempenho da indústria de móveis no 1º semestre
Resultados preliminares da Abimóvel indicam leve retomada de fôlego ao final da primeira metade do ano na indústria móveis
Publicado em 12 de setembro de 2022 | 07:50 |Por: Thiago Rodrigo
Após crescer 15,4% em maio na comparação com o mês anterior, a indústria brasileira de móveis experimentou um recuo de 3,5% na passagem do quinto para o sexto mês do ano. Ainda assim, a produção de móveis em junho manteve-se em patamar satisfatório, tendo sido fabricadas 31,5 milhões de peças no período. Sendo este o segundo melhor resultado de 2022, até o momento.
Apesar da retomada nos últimos dois meses, resultados preliminares do primeiro semestre do ano apontam para um declínio de 19,8% em relação a igual período em 2021, quando o setor moveleiro vivia uma onda aquecida de vendas. Nos últimos 12 meses, desempenho semelhante: -19,9%.
Em valores, a receita preliminar da indústria de móveis alcançou o montante de R$ 6,3 bilhões em junho de 2022, recuo de 3,3% sobre o mês anterior. No acumulado do ano, a queda foi de 11,6%.
Já o preço médio de produção nesse cenário foi de R$ 191,75 por peça em junho de 2022. Um leve aumento de 0,25% em relação a maio. De janeiro a junho deste ano houve estabilidade.
Do total de peças produzidas, 30 milhões foram destinadas ao mercado interno, com o consumo aparente caindo 3,7% no mês de junho em relação a maio.
No acumulado do semestre, a queda gira em torno de 20,6%, quando comparado com o mesmo período do ano passado. Nos últimos 12 meses registou-se uma desaceleração de 18,6%.
A participação dos produtos importados sobre o consumo interno nacional, por sua vez, foi de 1,2% em junho de 2022.
Já as exportações registraram valor de US$ 74,5 milhões no sexto mês do ano, subindo 2,5% em relação ao mês anterior. Em julho, contudo, houve recuo de 1,8% comparado com o mês anterior, com o valor exportado pela indústria brasileira de móveis ficando em US$ 73,2 milhões.
Os indicadores são extraídos da “Conjuntura de Móveis”, relatório mensal desenvolvido pelo Iemi – Inteligência de Mercado com exclusividade para a Abimóvel.
Emprego e investimentos
O emprego, que foi um dos destaques da última edição do estudo, continuou em alta no mês de junho: +0,6% em comparação com maio. Ainda assim, há queda de 7,2% no acumulado do primeiro semestre deste ano sobre igual semestre no ano passado.
As importações de máquinas para fabricação de móveis, que também vinham em ascensão, fecharam o semestre com aumento de 50,9%. Apontando para um cenário de confiança por parte dos empresários industriais nos próximos meses.
Os segmentos que apresentaram os maiores resultados no período foram:
1. Outras (473,3%)
2. Máquinas para fender, seccionar, desenrolar (60,0%)
3. Máquinas-ferramenta para madeira (29,9%)
“Com esses investimentos também aumentamos a nossa capacidade produtiva. O que nos capacita a atender uma provável alta de demanda que teremos após a acomodação da economia pós-pandêmica e o pós-guerra”, acredita Irineu Munhoz, presidente da Abimóvel.
Varejo de móveis no 1º semestre
Por fim, as vendas no varejo caíram em média 12,5% no volume de peças comercializadas na passagem de maio para junho de 2022. No acumulado de janeiro a junho, o indicador registrou uma variação negativa na ordem de 6,9%. E nos últimos doze meses houve uma queda 11,1%.
A receita também baixou. Os valores das vendas de móveis no varejo registraram queda de 11,5% na passagem dos dois últimos meses do semestre. Assim, o acumulado dos primeiros seis meses do ano indica aumento de 6,9%. Em 12 meses a variação saltou 1%.
Ressalta-se que segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os preços nacionais de mobiliário apresentaram aumento de 1,10%, em julho frente a maio de 2022. No ano, o índice registra um acúmulo de 12,68% no nível de preços.
“Eventos como a pandemia e a guerra alteraram de forma substancial os arranjos produtivos no mundo todo, desorganizando a cadeia de abastecimento e causando escassez de muitos produtos, reduzindo a oferta e aumentando os preços, o que provocou inflação em todo o mundo, além do aumento dos juros e a perda do poder aquisitivo, causando retração na demanda no início deste ano. Apesar de tudo isso, nossa economia tem se mostrado resiliente e assertiva nas ações, o que nos mantém confiantes de que em breve estaremos com a demanda em alta”, aponta o presidente da Abimóvel.