Com o impacto do coronavírus em muitas indústrias, a Eumabois decidiu adiar a celebração do seu 60º aniversário para 2021
Publicado em 22 de dezembro de 2020 | 08:00 |Por: Thiago Rodrigo
A Eumabois, a Federação Europeia de Máquinas e Fabricantes de Ferramentas para Madeira, comemora o 60º aniversário da sua fundação.
Em 1958 e 1959, a convite das associações francesa e alemã, realizaram-se as primeiras reuniões com o objetivo de explorar uma extensão dos contatos franceses e alemães para a fundação de um comitê europeu. Um ano depois, o chamado “Comité européen des constructeurs de machines à bois” foi fundado em 22 de janeiro de 1960 em Neuilly na França, com a admissão imediata da Áustria, Suíça, Alemanha, França, Grã-Bretanha e Holanda. Em 1964, a marca Eumabois e o logotipo correspondente foram adotados.
Hoje, a Eumabois representa 60 anos de metas e realizações conjuntas europeias, transformações e decisões para o benefício da indústria europeia de fabricação de máquinas e ferramentas para madeira. A Eumabois nasceu por decisão de alguns delegados das principais associações nacionais europeias de fabricantes de máquinas para o trabalho da madeira. Isso com o objetivo de estudar e informar sobre questões técnicas específicas do sector e organizar espaços expositivos comuns.
– Móbile se reúne para se preparar para desafios de 2021
A federação, sempre com um estatuto sem fins lucrativos, está empenhada em melhorar o conhecimento das legislações europeias e internacionais no campo dos regulamentos, requisitos de segurança e outras condições de limite legislativo para os fabricantes de máquinas para trabalhar madeira. Agora como antes, a federação de Eumabois apoia as atividades das comissões técnicas e científicas e a promoção de feiras, tratando de todos os assuntos de relevância para os seus membros.
Considerando o impacto sério e profundo do coronavírus em muitas indústrias, especialmente a indústria de feiras e eventos, a federação europeia decidiu adiar a celebração do seu 60º aniversário para a Assembleia Geral de 2021, que será realizada na cidade de Viena, hospedada pela associação austríaca (FMTI).
O sucesso da Eumabois é impulsionado pelas associações que representam mais de 850 empresas que, em conjunto, acreditam e apoiam a ideia europeia. Esta abordagem conjunta baseada no know-how e na paixão é a base para o sucesso global da indústria europeia do trabalho da madeira, como já era há 60 anos.
Diretor Flávio Lufchitz explica as demandas do mercado fabricante de painéis e investimentos da empresa para atender melhor esses clientes
Publicado em 21 de dezembro de 2020 | 10:00 |Por: Thiago Rodrigo
Fornecedora de soluções para superfícies que revestem os móveis, a Schattdecor do Brasil vem desenvolvendo uma gama de produtos para atender diferentes demandas. Pratos com texturas profundas, tecnologias que refletem distintos efeitos, ciclos de produção cada vez mais curtos são mudanças que tornaram os fabricantes de painéis da América Latina referência em desenvolvimento.
“Como cada cliente tem suas especificidades em termos de substrato, processos de laminação e acabamento, entregamos nossos produtos ‘à medida’ de forma que alcancem o produto desejado tanto no que se refere a acabamento como em termos de produtividade e, consequentemente, temos que ajustar nossas receitas de impregnação para atender adequadamente as exigências do mercado”, explica Flávio Lufchitz, diretor da companhia.
Com isto surgiram demandas para a Schattdecor desenvolver um leque de opções em receitas para impregnação. Isso permitiu a multinacional alemã ofertar ao mercado soluções inovadoras. “Mais do que fornecedores de papel impregnado, somos especialistas em superfícies e nossa expertise permite impulsionarmos ainda mais este setor”, destaca.
Nesse aspecto, Lufchitz aponta duas vertentes diferentes. A primeira é no que se refere à produtividade. “As novas prensas que estão sendo adquiridas pelas empresas são cada vez mais modernas e rápidas, ou seja, temos que prover produtos com alta performance em ciclos de produção cada vez menores”, diz. Hoje, a Schattdecor tem clientes que já têm tempos de prensagem na ordem de 8 a 9 segundos, o que há alguns anos era quase impensável.
A outra vertente se refere aos acabamentos dos painéis melamínicos. Isso pois o acabamento é um diferencial importante para o fabricante de painel. “Esses acabamentos podem ser desde texturas muito profundas, poros negros ou até mesmo poro sincronizado nas duas faces do painel. Cada um destes acabamentos nos exige uma engenharia de produto diferenciada e esta é uma tendência que permanecerá, em nossa opinião”, afirma o diretor.
Na Schattdecor todos os investimentos são focados em médio/longo prazo e olhamos para o mercado sempre positivamente, vislumbrando o crescimento da demanda em todos os países da América Latina. “Estarmos preparados antes que as demandas ocorram, nos coloca em uma posição privilegiada de atendimento com ‘lead time’ adequado, alto nível de qualidade e serviço”.
Atualmente, a capacidade de produção é de 160 milhões/m² ao ano. Com efeito, a empresa vislumbra um crescimento sustentável e sempre com o objetivo de melhor servir. “Nós estamos em processo de instalação da 4ª linha, com previsão de início de operação em março de 2021, e a nova aquisição será a 5ª linha de impregnação da Schattdecor no Brasil”, conta Lufchitz.
