E-commerce tem queda de 4,3% no primeiro trimestre

Especialista dá dicas para se usar a verba de marketing de forma mais inteligente nesse momento de queda nas vendas do e-commerce

Publicado em 23 de maio de 2023 | 08:30 |Por: Everton Lima

A Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) divulgou dados relacionados ao desempenho do varejo on-line no primeiro trimestre deste ano. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o e-commerce brasileiro teve 4,3% menos vendas, somando R$ 40 bilhões.

Entre as explicações desse cenário está o impacto da grave crise da Americanas, um dos maiores marketplaces do país, no varejo brasileiro.

“A redução no faturamento de empresas que enfrentaram problemas no balanço [ como a Americanas], a questão fiscal que afetou companhias estrangeiras e a manutenção dos juros, que prejudicou as vendas a prazo, são alguns dos motivos por trás dessa queda”, disse Mauricio Salvador, presidente da associação, em comunicado à imprensa.

Ainda assim, o presidente da ABComm acredita em uma recuperação no decorrer do ano. Um relatório feito pela Associação prevê crescimento de 18,79% no faturamento do varejo eletrônico brasileiro deste ano. Portanto, o valor deve chegar a R$ 185,7 bilhões.

O ticket médio das compras também deverá crescer R$10, em relação ao ano passado, chegando a R$470. A entidade também acredita que o número de compradores online deve aumentar mais de quatro milhões, chegando a 87,8 milhões de pessoas. Esses compradores devem fazer mais de 395,1 milhões de pedidos — um crescimento de 6,7% em relação ao ano passado.

A ABComm representa 9 mil associados que atuam em diversos segmentos do comércio eletrônico.

Resultado ruim em e-commerce não é desculpa para cortar investimentos em marketing

A CEO da agência de marketing Elo Com Conteúdo, Heloiza Vieira, analisa os números da ABComm com cautela. “Ainda que eles indiquem que o cenário macro do e-commerce enfrenta dificuldades, é preciso fazer uma avaliação criteriosa desses dados e contextualizá-los com outros números, como os da economia.

A taxa Selic e o endividamento da população permanecem em patamares elevados. Ambos têm impacto no consumo, uma vez que é o consumo das famílias o grande motor da economia brasileira.

Além disso, a Americanas é um grande player do varejo, que investia pesado em ações de marketing. É natural que ao cortar investimentos publicitários, seus parceiros tenham queda nas vendas”, explica.

Ao mesmo tempo em que opina sobre o cenário, Heloiza dá dicas de como se destacar no e-commerce.

“Não é o momento de cortar gastos com marketing. Em alguns casos, pode-se redistribuir a verba, mas nunca fechar a torneira. Se o lojista não investir em ações de comunicação, ele não estará nem tentando vender mais. Ainda que esse corte gere uma economia financeira, que em alguns casos é importante para manter o fluxo de caixa, ela não ajuda a aumentar as vendas.

Por isso, em vez de cortar investimentos em marketing, pode-se distribuir a verba entre as ações que costumam trazer bons resultados à marca”, esclarece a empresária.

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