Setor colchoeiro: projeções globais e tendências
Entender as preferências do consumidor que prioriza uma boa noite de sono é importante para o lojista e para o fabricante do setor colchoeiro
Publicado em 17 de outubro de 2022 | 08:37 |Por: Júlia Magalhães
Os desafios enfrentados pelo setor colchoeiro nos últimos anos são semelhantes aos demais setores. Os eventos de 2020 ocorridos por conta da pandemia abalaram o mundo sanitária e economicamente. No âmbito empresarial, líderes precisaram adaptar seus negócios e equipes para sobreviver. A digitalização, que vinha em uma crescente, tornou-se fundamental de hora para outra. Afinal, restrições implementadas na tentativa de conter o vírus, fizeram com que o mundo dependesse do digital. Não à toa, o comércio on-line aqueceu demasiadamente neste período.
O Webshoppers mostrou que o e-commerce brasileiro teve aumento de 27% em 2021, totalizando 182,7 Bi em vendas. Tanto os novos consumidores, quanto os consumidores recorrentes, tiveram um ticket médio maior do que o ano de 2020. O estudo, realizado pela NIQ Ebit, é considerado o de maior credibilidade sobre o comércio eletrônico do país. Ele mostrou, ainda, que houve aumento na quantidade de consumidores, totalizando 87,7 Milhões de clientes on-line.
Contudo, quando pensamos no principal produto para o descanso e bem-estar de uma casa, será que o comércio eletrônico se sustenta? Por mais que a pandemia também tenha feito com que as pessoas olhassem seus lares com mais atenção e, dentro disso, o dormir bem passou a ser mais notado, o tato ainda é fator relevante no comportamento de compra dentro do setor colchoeiro.
É importante compreender, acima de tudo, o cliente de cada segmento e manter olhos atentos aos movimentos do mercado, como o mercado externo, aconselha o presidente da Associação Brasileira de Indústrias de Colchões (Abicol), Rogério Soares Coelho. Para ele, o on-line para o setor colchoeiro, trata-se de um mercado que faz muito barulho, mas não é necessariamente rentável.
Preferências do consumidor
À medida que as pessoas priorizam cada vez mais uma boa noite de sono, estão desenvolvendo preferências específicas em relação ao tipo de colchão, firmeza e assim por diante. Em alguns casos, essas preferências se dividem em linhas geracionais. Entendê-las é tão importante para o lojista, como para o fabricante do setor colchoeiro.
É certo que, neste momento, tem acontecido não só no Brasil, mas no mundo todo, uma queda pronunciada no volume de venda de colchões. “O diagnóstico que se tem é que houve uma grande venda 2020 e no início de 2021, onde consumidores que iriam comprar colchões em 2022, adiantaram a compra”, explica o presidente da Abicol. “No caso do Brasil a gente tem um agravante que é a recessão, o cenário econômico de muita incerteza, além do empobrecimento grande da população. Isso está levando a queda em 2022 nos níveis de venda de colchões”, complementa Coelho.
Entretanto, a projeção da IBISWorld [fornecedora pesquisas a indústrias em todo o mundo, fundada em 1971], graças à crescente conscientização sobre a importância do sono – evidenciada durante o isolamento pela Covid-19, a indústria de colchões está crescendo. E todos os sinais sugerem que o mercado não vai desacelerar tão cedo.
Indicadores do setor colchoeiro
Segundo indicadores fornecidos pela IBISWorld, a indústria global de colchões está projetada para crescer em US$ 13 bilhões nos próximos cinco anos. Outro insights valiosos são:
- Os compradores de colchões (especialmente os mais jovens) preferirão cada vez mais fazer suas compras on-line;
- As lojas físicas de colchões não se tornarão obsoletas, mas os consumidores estarão mais propensos a realizar pesquisas on-line antes de ir a uma loja física;
- As expectativas dos consumidores em relação aos preços dos colchões não mudaram muito desde 2016, o que sugere que eles podem resistir a aumentos significativos de preços;
- Os compradores de colchões comprarão cada vez mais novas camas devido a fatores como deterioração do colchão, saúde e conforto e o desejo de melhorar seu colchão de alguma forma (por exemplo, atualizando para uma cama maior);
Fonte: IBISWorld
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