Estão sendo investidos mais 8 milhões de euros nesse novo canal de impregnação e um novo reator com maior capacidade. Com esses investimentos, a empresa terá capacidade de produção de mais de 220 milhões/m² anuais, tornando-se praticamente autossuficientes na produção de resinas.
– Falta de matéria-prima prejudica polo moveleiro
Como é sabido pelo mercado, atualmente a Schattdecor fabrica suas próprias resinas de impregnação e aditivos. “O novo reator é uma adequação de capacidades, pois no momento em que aumentamos o volume produtivo com novas impregnadoras, consequentemente necessitamos de mais matéria-prima. Por outro lado, este novo equipamento é a garantia de continuidade da constância de qualidade que nossos filmes melamínicos entregam”, explica o diretor da empresa no Brasil.
A previsão de início de operação do novo reator é primeiro semestre de 2021, e a nova impregnadora está planejada para o primeiro trimestre de 2022. “Esse novo canal de impregnação é uma atualização do nosso parque fabril. E o novo equipamento será mais rápido e mais eficiente, completando e modernizando os 5 canais de impregnação da Schattdecor do Brasil, e os 23 canais de impregnação do Grupo Schattdecor ao redor do mundo”, enfatiza Lufchitz.
Arauco se posiciona como um ator mundial relevante em matéria de contribuição à mudança climática com miras à COP 26 e ainda passou a integrar duas iniciativas mundiais que buscam diminuir significativamente as emissões de gases de efeito estufa
Publicado em 18 de dezembro de 2020 | 08:00 |Por: Thiago Rodrigo
“Hoje estamos concretizando um compromisso climático com o Chile e o mundo, um trabalho de longo prazo com objetivos claros e significativos que marcam nossa visão do futuro”. Com estas palavras, Charles Kimber, gerente corporativo de Pessoas e Sustentabilidade da Arauco, anunciou que neste ano a empresa florestal de origem chilena concretizou a meta de ser certificada como carbono neutro.
A consecução desta meta está sustentada em dois caminhos complementares: eficiências de caráter operacional que permitiram reduzir as emissões de gases de efeito estufa e, ao mesmo tempo, o aumento das capturas de CO2 através das florestas nativas, das plantações e do carbono que permanece retido nos produtos florestais. “Nos anos 90 a companhia começou de forma pioneira um caminho muito importante em matéria de redução de emissões: incorporar energia limpa e renovável nos processos produtivos a partir de biomassa”, analisa Flavio Verardi, diretor comercial.
A metodologia utilizada pela Arauco para demonstrar sua neutralidade de carbono foi realizada de acordo com as diretrizes do Protocolo de Neutralidade elaborado pela Deloitte e foi aplicada para todos os negócios da companhia como base em 2018. Nesse contexto, a Arauco atingiu a neutralidade gerando um excedente líquido de 2.599.753 ton CO2e.
“Certificar o carbono neutralidade significa que o dióxido de carbono capturado supera suas emissões globais, o que reforça o compromisso com a nossa missão e se mostra como um passo concreto para enfrentar a crise climática, nos posicionando como a primeira empresa florestal do mundo a conquistar este importante objetivo”, revela Carlos Altimiras, presidente Arauco Brasil.
Cabe destacar que, além deste importante compromisso, há um ano – no marco da Cúpula das Nações Unidas pelo Clima realizada em Nova York – a companhia anunciou que ia aderir os Science Based Targets, iniciativa global que busca que as empresas adotem uma trajetória de diminuição das suas emissões com base científica, com o objetivo de limitar o aumento da temperatura do planeta, em linha com o Acordo de Paris.
Charles Kimber ainda pontua que “nos enche de orgulho poder anunciar que, após um longo trabalho que estamos realizando há décadas, hoje podemos ter resultados concretos e alinhados com os requerimentos que o mundo precisa”. Além disso, expressou que “sem dúvida a mudança climática é um dos problemas mais graves que o nosso planeta enfrenta. E por essa razão que, além deste compromisso de carbono neutralidade está a decisão da Arauco de aderir os Science Based Targets. Por isso definimos um ambicioso objetivo: continuar dando impulso às melhoras para reduzir as emissões de gases de efeito estufa nas nossas operações”.
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Além disso, em setembro de 2020 a Arauco decidiu assumir um novo compromisso global. Trata-se da “Race to Zero”, campanha mundial com visão à COP26 para mobilizar a liderança e o apoio de empresas, cidades, regiões, universidades e investidores para uma recuperação saudável, resiliente e justa. A carbono neutralidade é um eixo central da iniciativa, que busca criar empregos, potenciar o crescimento inclusivo e sustentável, além de reduzir o risco de futuros choques por causa da mudança climática.
“Para continuar avançando na redução de emissões de gases de efeito estufa, a companhia vai manter o foco em iniciativas como: gerar mais energia limpa e renovável, substituindo combustíveis fósseis que possuem uma alta pegada de carbono; incentivar fornecedores a diminuir sua própria pegada de carbono; continuar aumentando a reutilização de subprodutos de processos industriais, entre outros”, conta Roberto Trevisan, diretor florestal.
No meio da emergência climática que enfrentamos, as árvores cumprem um papel fundamental: são a maior infraestrutura biológica do planeta e as melhores captadoras de CO2 através do processo da fotossíntese. Isso as transforma em uma das estratégias mais potentes que temos ao nosso alcance para avançar na mitigação da Mudança Climática. Por isso, a Arauco desenvolveu sua estratégia climática com foco na complementaridade entre a conservação do bosque nativo e a produção sustentável, gerando produtos a partir de um recurso natural renovável e nobre como a madeira.
