Confiança segue avançando em abril

Índices de confiança do consumidor e empresariado, medidos pelo FGV IBRE atingem maior nível desde outubro de 2022

Publicado em 23 de maio de 2024 | 11:36 |Por: Júlia Magalhães

Em abril, os índices de confiança tanto do consumidor quanto o empresarial seguiram em crescimento.  O Índice de Confiança do Comércio (ICOM) do FGV IBRE registrou um avanço de 5,1 pontos, atingindo 95,5 pontos, o patamar mais alto desde setembro de 2022 (96,6 pontos). Em termos de médias móveis trimestrais, o índice aumentou pelo quinto mês consecutivo, em 1,7 ponto, alcançando 91,8 pontos.

“Observamos um avanço mais significativo na confiança do comércio, impulsionado por uma variação disseminada no setor, com cinco dos seis principais segmentos registrando crescimento no mês. O retorno dos indicadores a níveis atingidos em 2022 sugere um cenário relativamente mais favorável após um período desafiador. Destaca-se o indicador que avalia o volume da demanda, que se aproxima do nível de neutralidade. Embora o cenário para uma recuperação sustentada nos próximos meses permaneça incerto, as notícias positivas sobre o aumento do rendimento da população e a confiança dos consumidores trazem um tom otimista ao setor”, comenta a economista do FGV IBRE, Geórgia Veloso.

O aumento da confiança ocorreu em cinco dos seis principais segmentos do setor. O Índice de Expectativas (IE-COM) registrou sua segunda variação positiva consecutiva, com um avanço de 4,6 pontos, alcançando 92,9 pontos, o maior nível desde outubro de 2022 (93,0 pontos).

Ambos os componentes do IE-COM apresentaram variações positivas no mês: o indicador das perspectivas de vendas para os próximos três meses subiu 5,5 pontos, alcançando 92,5 pontos, enquanto as expectativas sobre a tendência dos negócios nos próximos seis meses avançaram 3,5 pontos, chegando a 93,4 pontos.

De forma semelhante, o Índice de Situação Atual (ISA-COM) apresentou um avanço de 5,5 pontos, atingindo 98,5 pontos, com resultados positivos em ambos os indicadores que o compõem: o indicador que avalia o volume de demanda atual subiu 5,4 pontos, atingindo 99,1 pontos, o maior nível desde junho de 2022 (100,2 pontos), enquanto as avaliações sobre a situação atual dos negócios apresentaram uma variação positiva pelo terceiro mês consecutivo, com um aumento de 5,3 pontos, alcançando 97,8 pontos.

Empresariado também segue confiante

O Índice de Confiança Empresarial (ICE) do FGV IBRE também registrou um avanço em abril, com um aumento de 0,6 ponto, alcançando 95,8 pontos, o maior valor desde outubro de 2022. Em termos de médias móveis trimestrais, o ICE permaneceu praticamente estável, com uma variação de +0,1 ponto.

“O aumento da confiança empresarial em abril ocorre de maneira heterogênea, com elevações no Comércio e Indústria e quedas em Serviços e Construção. Destaca-se o aumento significativo de 5,1 pontos na confiança do Comércio, impulsionado por uma melhora expressiva nas percepções sobre a situação atual, tanto em segmentos mais relacionados a bens essenciais quanto em segmentos de compra eletiva, como o de móveis e eletrodomésticos. Com esse aumento, o nível de confiança do setor se aproximou dos demais, resultando na menor dispersão entre os índices de confiança dos quatro setores desde maio de 2015. O panorama neste início do segundo trimestre, assim como no primeiro, segue sendo de crescimento moderado do nível de atividade”, avalia o superintendente de estatísticas do FGV IBRE, Aloisio Campelo Jr.

No último mês, o aumento do ICE foi impulsionado por avanços em seus dois índices-componentes. O Índice de Expectativas Empresariais (IE-E) aumentou 0,6 ponto, alcançando 95,7 pontos, com destaque para a melhora nas projeções de demanda para os próximos três meses, especialmente nos setores do Comércio e Indústria.

O indicador que mensura essa percepção registrou um aumento de 1,0 ponto, atingindo 95,6 pontos. Além disso, o otimismo em relação ao ambiente de negócios nos próximos seis meses também apresentou uma elevação, com alta de 0,3 ponto, atingindo 95,9 pontos.

Por sua vez, o Índice da Situação Atual Empresarial (ISA-E) avançou 0,5 ponto no mês, atingindo 95,9 pontos, o patamar mais elevado desde outubro de 2022. Ambos os seus componentes, que avaliam a percepção atual da Demanda Atual e a Situação Atual dos Negócios, apresentaram incrementos de 0,6 e 0,3 ponto, respectivamente.
​​​​​​​Incerteza na economia subiu

Ponto negativo no quarto mês do ano, é O Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br) da Fundação Getulio Vargas subiu 2,7 pontos em abril, para 106,5 pontos, embora permaneça em um patamar favorável.

“Após dois meses de queda o Indicador de Incerteza volta a subir em abril, motivado por incertezas em relação às contas públicas e uma deterioração do cenário externo, com os conflitos no Oriente Médio e dúvidas no front monetário da economia norte-americana. A alta do IIE-Br, no entanto, foi compensada pelo comportamento em sentido contrário do componente de expectativas, que recuou e registrou o menor nível desde 2015, influenciado pela menor dispersão das previsões para a inflação 12 meses à frente. Apesar da alta, o indicador se mantém em patamar favorável, abaixo dos 110 pontos.”, afirma Anna Carolina Gouveia, economista da FGV IBRE.

O componente de Mídia subiu 4,2 pontos, para 109,8 pontos, maior nível desde janeiro deste ano (112,2 pts.), contribuindo positivamente com 3,7 pontos para a evolução do índice agregado. O componente de Expectativas, que mede a dispersão nas previsões de especialistas para variáveis macroeconômicas, recuou 4,3 pontos, para 90,8 pontos, menor nível desde fevereiro de 2015 (88,7 pts.), contribuindo de forma negativa com 1,0 ponto para o IIE-Br.

Impacto no varejo moveleiro

Os recentes avanços nos índices de confiança do consumidor e empresarial, conforme medidos pelo FGV IBRE, têm implicações significativas para o varejo de móveis no Brasil.

Com o Índice de Confiança do Comércio (ICOM) registrando um notável aumento de 5,1 pontos em abril, atingindo 95,5 pontos – seu nível mais alto desde setembro de 2022, percebe-se um clima otimista no setor.

Esse crescimento, impulsionado por melhorias nas percepções sobre a situação atual e expectativas de vendas futuras, sugere uma recuperação gradual após um período desafiador. Especialmente relevante é o aumento significativo na confiança do comércio, destacando-se segmentos como móveis e eletrodomésticos, que experimentaram melhorias expressivas.

Paralelamente, o Índice de Confiança Empresarial (ICE) também apresentou um avanço, evidenciando um cenário de otimismo entre os empresários, especialmente nos setores de comércio e indústria, o que sugere um impulso adicional para o varejo moveleiro. No entanto, a elevação do Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br) em abril ressalta a importância de monitorar de perto o ambiente econômico em constante mudança.

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