A crise da Americanas e o impacto no varejo
A crise da Americanas vem causando alvoroço no mercado. Mas qual o real impacto disso para o varejo? A Móbile te explica!
Publicado em 24 de janeiro de 2023 | 08:21 |Por: Geane Godois
O questionamento da vez no mercado não poderia ser outro: como fica a relação entre a crise da Americanas e o impacto no varejo?
O rombo bilionário nas contas da varejista, uma das maiores do Brasil no setor, se tornou público no início do mês. Oito dias depois (em 19 de janeiro), a empresa entrou com pedido de recuperação judicial.
O problema – divulgado como “inconsistências contábeis” que chegam a R$ 20 bilhões – resultou na renúncia do CEO, Sergio Rial. O executivo anunciou a saída do comando da empresa com pouco mais de uma semana do início da sua gestão.
Como o mundo dos negócios vem sentindo esse momento?
Mesmo que em um primeiro olhar pareça sem sentido a crise de uma empresa respigar em outras, é preciso levar em conta que a representatividade que uma marca – como a Americanas -, tem diante do mercado e dos consumidores influencia diversos aspectos do segmento.
De acordo com a pesquisa mais recente da IPcon, realizada pela Dunnhumby (organização de ciência de dados do consumidor), a varejista estava no Top 10 na categoria de “marcas mais queridas” pelos compradores.
Por isso, um dos principais pontos afetados é a confiança, que se fragmenta em dimensões que se completam. Algumas delas são:
- Setor varejista: a insegurança se concentra no sentido de que, se a Americanas, considerada um modelo de negócio, chegou a um cenário de dívidas desse porte, quais outras empresas estão com saúde financeira comprometida sem revelar?
Em resumo, a reputação como um todo acaba estremecida.
- O resultado disso é a redução de investimentos, desvalorização das cotas e desconfiança de fornecedores, afinal, como vender para quem pode não conseguir pagar?
- Com a queda de fornecedores, os consumidores são diretamente afetados.
A crise da Americanas e o impacto no varejo: o que esperar para o futuro
A empresa, de forma específica, certamente enfrentará grandes dificuldades por um período que deve perdurar por anos, além disso, projeções de especialistas também apostam em uma diminuição do seu porte estrutural e representativo.
Aos varejistas, fica o alerta e a oportunidade de aprender com o escândalo. Uma crise abre espaço para concorrentes e coloca em jogo a reputação em diversas instâncias do mercado.
Ou seja, além da recuperação financeira, a imagem confiável também precisará ser reconquistada, algo que é intangível e, portanto, pode ser até mais difícil de ser retomada.