Kimber comenta que “estamos dedicados a dar soluções sustentáveis baseadas na natureza. Nossos produtos que provém da madeira têm a capacidade de reter o carbono na sua composição, permanecendo fixo por muitos anos, ao invés das alternativas que apresentam uma alta pegada de carbono. Isso representa uma contribuição significativa para mitigar o aquecimento global e avançar verdadeiramente em direção a uma bioeconomia. Isso dentro de um contexto onde existe uma crescente demanda por madeira no mundo, que segundo o Living Forest Report, elaborado pela WWF, prevê que irá se triplicar em 2050”.
A Price Waterhouse Coopers foi a encarregada de auditar o cálculo da captura de CO2 dos bosques e a retenção de carbono em produtos florestais. Logo, a Deloitte desenvolveu um protocolo de neutralidade, que foi aplicado para verificar a operação global da Arauco e que também pode ser utilizado por outras empresas e indústrias.
Celso Theisen, vice-presidente do Grupo K1, recebeu a distinção Personalidade Competitividade Internacional 2020
Publicado em 17 de dezembro de 2020 | 10:22 |Por: Cleide de Paula
O Conselho do Prêmio Exportação RS divulgou em 15 de dezembro os vencedores da 48ᵃ edição do reconhecimento que valoriza o desempenho das empresas gaúchas no cenário exportador. A cerimônia de premiação ocorreu em espaço aberto, ao ar livre, no Parque da Associação dos Dirigentes de Marketing e Vendas do Brasil – ADVB/RS, em Porto Alegre (RS) seguindo todas as normas de segurança sanitária.
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A credibilidade do Prêmio passa por fatores como as instituições representadas no Conselho e por um processo de reconhecimento sério e consolidado. Sobre o processo seletivo, são aplicados critérios que levam em consideração dados de exportação de órgãos governamentais e a expertise das entidades que estão presentes no Conselho do Prêmio.
O Prêmio Exportação RS divide-se em nove categorias: Destaque Mercadológico; Destaque Setorial; Destaque Inovação Tecnológica; Destaque Avanço Global; Destaque Serviços Exportados; Destaque Serviços de Suporte à Exportação; Destaque Empresas Comerciais Exportadoras Trading Companies; Pequeno Desbravador Internacional; e o destaque Personalidade Competitividade Internacional.
Doripel e Kappesberg foram contempladas na categoria Destaque Setorial Móveis. A Doripel vem conquistando espaço no mercado por meio da estratégia de produção de móveis práticos para o dia a dia e sólida presença no meio digital. Com um catálogo anual, conteúdo em redes sociais e distribuição em grandes plataformas de e-commerce. Alcançou resultados expressivos e aproximadamente 30% da produção é exportada para países como Estados Unidos, China, Alemanha, África do Sul, entre outros. Quem subiu ao palco para receber o prêmio foi a diretora Susana Carvalho.
A Kappesberg está presente em mais de 35 mil pontos de venda localizados no Brasil e no mundo. Com uma estratégia que combina exportação e a internacionalização, a indústria tem presença em grandes feiras internacionais e vem abrindo mercados na Ásia e no Oriente Médio, ao mesmo tempo em que fortalece a relação com os países onde já está consolidada, como Estados Unidos, por exemplo. Pela sétima vez consecutiva, a Kappesberg conquista o Prêmio Exportação RS. Quem recebeu o prêmio foi o gerente de exportação, Fabio Anschau. O troféu foi entregue por Aderbal Fernandes Lima, diretor do Centro das Indústrias do Rio grande do Sul (CIERGS).
O Prêmio Exportação RS, dentre as nove categorias premiadas, entrega a distinção ao Personalidade Competitividade Internacional 2020. A categoria distingue, anualmente, o profissional atuante na área de comércio exterior, que realizou ao longo de sua trajetória profissional, ações que fomentem o segmento exportador do Rio Grande do Sul, inspirando e promovendo o setor.
Neste ano, o Conselho do Prêmio Exportação RS indicou e votou em Celso Theisen, Vice-Presidente do Grupo K1, para receber a distinção Personalidade Competitividade Internacional 2020.
Celso Theisen iniciou sua trajetória no início dos anos 90, fundando uma empresa focada em artesanato. Acabou migrando para o setor moveleiro e hoje exporta para mais de 50 países, sendo atualmente o maior exportador de móveis do estado. Aproximadamente 15% da sua produção é exportada atualmente e o objetivo é chegar a 25%. No início dos anos 2000, quando a empresa ainda era menor, essa porcentagem chegou a 50%. Em 2020 o Grupo K1 está completando 25 anos de atividades.
Considerado o maior evento do segmento do país, o Prêmio Exportação RS distingue empresas que obtiveram os melhores resultados mercadológicos e desenvolveram estratégias inovadoras para expor e comercializar seus produtos no mercado internacional.
O Conselho do Prêmio Exportação RS é formado por lideranças das 16 instituições que possuem alguma relação de suporte ou apoio ao cenário exportador gaúcho. São as seguintes organizações: Apex-Brasil, ADVB/RS, Badesul, Banco do Brasil, Banrisul, BRDE, FARSUL, Federasul, Fecomércio-RS, FIERGS, Hub Transforma RS, LIDE RS, Porto do Rio Grande, Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo do RS – SEDETUR, Sebrae RS e UFRGS.
