Exportação de máquinas brasileiras cai e incertezas sobre a economia prejudicam o setor
A exportação de máquinas brasileiras sofreu com a crise argentina e a guerra comercial entre EUA e China
Publicado em 7 de agosto de 2019 | 09:20 |Por: Everton Lima
Um levantamento divulgado nesta semana pela Associação Brasileira de Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ) mostrou uma retração na exportação de máquinas e equipamentos brasileiros. As exportações de maquinário caíram 8% quando comparamos junho com maio. Com relação ao mesmo período do ano passado, a queda foi ainda maior: 22,5%. O equivalente a US$ 199 milhões.
Esse resultado é causado por fatores alheios à economia brasileira. A guerra comercial travada pelos EUA e pela China fez com que a procura por equipamentos brasileiros diminuísse. Além disso, a Argentina, país que tem no Brasil o seu principal parceiro econômico, ainda lida com uma crise econômica e cambial — além das expectativas relacionadas às eleições presidenciais deste ano.
– O posicionamento da marca na atual comunicação
Isso explica a queda das exportações de máquinas brasileiras para os países do Mercosul. Comparando com o ano passado, a participação dos países do bloco nas importações desses produtos caiu 42,3%.
Estados Unidos se tornam principal destino
Pela primeira vez desde 2008, o mercado estadunidense assumiu a liderança na compra de máquinas fabricadas no Brasil. Até o ano passado, essas exportações tinham como principal destino o mercado latino-americano. Contudo, a baixa procura por máquinas por países como Argentina e Paraguai ajudaram a mudar esse cenário. Além disso, o mercado europeu também reduziu as importações em 26,8%.
No mercado asiático, o destaque vai para a China — principal parceiro econômico do Brasil. As vendas para o gigante asiático despencaram 57% com relação ao mesmo período de 2018. Por outro lado, o maquinário chinês atraiu a atenção dos compradores brasileiros. Quase 20% das máquinas que entraram no Brasil no primeiro semestre de 2019 são de origem chinesa. A exportação de máquinas americanas ao Brasil obteve um resultado próximo à participação chinesa: 18,3%.