Princípios ESG aplicados pela Cipatex

Fornecedora de revestimentos sintéticos para decoração de móveis estofados, Cipatex compartilha como atua com os princípios ESG

Publicado em 28 de março de 2024 | 08:00 |Por: Thiago Rodrigo

A fabricante de revestimentos sintéticos para decoração de móveis estofados, Cipatex, foi assunto na Móbile Fornecedores 335 na seção Case Empresas, compartilhando como é sua atuação dentro dos princípios ESG (sigla em inglês environmental, social and corporate governance), ou seja, sua governança ambiental, social e corporativa. A empresa conta mais ações dentro dos princípios ESG que a guiam.

A responsabilidade socioambiental da Cipatex® é efetivamente atuante e traz benefícios significativos à sociedade. Além de contribuir financeiramente para a manutenção de entidades sem fins lucrativos, como as que atendem idosos e crianças com necessidades especiais, por exemplo, a empresa apoia projetos de incentivo à cultura e de preparação de jovens ao mercado de trabalho, com atividades que contribuem para o crescimento pessoal e integração social, incentivando-os a se tornarem cidadãos responsáveis e colaborando ainda mais para o crescimento de uma sociedade consciente.

“Em parceria com o município de Cerquilho, realizamos plantios de mudas de árvores nativas, por meio de projetos junto a escolas. Também disponibilizamos sobras de material para artesãos confeccionarem tapetes de crochê, o que contribui com a geração de renda, além de termos uma consciência interna ao manter um processo produtivo mais limpo, com o desenvolvimento de produtos cada vez mais atrelados à sustentabilidade, o que faz com que nossos artigos ao serem inseridos no mercado não tenham impacto negativo ao meio ambiente e aos usuários”, diz Sara Trevisani, coordenadora de Segurança e Meio Ambiente da Cipatex®.

Cipatex

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Sara Trevisani, coordenadora de segurança e meio ambiente da Cipatex

Este trabalho é realizado em conjunto, desde a concepção do produto até o final do processo, com a busca constante por melhorias na produção, reduzindo o consumo de água e o desperdício de sobras, utilizando energia de fonte renovável e matérias-primas de fornecedores confiáveis e sem metais pesados. Todo o processo é pensado para preservar as vidas atuais e prosperar para as gerações futuras.

Sara conta que a empresa sempre trabalhou de forma sustentável, com a adoção de medidas para evitar desperdícios e, consequentemente, perdas financeiras. “A atuação como empresa responsável e preocupada com o futuro dos profissionais e cidadãos do futuro trouxe e traz inúmeros benefícios à sociedade, assim como contribuições ao meio ambiente com o plantio de mudas, por exemplo. Portanto, faz parte da essência da Cipatex® ter a sustentabilidade como base para todo projeto”, pontua.

A maturação do corpo ESG da Cipatex® apenas organizou e direcionou as atividades que já vinham sendo realizadas ao longo dos anos, assim como tornou ainda mais evidente o compromisso com os envolvidos em todo a cadeia, desde fornecedores, clientes, acionistas, colaboradores e comunidade.

Sara explica que todo o planejamento estratégico sempre é pensado para que se sustente, para gerar mais vendas, maior lucratividade e redução de despesas, porém, sempre com melhoria de processo e de produto, e com alternativas para minimizar desperdícios. “Enfim, para nós é de extrema importância ter segurança de que produzimos com sustentabilidade e contribuímos para a circularidade, que é o propósito da preservação ambiental e social”, aponta.

Reciclagem de resíduos

A empresa realiza a reciclagem de 100% de seus resíduos, tendo também a logística reversa dos resíduos. Nela, as sobras do processo produtivo, que aparentemente não passam de resíduos internos, têm grande importância para alguns segmentos que utilizam as aparas como matéria-prima em várias aplicações e produtos para que depois sejam comercializados.

“Ao identificar que as sobras da empresa poderiam ter um destino diferente com a sua reutilização em âmbito externo, a empresa passou a incorporar a economia circular a partir de 2007”, afirma a coordenadora de segurança e meio ambiente.

Todos os refilos, que são sobras de malhas de algodão utilizadas na produção de alguns artigos, são direcionados para artesãos das comunidades localizadas na cidade onde está instalada a matriz da empresa e nos municípios vizinhos, gerando renda e ao mesmo tempo diminuindo o impacto ambiental da atividade.

Os refilos são transformados em tapetes de crochê. “Os artesãos também utilizam restos de PVC para criar produtos de baixo custo, como niqueleiras, chinelos e aventais. Sobras de PVC também são reutilizados por uma empresa externa para produzir, por meio do processo de extrusão, solados de calçados”, diz.

Economia circular na Cipatex

Diante da experiência positiva com agentes externos e da visão cada vez mais sustentável, a empresa deu início a testes para avaliar se a economia circular também poderia ser aplicada internamente. Ou seja, se teria condições de absorver e reinserir as aparas na própria empresa.

“A conclusão foi que a engenharia reversa seria possível com a fabricação de um novo produto que, neste caso, é voltado ao setor calçadista. Os resíduos reutilizados em questão se referem a sobras de PVC e outros polímeros do processo produtivo, materiais estes que levam entre 200 a 600 anos para se decompor”, conta a coordenadora.

