Produção de móveis e colchões cresce 4,1% no 1º trimestre
Presidente da Abimóvel reforça, porém, que “ainda há muito a ser feito para garantir resultados mais consistentes” na produção de móveis e colchões em 2023
Publicado em 7 de julho de 2023 | 10:01 |Por: Thiago Rodrigo
A indústria de móveis e colchões no Brasil fechou o primeiro trimestre do ano com avanço na produção. No mês de março, foram fabricadas 32,3 milhões de peças, representando um aumento de 17,0% em relação ao mês anterior. É o que indica a nova edição da “Conjuntura de Móveis”, estudo da Abimóvel (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário) desenvolvido em parceria com o Iemi, a partir do levantamento de dados em fontes oficiais de pesquisa.
Com o resultado, o acumulado de janeiro a março registrou crescimento de 4,1% em comparação ao mesmo período de 2022. Desempenho que vem colaborando também para reverter a trajetória de queda no volume produzido nos últimos 12 meses, que ficou em 8,0% até março de 2023.
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Segundo o presidente da Abimóvel, Irineu Munhoz, o aumento na produção em março é um bom sinal para o setor, mas é necessário ainda cautela ao avaliar a progressão de desempenho, que “continua sendo impactado pela instabilidade na economia, na cadeia de abastecimento e no setor logístico nos últimos anos”.
Receita acumulada da produção de móveis
O setor moveleiro também registrou aumento na receita em março de 2023. De acordo com a Abimóvel, o faturamento da indústria de móveis e colchões alcançou R$ 6,3 bilhões no terceiro mês do ano, representando um crescimento de 17,1% em relação ao mês de fevereiro.
No acumulado do primeiro trimestre do ano, a alta na receita foi de 5,4% em comparação ao mesmo período em 2022. No entanto, nos últimos 12 meses, ainda foi observado um recuo de 3,6%.
Por outro lado, é importante ressaltar também que o preço médio de produção de móveis foi de R$ 194,52 por peça em março de 2023, o que significa um aumento de 0,06% em relação ao mês anterior. No acumulado do ano, o índice registra alta de 2,79%. Nos últimos doze meses, o preço médio da produção subiu 1,91%.
Consumo interno de móveis e colchões
O consumo aparente de móveis e colchões — ou seja, o consumo interno — foi de 31,2 milhões de peças em março de 2023. O número representa um aumento de 14,9% em relação ao mês anterior. Com isso, o acumulado do primeiro trimestre fechou com alta de 5,4% ante o mesmo período em 2022.
A participação dos importados no mês de março foi de 2,5%. O que nos leva ao comércio exterior no setor, que vem apresentando flutuações tanto nas importações quanto nas exportações.
Comércio exterior no setor de móveis
Em março de 2023, as importações alcançaram o valor de US$ 12,9 milhões, registrando uma queda de 13,9% em relação ao mês anterior. Já em abril, o montante importado foi de US$ 13,4 milhões, dessa vez um aumento de 3,6% em comparação ao terceiro mês do ano.
Por outro lado, as exportações tiveram um desempenho substancialmente positivo em março de 2023, com um valor de US$ 69,2 milhões em móveis e colchões exportados. O que representou alta de 40,0% em relação ao mês anterior. Frente a uma base comparativa alta, então, observou-se queda de 14,7% na passagem de março para abril, com as vendas ao exterior no quarto mês do ano alcançando US$ 59,1 milhões em receita.
Emprego e renda
De uma forma geral, a leve retomada na produção refletiu também nos indicadores do emprego na indústria de móveis brasileira. No mês de março foi registrado uma leve alta de 0,5% no montante de pessoal ocupado no setor em comparação ao mês anterior. No acumulado do ano, o crescimento é maior: +1,9%.
Dessa maneira, demonstrando a importância do setor produtivo para a manutenção do emprego e da renda no país. “Ainda há muito a ser feito para garantir resultados mais consistentes e sustentáveis tanto na indústria quanto no varejo nacional. O que depende, contudo, da união de interesses e esforços entre o empresariado e o setor público”, reforça o presidente da Abimóvel.
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Ele enfatiza: “Precisamos trabalhar em conjunto para fortalecer o setor moveleiro e defender a indústria nacional. Com ações conjuntas entre empresários, entidades representativas e o governo, buscando a estruturação e aplicação de políticas tais como incentivos fiscais, desburocratização de processos e o estímulo à inovação, para criar um ambiente favorável ao investimento, impulsionar a geração de empregos e fortalecer a competitividade no mercado nacional e internacional”.
Nesse sentido, a Abimóvel tem focado esforços na retomada da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Setor do Mobiliário, uma estratégia entre a entidade e o Congresso Nacional, com apoio de deputados e senadores, para a ampliação do diálogo com o Governo Federal.
“A expectativa é que, com as medidas adequadas e o apoio necessário, o setor de móveis possa consolidar sua recuperação e retomar um ritmo de crescimento mais consistente a partir dos próximos meses”, finaliza o presidente da entidade.