Setor moveleiro: empresas poderão recorrer a linhas de crédito para lidar com a crise

Prazo para a solicitação vai até o dia 31 de dezembro de 2020

Publicado em 7 de abril de 2020 | 14:59 |Por: Everton Lima

Ontem (06), o Conselho Monetário Nacional (CMN) editou a Resolução n°4.798, de 06/04/2020, que institui linhas de crédito especiais com recursos dos Fundos Constitucionais de Financiamento do Norte (FNO), do Nordeste (FNE) e do Centro-Oeste (FCO).

As linhas são destinadas a atender aos setores produtivos, industrial, comercial e de serviços dos municípios com estado de calamidade pública reconhecido pelo Poder Executivo em decorrência da emergência de saúde pública relacionada à Covid-19.

A Resolução estabelece linhas de crédito especiais destinadas às atividades produtivas de pessoas físicas e pessoas jurídicas. Essas linhas especiais destinam-se ao financiamento de capital de giro, limitado a R$ 100 mil por beneficiário, e de investimentos, limitado R$ 200 mil por beneficiário.

A taxa de juros dos financiamentos é de 2,5% ao ano. O prazo de reembolso, para a linha de capital de giro será de 24 meses. Para a linha de investimento, obedecerá aos prazos fixados pelos Conselhos Deliberativos dos Fundos Constitucionais. O prazo de contratação e de carência para todas as linhas de crédito será até 31 de dezembro de 2020.

A Resolução também suspende, por até 12 meses, as parcelas dos financiamentos vencidas e vincendas até dezembro de 2020, com eventual acréscimo ao vencimento final da operação, para as operações não rurais, adimplentes ou com atraso de até 90 dias na data da publicação da Resolução.

Setor moveleiro

Rogério Francio, presidente da Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (MOVERGS), afirma que a concessão de linhas de crédito com juros reduzida é bem-vinda neste momento. “Tudo o que vier para somar é importante neste momento. Sem dúvida, o setor moveleiro, por meio dos sindicatos, associações de todo o Brasil está unido, pleiteando que sejam colocadas o maior número de medidas e, consequentemente, linhas de crédito, à disposição dos empresários, sendo assim, nossa expectativa é que as condições atendam e possam se enquadrar para pequenas, médias e grandes empresas. Sendo assim, nossas expectativas são as mais positivas, pois temos visto que o governo está ciente e buscando saídas para atender a todos.

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Ele ainda opina sobre todas as medidas tomadas até este momento pelo Governo. “Acreditamos que o governo está tentando atuar da melhor maneira possível, em várias frentes, tanto para minimizar os prejuízos financeiros das empresas quanto no sentido de salvar vidas. Acredito que qualquer medida que venha em prol dos negócios é positiva. Em dias de incerteza, é difícil avaliar, no momento, se atendem de forma específica o setor moveleiro, com o passar dos dias, quando os empresários começarem a retomar as atividades, talvez possam ter uma ideia mais detalhada, um mapa da realidade. Nós, do setor moveleiro, não mediremos esforços para gerar o menor impacto possível na vida dos trabalhadores”.

Ademilse Guidini, presidente do Sindicato das Indústrias da Madeira e do Mobiliário de Linhares e Região Norte do Espírito Santo (Sindimol), também comentou as medidas. “As condições apresentadas parecem muito boas, mas muitas empresas ainda encontram restrições no processo de acesso ao crédito. Não basta só disponibilizar, fazer a oferta. Tem que desburocratizar e facilitar o acesso das empresas a estes recursos”, opina.

(Imagem: Marcello Casal JrAgência Brasil)

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