Estudo da Juntos Somos Mais mostra que apesar de auxílio ser responsável por 75% do crescimento, a expectativa do setor é positiva para 2021
Publicado em 16 de dezembro de 2020 | 12:53 |Por: Thiago Rodrigo
No início da pandemia, o setor da construção civil como todos os demais setores sofreu um forte impacto no volume de vendas. Porém, o varejo da construção civil demonstrou forte resiliência e adaptação às novas demandas durante a pandemia. Ao longo dos últimos cinco anos, o setor aprendeu a conviver com o decréscimo do PIB e a constante crise no segmento tornando-o preparado e criativo para enfrentar novas dificuldades.
O indicador Juntos Somos Mais, que apura as vendas de indústrias para o varejo da construção, indicou que no terceiro trimestre de 2020, o setor teve uma performance aproximadamente 30% melhor do que no período pré-Covid. A parcial de outubro indica continuidade no comparativo, com crescimento também de 30%.
Com um ecossistema que reúne mais de 80 mil varejistas, 500 mil profissionais da construção civil em todo Brasil e mais de 20 empresas de serviços e indústrias ligadas à construção civil, a Juntos Somos Mais vem acompanhando o desempenho do setor ao longo dos meses.
No início da pandemia, em abril, a expectativa em relação ao desempenho de vendas para 2020 era muito ruim. Pesquisa realizada no dia 17 daquele mês com representantes das indústrias indicou que apenas 11% dos respondentes acreditavam que o ano de 2020 teria um faturamento superior ao ano de 2019, outros 11% que 2020 seria similar à 2019, enquanto 22% que a queda seria de até 10% e 56% entendiam que a queda seria entre 10% e 30%. A pesquisa mais recente, realizada em outubro de 2020, aponta que 89% acreditam que este ano será de crescimento no faturamento versus o ano anterior e 11% que o faturamento de 2020 será similar ao ano anterior.
A alta na demanda e a mudança de perspectivas implicaram em desafios de produção para a indústria. Em outubro de 2020, 66% das indústrias indicaram ter aumentado a produção, com 44% operando no limite produtivo. Além de restrições de capacidade produtiva, também há dificuldades em se conseguir matérias primas como embalagens, cobre e outras. As lojas de material de construção têm então indicado falta de produtos e o preço tem subido como atesta o CUB Médio Brasil, indicador de custos da construção, que registrou em agosto de 2020 um aumento de 1,24% em relação a julho do mesmo ano, configurando o maior aumento percentual de um mês em relação ao anterior desde junho de 2016.
Há vários fatores contribuindo para o desempenho do setor. O primeiro deles está ligado a uma mudança de comportamento do consumidor que, estando mais tempo em casa, tem valorizado mais a sua casa e classificado “pequenas reformas” como um “item importante, não supérfluo”. A taxa de juros nos menores patamares da história conjugada com um déficit habitacional que cresceu de 2012 a 2017 (último dado disponível) também têm motivado a demanda por obras e reformas.
Entretanto, a partir de análise de dados internos e também indicadores como a Pesquisa Mensal de Comércio e a Pesquisa Mensal Industrial do IBGE, dados do SNIC (Sindicato Nacional da Indústria do Cimento), ABECIP (Entidades de Crédito Imobiliário) e ABRAINC (Incorporadoras Imobiliárias), a área de Inteligência da Juntos Somos Mais concluiu que o auxílio emergencial foi responsável por 75% do crescimento. “O setor deve continuar se beneficiando do aporte gerado pelo auxílio emergencial. Estimamos que por volta de 17,3% do faturamento do setor entre maio e agosto de 2020 tenha vindo desta fonte”, comenta Ivan Ormenesse, responsável pela área na Juntos Somos Mais.16
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Consequentemente, o fim do auxílio emergencial traz incertezas sobre cenários de crescimento no próximo ano. Ainda assim, 89% das indústrias pesquisadas esperam aumento de faturamento em 2021, sendo que 33% esperam crescimento acima de 10%. A falta de material, entretanto, não deve se repetir na mesma escala atual, já que a expectativa das indústrias pesquisadas é que 78% conseguirão atender a demanda.
“A construção civil é uma indústria que depende das expectativas futuras para projetar seu crescimento. Nos últimos anos o setor sofreu com queda de PIB e aos poucos aprendeu a viver na crise”, explica Antonio Serrano, CEO da Juntos Somos Mais, que ainda destaca: “O desempenho nos últimos meses foi surpreendente, porém o ano foi atípico e devemos estar preparados para diversos cenários em 2021. O pequeno varejista da construção fez rapidamente sua lição de casa, se adaptando a vendas remotas, mas precisa avançar de forma mais estruturante em gestão e digitalização do seu comércio”.
Na lista de itens em falta estão os principais insumos usados no setor. Aumento nos preços de alguns produtos passa de 100%
Publicado em 15 de dezembro de 2020 | 11:46 |Por: Thiago Rodrigo
Passado o período inicial da pandemia, com queda nas vendas do setor moveleiro em março e abril, teve início um forte período de recuperação – igualmente no polo moveleiro de Linhares -, a partir de maio, com altas consecutivas nos meses seguintes. Dados do Instituto de Brasileiro de Geografia e Estatística, (IBGE), apontam que em outubro, a produção de móveis do Brasil está 8% superior ao período pré-pandemia.
O aquecimento nas vendas, porém, fez surgir dois problemas: a falta de produtos, e uma escalada de reajuste nos preços. Todos os insumos, usados na indústria moveleira, já estão com um certo grau de dificuldade para aquisição, o que prejudica os fabricantes, por vários motivos. É o que explica o Presidente do Sindicato das Indústrias da Madeira e do Mobiliário de Linhares e Região Norte do Espírito Santo (Sindimol), o industrial Bruno Barbieri Rangel.
