Varejo de móveis e colchões em maio

Vendas no varejo de móveis e colchões voltaram a crescer em maio, conforme dados divulgados pela Abimóvel

Publicado em 7 de setembro de 2023 | 15:00 |Por: Thiago Rodrigo

De acordo com a “Conjuntura de Móveis”, estudo desenvolvido pelo Iemi com exclusividade para a Abimóvel, que analisa o comportamento do mercado de móveis e colchões no país de forma aprofundada, foram vendidas 28,9 milhões de peças da categoria no comércio varejista nacional em maio deste ano. Com isso, o volume de vendas do setor experimentou um crescimento de 11,7% na comparação com o mês anterior, após o declínio de 6,7% registrado na passagem de março para abril.

Apesar de trazer certo alívio, seguindo as projeções realizadas para o quinto mês do ano em razão das compras de ocasião do “Dias das Mães”, entre outros fatores, os números não podem ser analisados isoladamente. Mesmo com o crescimento na variação mês a mês, o acumulado do ano continua 7,7% inferior em relação ao mesmo período de 2022 (janeiro a maio). Além disso, nos últimos 12 meses o índice apontava uma redução de 12,4%.

Receita e precificação

No quesito receita, as vendas de móveis e colchões no varejo totalizaram R$ 9,1 bilhões em maio, evidenciando um aumento de 12,0% em relação ao mês anterior. O desempenho colaborou para um resultado positivo nesta comparação, com a receita dos cinco primeiros meses do ano tendo sido 0,7% superior aos valores acumulados em igual período em 2022. Ainda assim, o índice apontou um recuo de 0,7% em 12 meses.

Um dado interessante a ser destacado é o preço médio dos móveis no varejo, que em maio de 2023 atingiu R$ 280,68 por peça, refletindo um aumento de 0,35% em relação a abril. Já em junho houve um novo avanço, elevando o preço médio para R$ 282,37, ou seja, +0,60% em relação a maio.

Quanto aos colchões, também foi observado um movimento de alta na precificação. O preço médio dos colchões no varejo atingiu R$ 570,14 por peça no quinto mês do ano, representando um aumento de 2,24% em relação ao mês anterior. Em junho, o preço continuou a subir, alcançando R$ 572,19 por peça de colchão, com um aumento de 0,36% comparado a maio.

Em um contexto de inflação, portanto, é importante observar o impacto dessa alta nos preços nas vendas de móveis e colchões no Brasil. Fator que explica, em parte, a queda no volume e o aumento na receita das vendas da categoria no varejo nacional entre janeiro e maio deste ano.

ITSM no varejo, saiba o que é

Segundo o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a carga inflacionária sobre o preço do mobiliário no varejo nacional acumulou um aumento de 9,80% em 12 meses até maio de 2023. Ainda que esse valor fosse menor que o acumulado até abril (+11,05%), permaneceu consideravelmente alto e acima da média nacional de preços.

Tanto que no mês subsequente, junho, os preços de mobiliário nacional voltaram a subir 0,60%. Evidenciando um cenário ainda complexo para o setor de móveis e colchões, que tenta se manter competitivo em meio a um aumento de 2,76% nos preços ao consumidor final no primeiro semestre do ano. De junho de 2022 a junho de 2023 o avanço foi de 9,14%.

Cenário do varejo de móveis e colchões

Cabe ao setor, agora, continuar observando os movimentos do mercado para avaliar a ocasionalidade ou não do incremento nas vendas no mês de maio, enquanto a dinâmica do mercado de móveis e colchões deve seguir influenciada por fatores como taxa de inflação, ações de estabilização das taxas de juros, emprego e renda, além de toda conjuntura econômica geral e das atuais tendências de consumo.

“À medida que o cenário econômico se mantém em constante movimento após anos duros tanto no cenário interno quanto externo, a indústria de móveis e colchões no Brasil permanece em foco, atenta às nuances do mercado e buscando estratégias que possam consolidar uma trajetória de recuperação e expansão”, enfatiza o presidente da Abimóvel, Irineu Munhoz.

Nesse sentido, questões como a inclusão de móveis no financiamento de programas habitacionais, como o “Minha Casa, Minha Vida”, além de incentivos ao consumo tais como desonerações tributárias, o controle das taxas de juros e medidas de acesso ao crédito deverão exercer papéis importantes não só na retomada das vendas da categoria, mas em todo o varejo e as cadeias produtivas no país.

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