Varejo de móveis e colchões acumula queda em abril

Após crescer 13,1% na passagem de fevereiro para março de 2023, volume de vendas de móveis e colchões no varejo nacional voltou a sofrer queda

Publicado em 10 de agosto de 2023 | 10:00 |Por: Portal eMóbile

As vendas no varejo de móveis e colchões registraram declínio de 6,7% em abril na comparação com o mês anterior. Após crescer 13,1% na passagem de fevereiro para março de 2023, volume de vendas de móveis e colchões no varejo nacional volta a sofrer queda.

Sem acompanhar a leve evolução da indústria, que cresceu 2,4% em volume produzido no ano, as vendas da categoria no varejo caíram 6,4% de janeiro a abril de 2023 em relação ao mesmo período em 2022. Com isso, o recuo acumulado nos últimos 12 meses ficou ainda maior: -12,1% até abril.

Os dados fazem parte da mais recente edição da “Conjuntura de Móveis”, estudo desenvolvido pelo Iemi para a Abimóvel (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário) junto a fontes oficiais de pesquisa.

Receita das vendas no varejo de móveis e colchões

O estudo demonstra que também em termos de receita o resultado do quarto mês foi negativo: -6,4% na passagem de março para abril deste ano, quando foram comercializados o montante de R$ 8,4 bilhões em móveis e colchões no comércio varejista brasileiro.

Interessante pontuar, todavia, que quando se trata da receita acumulada no primeiro quadrimestre de 2023, o resultado é melhor do que no ano passado: +2,8%. Nos últimos 12 meses houve estabilidade: +0,3%.

Analisando-se o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), por exemplo, a carga inflacionária sobre o preço do mobiliário no varejo nacional acumulou 11,05% em 12 meses até abril de 2023, experimentando uma queda considerável no mês seguinte, maio, quando atingiu 9,80% em 12 meses, mantendo-se alta e afastando os consumidores das lojas de móveis e colchões.

Analisando o preço médio dos móveis no varejo, este foi de R$ 279,71 por peça em abril de 2023, representando aumento de 0,39% em relação ao mês anterior. Em maio, o preço médio subiu para R$ 280,68, uma elevação de 0,35% em comparação com abril.

No caso dos colchões, o preço médio no varejo atingiu R$ 557,65 por peça em abril, o que representou uma queda de 2,18% em relação ao mês anterior. Em maio, contudo, o preço voltou a subir, ficando na média de R$ 570,14 e representando, assim, um aumento de 2,24% na variação mês a mês.

Panorama do setor moveleiro no Brasil

No contexto econômico geral no Brasil, uma novidade aguardada é que o país vivenciou a primeira deflação em nove meses durante o mês de junho de 2023, com uma redução de 0,08% nos preços gerais. Tal movimento, de acordo com especialistas, foi impulsionado pela diminuição dos preços de automóveis, alimentos e combustíveis. A Abimóvel espera que a tendência de queda especialmente nos preços de itens básicos possa trazer algum alívio para o custo de vida do consumidor brasileiro, que se encontra bastante elevado, atravancando o consumo de diversos itens, especialmente de bens duráveis, como é o caso dos móveis.

Questão que torna evidente que a recuperação não só do setor de móveis e colchões, mas de toda a indústria e o varejo nacional, depende não apenas de ações privadas, mas especialmente de fatores macroeconômicos, como a estabilidade dos preços e das taxas de juros, o aumento da confiança do consumidor e a retomada da atividade econômica e do emprego como um todo no país.

Confiança do consumidor em junho

Diante desse cenário desafiador, a entidade tem realizado esforços e articulado soluções junto ao setor privado e ao Governo Federal para impulsionar a recuperação da indústria moveleira, alavancar a economia e fortalecer o poder de compra do consumidor brasileiro no varejo. Entre os principais pontos de atenção da Abimóvel estão:

– Desoneração da Folha de Pagamento: Ação essencial para aliviar a pressão financeira, melhorando as margens de precificação na indústria, bem como impulsionando a produção e a geração de emprego e renda.

– Reforma Tributária: Em tramitação no Senado, após ser aprovada pela Câmara dos Deputados, a reforma significa um passo crucial no estabelecimento de um sistema mais previsível e menos oneroso, que incentive investimentos e competitividade no país.

– Inclusão de Móveis no Programa “Minha Casa, Minha Vida”: A iniciativa — benéfica tanto para a indústria e o varejo quanto para a população brasileira — visa facilitar o acesso a itens de mobiliário por meio de financiamento a partir do programa habitacional, com vista a equipar adequadamente essas novas moradias.

– Política Industrial: a Abimóvel reforça os pilares de incentivos à tecnologia, à inovação, competitividade e sustentabilidade no setor produtivo nacional.

– Reorganização da Fremob: Cientes da necessidade de mobilização e de união para garantir resultados mais consistentes e sustentáveis na economia, na indústria e no setor moveleiro nacional, a Abimóvel tem focado esforços na retomada da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Setor do Mobiliário, a Fremob, uma estratégia entre a entidade e o Congresso Nacional, com apoio de deputados e senadores, para a ampliação do diálogo com o Governo Federal.

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