“Todos os insumos já estão com um certo grau de dificuldade para aquisição. Alguns um pouco menos e outros que já estamos tendo que, ou deixar de produzir, ou substituir, como é o caso do alumínio. Essa falta de insumos, além que quebrar o ritmo de produção, gera um desconforto enorme em relação aos compromissos assumidos com o cliente, que acabamos não conseguindo cumprir”, destaca Rangel.
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Outro problema para o polo moveleiro de Linhares é o impacto nos preços, causado pela escassez de matéria-prima. Alguns itens tiveram reajuste superior a 100%. O empresário Kerliton Modenezi, diz que, a partir de junho, as principais matérias-primas sofreram reajustes. “A partir do mês de junho, o mercado se mostrou muito aquecido, o dólar disparou e começaram os aumentos dos insumos. Todos os meses seguintes tivemos reajustes das nossas principais matérias primas, algumas de até 120%, ao longo desse período”, explica Modenezi.
O Presidente do Sindimol disse ainda que o consumo hoje está bem acima dá oferta, e para reverter esse quadro é preciso equilíbrio, enquanto isso não acontecer fica difícil fazer alguma previsão de retomada a normalidade. “Na realidade o consumo hoje está muito maior que a oferta, então enquanto essa balança não se equilibrar, vai ficar difícil fazer qualquer previsão de retomada da normalidade na entrega de insumos para indústria moveleira”, concluí o presidente.
Dentre os associados ao Sindimol, não são apenas as fábricas de móveis seriados que sofrem os impactos da falta de matéria-prima. Fabricantes de estofados e marcenarias também sentiram os efeitos da crise. Rafael Motta Boa Morte, sócio e administrador de uma fábrica de estofados em Sooretama, diz que o foi preciso tomar decisões rápidas para contornar a falta de matéria prima e o aumento dos preços que chegou a 100%, no caso da espuma.
“Tivemos que agir muito rápido. Trocamos cores de tecido que não estavam mais disponíveis para compra e negociamos com os nossos clientes essas trocas. Também fechamos parcerias com novos fornecedores para compra de tecidos e espumas. No caso da espuma, o repasse dos aumentos para as indústrias de estofados beirou 90%, 100%, em alguns casos”, salienta Motta.
Quanto aos clientes da empresa localizada no polo moveleiro de Linhares, Rafael explicou que foi preciso manter diálogos constantes, no intuito de manifestar a necessidade de reajustar os preços, mesmo com pedidos em carteira, e que esses reajustes eram reflexo do mercado. Já nas marcenarias o problema mais grave é a falta de ferragens. “Nosso maior problema são as ferragens. Muitos fornecedores já estão sem material para pronta entrega e não tem previsão de quando chega”. Esse é o relato do empresário Emerson Pauli Marinato.
Outra dificuldade, apontada por Emerson, é a falta de estoque de material, uma vez que, geralmente, as marcenarias trabalham com estoques reduzidos, e produtos muito específicos, de acordo com cada projeto. Além de aumentar o tempo para entrega dos móveis, alguns pedidos precisaram ser recusados, e a margem de lucro encolheu. “No caso de pedidos já fechados, a margem de lucro foi enxugada, e nós ficamos com o prejuízo, uma vez que não tivemos mais como repassar esses reajustes para o cliente”.
Inovação e sustentabilidade ambiental são os pilares da expansão da empresa
Publicado em 15 de dezembro de 2020 | 08:47 |Por: Cleide de Paula
Em 1º de janeiro de 2021, a Santos Andirá, indústria especializada na produção de dormitórios, com sede em Andirá (PR), chega aos 60 anos. Da marcenaria simples que contava com ferramentas rústicas e logística de entrega por carroça, em seis décadas a Santos Andirá conquistou posicionamento de liderança no setor moveleiro e hoje está entre as 10 maiores indústrias de móveis do Brasil, empregando cerca de 450 pessoas e com uma capacidade produtiva anual de 480 mil dormitórios.
Com venda em todo território nacional e exportação para, aproximadamente, 30 países, a Santos Andirá aposta na inovação como o pilar de desenvolvimento da marca. “Buscamos o reconhecimento de valor do nosso cliente nos diferenciando tanto na fabricação quanto no relacionamento, sempre com novas ideias e capacidade de reinvenção para trazer soluções e atender às demandas e necessidades do consumidor”, afirma José Roberto dos Santos (Tim), diretor presidente.
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A trajetória de 60 anos, segundo ele, foi também de muitos desafios, superados com o engajamento de toda a equipe e com a construção de um forte relacionamento com o mercado. “O ano de 2020 está sendo de total inovação e adaptação a uma nova realidade que começou a ser construída. O desafio agora é compreender a nova forma de se relacionar das pessoas e o jeito diferente de morar, trabalhar, educar e se cuidar, desencadeando uma nova visão para o mobiliário. Estamos entendendo esse novo momento para que os conceitos de funcionalidade e utilidade dos móveis que produzimos estejam alinhados a este novo tempo”, destacou.
Já o valor da sustentabilidade ambiental se tornou ainda mais presente no compromisso da companhia com as futuras gerações. “Somos uma das únicas empresas da área moveleira a ter a certificação na ISO 14001, conquistada há mais de 15 anos. Isso mostra o quanto nos dedicamos a implantar e gerenciar controles e indicadores para a gestão do meio ambiente na nossa cadeia produtiva, a ponto de o conceito do ‘cuidar’ permear hoje as atitudes e decisões de todos os nossos colaboradores”, ressaltou Tim.
