Indústria moveleira produz 38,3 milhões de peças em 2020
Relatório da Abimóvel em parceria com o Iemi – Inteligência de Mercado mostra que indústria moveleira atingiu 38,3 milhões de peças em volume
Publicado em 4 de março de 2021 | 11:57 |Por: Thiago Rodrigo
A indústria moveleira fechou 2020 com queda de 3,9% na produção em relação a 2019. Em abril, a queda havia sido de 63,8% na comparação com igual mês em 2019, mas nos meses seguintes houve uma recuperação surpreendente. Por sua vez, o consumo aparente de móveis e colchões no Brasil, em 2020, teve recuo de 4,4%. Os dados são do relatório Conjuntura de Móveis elaborado pela Abimóvel em parceria com o Iemi – Inteligência de Mercado.
O consumo aparente de móveis e colchões no Brasil foi de 37,6 milhões de peças em dezembro de 2020. Número que simboliza recuo em relação ao mês anterior (-14,9%). A participação de produtos importados sobre o consumo interno nacional, por sua vez, foi de 3,2% no último mês do ano passado.
A produção da indústria moveleira em volume atingiu 38,3 milhões de peças no último mês de dezembro. Número que representa uma queda de 13,7% na comparação com novembro. A fim de comparação, a produção da indústria de transformação no geral teve queda de 9,5% também no comparativo novembro-dezembro de 2020. O que representou recuo de 4,6% frente a igual período em 2019.
O declínio se justifica, entre outros fatores, pela escassez e alta no preço de matérias-primas, além da típica baixa na demanda produtiva nos últimos meses do ano. Ainda assim, o número de pedidos mostrou-se satisfatório para o período, demonstrando que o setor moveleiro ainda tem muito para crescer em 2021.
Comércio externo
No comércio externo, em dezembro de 2020, as exportações de móveis e colchões atingiram US$ 73,1 milhões. O que representa avanço de 8,2% frente ao resultado de novembro. Já em janeiro de 2021, essas exportações recuaram 33,8%, resultando no montante de US$ 48,3 milhões, comparado com o mês anterior.
Mais uma vez sendo necessário ressaltarmos aqui o comportamento habitual do período, que pode influenciar positiva ou negativamente a cada uma das atividades elencadas no relatório. Além disso, questões cambiais e restrições de mobilidade continuam influenciando as exportações e importações em todos os setores.
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Em relação às importações, aliás, o Brasil importou cerca de US$ 22,5 milhões em móveis, colchões e componentes para móveis em dezembro de 2020. Resultado que representa um recuo de 20,2% na comparação com o mês anterior. Em janeiro deste ano, porém, as importações avançaram 1,7% na comparação com dezembro, atingindo o montante de US$ 22,9 milhões. Indicando, assim, uma possível leve recuperação da produção e do número de pedidos já no início de 2021.
Investimentos da indústria moveleira
Ainda nesse sentido, em critério de investimentos para evolução da produtividade, as importações de máquinas para fabricação de móveis apresentaram recuo de 20,9% em janeiro de 2021, em relação a janeiro de 2020.
No entanto, destacam-se dois segmentos que apresentaram avanço expressivo nesse período, são eles: Máquinas e ferramentas para madeira, com evolução de 285,1%; e a categoria “outras máquinas”, com salto de 64,5% no mesmo período. Questões que validam a perspectiva de crescimento no setor, especialmente entre móveis de madeira.
Vale ressaltar que a intenção de investimento da indústria no geral bateu 58,3 pontos em fevereiro de 2021, segundo o Termômetro da Indústria, ferramenta da Confederação Nacional das Indústrias (CNI). A critério de comparação, a intenção de investimento do industrial em abril do ano passado, ápice das medidas restritivas de isolamento social, era de 36,7 pontos, considerada muito baixa.
Inflação dos móveis
Em um período em que muito se fala nas mudanças promovidas pela pandemia na economia global e doméstica, no comércio exterior e na própria dinâmica produtiva, os dados da inflação sobre os móveis no Brasil tiveram alta. Segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os preços nacionais de mobiliário apresentaram alta de 1,48% em janeiro de 2021, frente ao mês anterior. Entretanto, quando comparado com janeiro de 2020, pré-pandemia, o índice acumulou baixa de 1,39%.