Exportações de painéis de madeira crescem 0,6% em 2021
Exportações de painéis de madeira crescem apenas 7 mil m³ em 2021 comparado a 2020, quando alcançou 1,085 milhões de m³
Publicado em 1 de março de 2022 | 08:00 |Por: Thiago Rodrigo
A expectativa nas exportações de painéis de madeira de seguir em alta se consolidou. Em 2021, as vendas ao mercado externo alcançaram 1,085 milhões de m³, alta de 0,6% em relação a 2021. Resultado não muito expressivo, é verdade, mas que demonstra o foco das empresas paineleiras brasileiras em atender o mercado interno, com mais de 1 milhão de m³ de vendas domésticas em relação a 2020.
Todos os players fabricantes de painéis de madeira apontaram para a prioridade ser sempre o mercado doméstico para não haver falta de chapas como observado em alguns momentos dos últimos anos. Em 2020, as exportações de painéis de madeira cresceram 5,9% em relação a 2019, enquanto de 2019 para 2018 havia tido variação negativa de 16,1%.
No ano passado, apenas entre janeiro e setembro houve crescimento de 6,7% nas exportações, baixando para os 0,6% com a soma dos meses de outubro a dezembro. Os dados são do 68º Cenários da Indústria Brasileira de Árvores.
Exportações de painéis de madeira
Em valores, as exportações de painéis de madeira teve uma variação positiva de 25,7% em 2021, alcançando US$ 347 milhões, contra os US$ 276 milhões registrados em 2020 – em 2019, foram US$ 265 milhões.
Com os US$ 13 milhões importados em 2021, a balança comercial do segmento de painéis de madeira registrou saldo positivo de US$ 334 milhões em 2021, variação de 23,7%.
– Produção de móveis cai em 2021
Os destinos dos painéis de madeira brasileiro tiveram grande aumento na América Latina (39%), América do Norte (25,5%) e Europa (78,9%). Com um incremento menor, as vendas para a África tiveram variação positiva apenas 4,6%. Ásia/Oceania e China tiveram quedas de, respectivamente, 50% e 23,3%.
Como é de se esperar, a América Latina segue sendo a maior região de destino dos painéis de madeiras brasileiros, com US$ 198 milhões vendidos para os países da área. A América do Norte, com Estados Unidos e Canadá, vem em segundo, com US$ 109,6% milhões. Apesar do crescimento, a Europa somou US$ 6,8 milhões, menos que os US$ 11,3 milhões da África. A China, por sua vez, registrou US$ 15,8 milhões em 2021.
Medidas para seguir exportando
Para além de seguir fabricando para o setor moveleiro nacional, para as paineleiras brasileiras seguirem fortes exportadoras de chapas, principalmente para a América Latina, EUA e Canadá, elas devem seguir algumas etapas, como, por exemplo:
“Continuar atendendo a demanda, seguindo as especificações internacionais, adequando-se com linhas e aprimorando os produtos para abastecimento tanto do mercado interno e externo, como o desenvolvimento de novos produtos, produtos para nichos de mercado, com a estratégia individual de cada empresa. Exemplos dessas novidades incluem novos padrões e texturas, resistência à água e design brasileiro”, afirma o gerente executivo do Ibá, Carlos Mariotti.
Alguns planos são realizados pela entidade como ações intersetoriais conjuntas da Ibá e Abimóvel, como pesquisa sobre Comportamento de Compra do Consumidor de Móveis, incentivo ao Projeto de Promoção e Exportação de Móveis, apoio ao Projeto Fornecedor da Abimóvel e agenda de valorização do móvel como objeto de desejo do consumidor, em longo prazo.
– Varejo de móveis tem queda em 2021
“Elas têm como objetivo agregar mais valor ao móvel de madeira e contribuir para o crescimento do consumo interno e das exportações de móveis”, ressalta Mariotti. Consequentemente, espera-se incremento do volume de produção dos painéis de madeira em 2022, considerando que cerca de 60% dos móveis fabricados no Brasil são compostos por painéis de MDF e MDP.
Outra ação que o gerente do Ibá destaca nesse sentido é o Programa Setorial de Qualidade de Painéis de Madeira (MDF e MDP) da Ibá. É um programa implantado pelo próprio setor, com reconhecimento do PBQP-H (programa de melhoria da qualidade dos produtos habitacionais do governo federal), com o objetivo de auditar periodicamente a qualidade de painéis de madeira em todos os requisitos exigidos pelas normas técnicas brasileiras e mundiais. O programa também considera o uso de matéria-prima de fontes renováveis e reconhecidas por esquemas de certificação e/ou padrões como FSC, PEFC, ISO.