A Santos Andirá
A Santos Andirá foi fundada em janeiro de 1961 na cidade de Andirá, norte do Paraná, e é especializada na fabricação de móveis para dormitórios. Investe continuamente em pesquisas para inovar e estar alinhada às tendências do mercado. A empresa possui um centro de usinagem automatizado e tecnologia que resultam em acabamentos exclusivos, com capacidade instalada para a produção de 420 mil dormitórios/ano que são distribuídos no mercado nacional e internacional. Possui certificação ISO 9001 e ISO 14001, respectivamente gestão de qualidade e gestão do meio ambiente.
Endereço: Rodovia PR 92, 2100 – Blocos A e B – Andirá – Paraná – CEP 86380-000 – Telefone: (43) 3538-8300. (com informações da Assessoria de Imprensa)
EXP 8018-1: nova sílica fosqueante de tamanho de partícula reduzido melhora formulação em futuros projetos de revestimento, com máxima transparência em vernizes efeito ao toque superfino superior
Publicado em 10 de dezembro de 2020 | 11:41 |Por: Thiago Rodrigo
A Evonik lança o EXP 8018-1, mais um produto da linha Acematt®, que compõe o portfólio de negócios Coating Additives. O novo agente fosqueante EXP 8018-1 de sílica precipitada tratado com cera foi desenvolvido especialmente para aplicações em que se pretende obter uma superfície com sensação ao toque superfino combinada com alta transparência. As principais áreas de aplicação incluem revestimentos de alta performance base água e base solvente para aplicações em madeira e plásticos.
A natureza multifuncional do EXP 8018-1 da Evonik permite o seu uso em sistemas de revestimento variados. O produto é adequado tanto para formulações com pigmentos ou não pigmentadas. Desenvolvido para proporcionar estabilidade antissedimentante em vernizes, o EXP 8018-1, mais fino, tratado com cera, também contribui para manter o aspecto de alta qualidade das superfícies.
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O produto apresenta excelente comportamento de dispersão e um valor de corte de grindômetro extremamente fino. Em razão de sua fácil dispersibilidade, os clientes não necessitam de nenhum outro equipamento de alto cisalhamento para incorporar o agente fosqueante à formulação. A sílica deve ser misturada usando energia de baixo cisalhamento ao final do processo de fabricação, o que pode ser feito com um agitador ou dispermatt de laboratório. Em consequência, é possível usar esse produto como adição final (pós-adição) para ajustar o nível de brilho. O EXP 8018-1 integra a linha de agentes fosqueantes à base de sílica Acematt®.
A divisão Specialty Additives combina as atividades de crosslinkers de alta performance e aditivos versáteis. Com eles, os produtos finais ficam mais valiosos, mais duráveis, mais econômicos em energia e, em muitos aspectos, simplesmente melhores. Como especialista em formulações nos mercados de rápido crescimento como revestimentos, mobilidade, infraestrutura e bens de consumo, conciliamos pequenas quantidades de insumos com grandes efeitos. A divisão faz parte da Evonik Operations GmbH. Com seus 3.700 colaboradores, a divisão gerou vendas de cerca de 3,4 bilhões de euros em 2019.
A Evonik é uma das líderes mundiais em especialidades químicas. A empresa atua em mais de 100 países em todo o mundo e gerou vendas de 13,1 bilhões de euros e um lucro operacional (EBITDA ajustado) de 2,15 bilhões de euros em 2019. A Evonik vai muito além da química para criar soluções inovadoras, rentáveis e sustentáveis para os clientes. Mais de 32.000 colaboradores trabalham juntos com um propósito em comum: queremos melhorar a vida das pessoas, todos os dias.
Uma premiação democrática, com critérios rigorosos de seleção, que elege por meio de voto popular as empresas que prestam um bom atendimento
Publicado em 9 de dezembro de 2020 | 15:08 |Por: Cleide de Paula
A Castor é o 1º Lugar na categoria Colchões do Prêmio ReclameAQUI 2020. Trata-se da maior premiação do atendimento brasileiro. Nesta edição, foram mais de 30mil votos reconhecendo a nossa empresa como a melhor para o consumidor, um resultado do nosso atendimento. Pelo oitavo ano consecutivo, a marca é eleita pelos consumidores como a melhor empresa de colchões.
Entrevista: Rogério Soares Coelho, presidente da Abicol
Devido à pandemia, a cerimônia foi diferente: realizada por meio de uma live com muito entretenimento, houve um espetáculo realizado pelo maestro João Carlos Martins e da dupla Chitãozinho & Xororó.
A Colchões Castor agradece a todos que votaram e prestigiaram a marca com o renomado prêmio. “Seguindo juntos, buscando oferecer sempre o melhor para vocês!”, afirma a diretoria da empresa.
A Castor
A Castor iniciou na Vila Musa, em 1962, na cidade de Ourinhos, quando o Dr. Hélio Silva, seguindo os passos do seu pai fundou a Colchões Hélio Silva, uma fábrica artesanal que usava o capim cortado das margens da rodovia Raposo Tavares para produzir colchões. O nome Castor nasceu de uma inspiração do Dr. Hélio Silva ao imaginar a maciez de um novelo de lã cuja marca era Castor. Atualmente a Castor é referência de qualidade em seu mercado em razão dos constantes avanços tecnológicos e à atualização permanente de seu design, além das inovações em linhas de produtos que proporcionam vida mais saudável e confortável aos seus clientes.