Economia circular no setor moveleiro

Gradativamente, a empresa tem incorporado materiais reutilizados em produtos de outros segmentos, como automotivo, impermeabilização e decoração, garantindo menor consumo de matéria-prima virgem e diminuição dos custos, impactando positivamente na rentabilidade do grupo econômico.

Outro impacto relacionado ao meio ambiente com a adoção da medida está a queda da emissão de CO², já que dispensa o transporte da matéria-prima virgem e do resíduo ao aterro.

REACH Cipatex

Sendo fundamental que uma empresa esteja atualizada com relação às legislações vigentes, tanto nacionais como internacionais, uma legislação que tem sido uma boa referência é o REACH, regulamento relativo ao registro, avaliação, autorização e restrição de produtos químicos.

Essa regulamentação da União Europeia tem como objetivo melhorar a proteção da saúde humana e do meio ambiente frente aos perigos que podem advir das substâncias químicas. “Seguindo estas legislações, inclusive o REACH que não é obrigatório no Brasil, temos uma base científica para fazer uma gestão correta”, destaca Sara.

“Para seguir a regulamentação da União Europeia, nossos técnicos desenvolveram junto aos fornecedores novas matérias-primas alinhadas ao REACH e adequadas aos nossos produtos, sem perder as características técnicas e visuais para atender os clientes com qualidade e ainda mais segurança”, acrescenta.

Cipatex

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Centro Tecnológico da Cipatex

Com isso, a empresa sempre demostrou ser proativa em questões onde é possível avançar. “Anos atrás, quando a legislação exigiu a retirada de Cádmio dos materiais, tínhamos uma inédita opção de produto, baseada em Cálcio, e optamos por ela em detrimento do sistema com Bário, que era a usual, mas tratava-se de um metal com maiores restrições toxicológicas. O mesmo fizemos com outros metais pesados”, relembra.

Na Cipatex, 100% das matérias-primas utilizadas na produção dos artigos não contêm metais pesados, uma medida adotada desde 2008, muito antes da sustentabilidade estar em evidência. Esse controle proporciona mais proteção aos usuários e torna o processo de reciclagem interna ainda mais significativo ao incorporar uma sobra de matéria-prima de alta qualidade e sem prejuízos à saúde e ao meio ambiente.

ODS da ONU

A Cipatex também reconhece a importância dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU e busca atuar de maneira sustentável, por meio de ações que visam menor prejuízo ambiental e maior contribuição social.

Para contribuir com os objetivos e conforme citamos anteriormente, a empresa conta com um centro tecnológico e departamento de execução de projetos que entregam soluções mais sustentáveis e de qualidade aos clientes, assim como procuram criar estratégias para otimizar o consumo energético, tendo como uma das principais metas a redução de desperdícios.

Também faz parte do processo a escolha de matérias-primas “verdes”, que geram menos impacto ao meio ambiente, o descarte adequado de resíduos industriais ou sua reutilização, o desenvolvimento de produtos ecoeficientes e a conscientização contínua dos colaboradores.

“Colaboramos para o crescimento e transformação da sociedade ao apoiar ONGs que cuidam desde crianças a idosos, como também de pacientes com câncer e pessoas com necessidades especiais, além de projetos culturais, musicais e inclusivos”, diz Sara.

ESG na indústria moveleira

As práticas de ESG são fundamentais para a perenidade da empresa ao trazer oportunidades, mitigar riscos, reduzir custos e gerar valor a longo prazo, de acordo com Sara. “Integrar ESG às estratégias corporativas pode facilitar o caminho para atrair investimentos, fidelizar clientes, aumentar a reputação e ampliar a competividade, seja no mercado nacional ou internacional”, avalia.

Atualmente, a população tem demostrado grande preocupação com os reflexos da falta de responsabilidade ao meio ambiente. Sendo assim, de acordo com a coordenadora da Cipatex, é importante deixar claro aos clientes que a empresa não apenas cumpre legislação ou normas, mas também tem um forte e efetivo compromisso com o meio ambiente e com a sociedade, priorizando a oferta de produtos mais sustentáveis e desenvolvidos com matérias-primas “verdes”.

ESG na indústria moveleira

Para as marcas de móveis que têm interesse em implementarem as práticas ESG, a profissional sugere ser importante olhar para o negócio, identificar as boas práticas adotadas pelo mercado e inseri-las na empresa, encontrando oportunidades de melhorias nas dificuldades.

Bem como realizar o planejamento estratégico com compromissos sustentáveis e ter o comprometimento claro da alta administração, o engajamento dos líderes envolvidos e a conscientização dos colaboradores, sendo itens de extrema importância.

“Dessa forma, é possível ter sucesso na implementação das ações, atingindo as metas estipuladas. A partir de todo o processo documentado e evidenciado, a busca de recursos para melhorias de métodos inovadores e sustentáveis se torna mais acessível”, declara.

A parceria com uma consultoria especializada para implementar as práticas ESG também pode ser um bom caminho, sendo que a experiência pode facilitar a implantação das diretrizes.

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