Cresce o consumo das famílias no RS e no PR. Em SC endividamento preocupa

Dados da Fecomércio mostram melhora no ICF no RS e no PR. No estado de SC, o endividamento das famílias ainda chama atenção

Publicado em 6 de fevereiro de 2023 | 17:43 |Por: Everton Lima

As pesquisas mais recentes divulgadas pelas representações regionais da Fecomércio no Sul do Brasil mostram diferentes cenários para o varejo. No estado de Santa Catarina, por exemplo, o que chama a atenção é a escalada do endividamento das famílias catarinenses.

Há dez anos, a Fecomércio SC realiza pesquisa mensal sobre o tema. Durante todo o ano de 2022, a pesquisa indicou um crescimento contínuo no endividamento das famílias catarinenses.

“Em 2021, a parcela dos endividados oscilou entre 36,5% e 45,6%, apresentando recordes mínimos- em agosto (36,5%) atingiu o menor índice de toda a série histórica e fechou o ano com média de 41,0%. Já em 2022 houve forte tendência de aumento do índice, que acelerou ainda no segundo semestre. No ano passado, a variação foi entre 41,5% (janeiro) e 65,4% (dezembro), alcançando a média de 51,0%”, diz o estudo.

O menor patamar de endividamento das famílias do estado foi nos primeiros anos da pandemia (2020 e 2021). Nesse período, houve queda histórica. Já em 2022, o endividamento cresceu mensalmente, atingindo recordes.

O dado mais recente divulgado pela entidade corresponde ao mês de novembro de 2022. Nesse mês, 62,7% dos catarinenses estavam endividados. A pesquisa é feita nas maiores cidades do estado.

Consumo das famílias cresce no Rio Grande do Sul

A Fecomércio RS divulgou os dados do Índice de Consumo das Famílias (ICF) referente ao mês de novembro de 2022. O ICF apresentou a maior alta desde 2021, chegando a 91,2 pontos.

A entidade pontua que ainda que o ICF tenha indicado uma recuperação em relação ao ano de 2021, ele ainda mostra que as famílias gaúchas estavam cautelosas ao consumir.

Houve uma melhora nos indicadores relacionados ao emprego, mas a pesquisa mostrou que não houve uma percepção de ganho na renda — o que pode explicar a cautela para consumir.

Nesse período, 75% dos entrevistados disseram estarem consumindo de forma igual ou menor do que consumiam no ano de 2021.

O relatório da Fecomércio RS mostra que a venda de bens duráveis, como móveis, foi bastante impactada por essa queda no consumo. Nem mesmo as datas sazonais do último trimestre, como Black Friday, Copa do Mundo e Natal conseguiram convencer os consumidores a comprarem mais.

“Quanto aos indicadores que tiveram queda na comparação interanual, o indicador de momento para duráveis, depois da recuperação em 2021, voltou a cair e, apesar da reação em dez/22 (provavelmente influenciado pelas ofertas da Black Friday), tem ficado estável em patamar muito baixo, com avaliação predominantemente de ser um momento ruim para compra desses bens, em linha com a forte elevação no custo do crédito e, portanto, das compras parceladas, com o aumento da Selic”, diz o estudo.

Famílias Paranaenses estão mais propensas a gastar em 2023

A Fecomércio PR já divulgou os dados do ICF para o mês de janeiro. Nesse estado, o índice fechou em alta de 1% no primeiro mês de 2023.

Essa alta é muito expressiva quando comparada com os resultados anteriores. Na comparação com janeiro de 2022, o ICF cresceu 7,2% — a maior pontuação desde que a pandemia ficou controlada. O ICF de janeiro de 2023 marcou 108,9 pontos.

“Os consumidores de menor renda puxaram essa elevação, ao registrar crescimento mensal de 1,6%. Por outro lado, as famílias que recebem maiores salários reduziram seu nível de consumo. Entre estas, a ICF caiu 1,6% de dezembro para janeiro”, explica o estudo.

Houve uma recuperação quando o assunto é consumo de bens duráveis: 11,5% em comparação a dezembro de 2022. Ainda assim, o indicador para esses produtos está abaixo do ideal: 53,1 pontos.

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