A premiação
O Prêmio surgiu há 10 anos, a partir de uma iniciativa do Reclame AQUI para reconhecer as empresas que fazem um bom atendimento. Ao passar dos anos, o evento cresceu e se consolidou como a maior premiação de atendimento do Brasil, almejada por empresas de todos os segmentos de atuação que lidam diretamente com o consumidor.
Em 2020, no ano em que o Reclame AQUI completa seus 20 anos de história, a noite se tornou ainda mais especial, celebrando uma premiação democrática, com critérios rigorosos de seleção, que elege por meio de voto popular as empresas que prestam um bom atendimento.
Graças ao rigor e seriedade do evento, o Prêmio Reclame AQUI é hoje o mais respeitado prêmio de atendimento do Brasil, reconhecido por milhares de consumidores que passam pelo Reclame AQUI diariamente.
Presidente da Abicol, Rogério Soares Coelho, explica as demandas no Inmetro e com governo, as dificuldades com a falta de matéria e outros assuntos
Publicado em 9 de dezembro de 2020 | 08:00 |Por: Thiago Rodrigo
A Associação Brasileira da Indústria de Colchões (Abicol) tinha como presidente desde 2019 o empresário Rogério Soares Coelho, da Orbhes Colchões. Ele, que assumiu a gestão de Alexandre Prates Pereira (2017-2018 e 2019 interrompida para afastamento por assuntos pessoais) no ano passado, liderou a entidade neste conturbado ano de 2020.
Agora, nomeado presidente da Abicol pelos próximos dois anos – 2021-2022, ele conta os efeitos da pandemia no setor colchoeiro, os desafios com a falta de matéria-prima, com selos, certificações e sustentabilidade, entre outros assuntos em uma entrevista em duas partes – a outra pode ser lida na edição 303 da Móbile Fornecedores.
Fornecedores | Neste ano atípico, os efeitos da pandemia no setor de colchões foram fortes, com alta de preços de insumos, falta de produtos e consequente paralisação da produção. Como foi lidar com isso?
Rogério | Um desafio que entrou na nossa agenda de uma forma totalmente inusitada é uma explosão no preço de todas as nossas matérias-primas, desde o produto químico, molejo, grampo, tudo, e que fomos obrigados a repassar. O reajuste que os colchões tiveram esse ano chegam a 35% a 45% este ano, o que é irreal. Mas esses reajustes internacionais nos produtos químicos e no aço nos preocupam. E para amenizar isso é tentar a redução de tarifas, mesmo que sejam momentâneos, para que fabricantes nacionais possam ir fora e trazer produtos a um preço mais competitivo. Essa é a nossa demanda agora.
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Tivemos fabricantes parados no mês de setembro devido ao poliol e agora (outubro) há a falta de aço que impactam na produção de molejo, no qual várias fábricas terão problemas. Temos expectativa de que o consumo de hoje continuasse em 2021, mas é um completo exercício de futurologia alguém falar o que vai ser em 2021. Da mesma forma que nosso mercado, todos erramos, no começo da pandemia, ninguém tinha preocupação que teria falta de matéria-prima, a preocupação era falta de demanda e a coisa se inverteu de uma forma totalmente contrária. Isso não só no Brasil, a produção nos Estados Unidos explodiu, aumentou de forma tremenda, e lá os colchões chineses receberam uma pesada taxação de anti-dumping, então os colchões asiáticos diminuiu muito e a produção americana de colchão aumentou, 30%, é algo absurdo, e isso se repete no consumo como um todo.
Fornecedores | O aumento de produção nos Estados Unidos impacta na falta de matéria-prima aqui?
Rogério | Aço para mola, há produtores que fazem seu próprio molejo nos Estados Unidos, que poderiam mandar isso para cá. Mas o consumo lá está muito alto. A produção de mola dos EUA está em um pico então eles estão importando do mundo inteiro. Tivemos notícias que foi enviado molas ensacadas de avião para lá. Então, os americanos estão importando molejo da China, da Turquia, e isso faz com que a falta se espalhe para todo o mundo. O consumo de espuma também, porque o nosso TDI é importado e o poliol vem de lá. Para complicar, o famoso furacão Aura paralisou algumas unidades fabricantes desses produtos químicos lá. Essa junção de situação que causou esse transtorno.
Fornecedores | Qual a expectativa de que as demandas perante o governo sejam atendidas?
Rogério | Nós queremos fazer uma solicitação embasada em números, não em vontade. Queremos mostrar o presente e o futuro. Contratamos pessoas especializadas nisso para que seja feito de uma forma certeira, porque se acontecer será um benefício para todo o mercado. Os players nacionais ao não conseguirem atender, não são prejudicados em nada. A nossa expectativa é entrar em contato com o governo para ser aprovado de uma forma rápida. O preço do colchão pode chegar a valores tão irreais que certa camada social pode não ter acesso e somado a isso vai faltar produto.
Fornecedores | Ainda há muitas fábricas fechadas?
Rogério | Hoje, em relação às últimas paralisações que aconteceram foram devido ao poliol. Tem-se notícia que a situação normalizou, mas os volumes de produtos ofertados não vão atender a demanda que existe do mercado neste ano. Ao diminuir esse volume, as empresas são obrigadas a ajustar a produção delas. Ano passado fiz mil colchões por dia, este ano vou receber material para produzir 700. Teremos um freio na capacidade produtiva das empresas neste ano. Para o ano que vem, esperamos que a situação normalize. Ninguém sabe o motivo desse consumo maior de colchões no mundo e ninguém sabe se isso vai se sustentar. É por isso que para nós, a importação se torna urgente para que dê essa mobilidade do produtor nacional encontrar fora do mercado ele compra (produtos químicos).
Fornecedores | Como a Abicol tem olhado para a questão da sustentabilidade e da economia circular dos colchões?
Rogério | Não existe no Brasil e em quase nenhum país do mundo, uma situação para se tratar isso. Alguns estados brasileiros começam a ver isso e há uma comissão da Abicol de olho nisso. Só os Estados Unidos, na verdade quatro estados americanos, fazem a reciclagem obrigatória dos colchões, é um programa chamado “Bye, Bye Matress”, é gerido pela Ispa, a associação americana dos produtores de colchões. Nesses quatro estados eles tratam os colchões, que são reciclados dentro dos modelos, e é cobrado do consumidor final. Emitiu-se a nota fiscal americana, tem no final 9 dólares em três estados e 11 dólares na Califórnia.
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A reciclagem do colchão lá é um tema muito complicado, porque o colchão recebe fluídos corporais, então é um produto que tem de ter certo cuidado para manipular depois. Lá nos Estados Unidos utilizam muito carpete e embaixo usam uma manta de aglomerado de espuma para deixar o toque macio. Então eles pegam o colchão, tiram as espumas, isso é moído e fazem o aglomerado. O aço é reciclado, a madeira eles fazem o cavaco para utilizar em jardim. Eles começam a sentir problema porque o uso de carpete tem caído. Isso é feito nos EUA e aqui no Brasil a Abicol tem alguns estudos de como seria a melhor forma para tratar isso. O uso consciente do descarte do bem pelo consumidor é a melhor forma. São Paulo tem 52 pontos de coleta, salvo engano, é uma questão de educação. É uma questão maior de informação do consumidor e como ele vai tratar isso.
Fornecedores | A Abicol criou o Selo Abicol para comunicar ao consumidor produtos feitos por empresas responsáveis. O que este selo tem de diferente do selo do Inmetro e do Iner e por que é importante as empresas de colchões terem?
Rogério | O Selo Abicol, quando o presidente Alexandre sugeriu a criação dele, a ideia é basicamente mostrar que as empresas que produzem com o Selo Abicol, o colchão atende as normas do Inmetro, atende certos parâmetros de socialmente responsáveis, meio ambiente, essa é a visão inicial. Com o colchão passando a ser caracterizado como grau 1 de risco, a ideia do selo é ter uma proporção que mostram que os fabricantes que o utilizam, são verificados, o produto é registrado, atende a portaria do Inmetro e é um colchão que o consumidor pode comprar de olhos fechados. Não estamos desacreditando o selo do Inmetro, nosso sonho é que ele seja muito mais forte do que está no momento. O que colocamos agora com o Selo Abicol é que tenha a possibilidade de atestar de uma forma transparente e clara, de que são alguns e não vários fabricantes e dizer: “Nós existimos, nós somos esses fabricantes, nós fazemos nossos produtos de uma forma diferente, nós nos verificamos e nós desejamos que nosso produto seja visto com uma segurança maior do que é ofertado por outros players do mercado”.
Fornecedores | Uma das ações da Abicol neste ano foi a criação de três protocolos de boas práticas para o combate à disseminação da Covid-19. Como os lojistas avaliaram isso?
Rogério | Uma preocupação muito grande, que quando a Covid-19 começou, ninguém sabia como seria. Então a gente tinha que zelar pelo nosso negócio e pelo negócio do nosso lojista. E só tem uma forma de fazer isso que é zelando pela vida, pela saúde dos nossos colaboradores e dos nossos clientes. Então a Abicol contratou uma consultoria como um infectologista que naquele período com o que se conhecia, o que nós poderíamos fazer para minimizar essa situação.
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É muito interessante que se pegar os protocolos que a Abicol lançou logo no início da pandemia, 2/3 meses depois eles passaram a ser replicados pelos meios de comunicação como uma coisa a ser feita, então isso foi interessante. A nossa visão foi para que o negócio não caísse em um primeiro momento, por falta de mão de obra para trabalhar, e em um segundo momento do medo do consumidor de entrar em uma loja. Então isso foi de grande valia e deu muita segurança, pois tudo que o ser humano deseja nesse momento é algo que lhe dê segurança e esses protocolos nos ajudaram a dar segurança nesse momento.
Fornecedores | Quais são os problemas que o setor de colchões enfrenta cotidianamente e que a Abicol luta para superar?
Rogério | Se não houvesse a Abicol, nós estaríamos nos piores dos mundos. Muito interessante que cada presidente que entrou, ele tomou uma atitude como se tivesse uma bola de cristal. O Félix criou a estrutura, o Luiz Fernando deu uma profissionalizada, e o Alexandre Prates teve o insight de pensar o Selo Abicol. O primeiro grande desafio que a Abicol tem hoje é mostrar para o Inmetro que o colchão é sim um produto que põe em risco a saúde do consumidor. Se uma pessoa não dorme bem, ela vai ter problemas de saúde, falta no trabalho, leva um trabalho laboral, e se dorme mal pode ter um acidente. Queremos mostrar para o Inmetro que o colchão impacta violentamente na saúde da pessoa. Então esse é o grande desafio da Abicol a médio-prazo.
Leia outra parte desta entrevista na edição Móbile Fornecedores 303.