Impress Decor divulga sua cor do ano: Alma

Cor do Ano Impress Decor visa despertar sensações e ampliar a conexão com os ambientes

Publicado em 17 de janeiro de 2022 | 10:00 |Por: Thiago Rodrigo

Da mesma forma que institutos especializados em tendências, como a Pantone e a WGSN, trabalham em pesquisas para identificar as cores que, anualmente, se tornam referência para o mundo todo, a Impress Decor Brasil, referência no desenvolvimento e produção de superfícies decorativas para a indústria de painéis, móveis e pisos, desenvolve o estudo “Cor do Ano”, com foco no segmento de arquitetura e decoração e em consonância com as principais tendências globais.

Na sua última edição, anunciada em outubro, a empresa apresentou as cores Alma e Mescla, que foram desenvolvidas em parceria com o Ohma escritório dos sócios Fabio Marx, Nicholas Oher e Paloma Bresolin.

Em sua essência, Alma é uma cor que transita entre tons de lilás e azul, talvez um tanto acinzentado, como algo que não pode ser definido ao certo. Esta cor central e todas as suas nuances aparecem acompanhadas por uma paleta complementar, a Mescla, que representa a diversidade imensa por onde a alma transita, se mistura e se completa. Essa paleta é composta por oito tonalidades que variam do bege a um marrom mais denso.

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De acordo com Caroline Campos, designer da Impress Decor Brasil, grande parte do conceito criado em torno das cores do ano 2022 foi a sensação de conexão. “O indivíduo contemporâneo foi transportado para uma sociedade cada vez mais complexa: o digital, o analógico, o psíquico, o micromolecular, o cósmico, o espiritual. Estas, entre tantas outras esferas, alimentam ideias e inspiram vidas cotidianamente, em constante movimento e fluidez”, explica.

“As pessoas precisam ser interpretadas e reconhecidas como indivíduos, cuja identidade não é única nem estática, e sim multifacetada. Estamos o tempo todo buscando equilibrar e nos conectar com todas essas facetas diferentes. Essa busca é não somente por uma reaproximação com a nossa própria essência, mas também com os outros e com o mundo ao nosso redor”, completa.Impress Decor

Cor do Ano Impress Decor

Nesse sentido, segundo a Impress Decor, a cor Alma, apesar de não ser claramente definida, é uma cor que remete à calma e espiritualidade, mas também à tecnologia por ser um tom que não é encontrado com facilidade na natureza. Por sua característica fluída e multifacetada, a empresa destaca que é um tom que pode ser aplicado facilmente em diferentes ambientes da casa:

Cozinhas: neste ambiente, a cor apresenta uma conotação mais sofisticada e inovadora, saindo do lugar comum. Além disso, cria o clima ideal para o preparo de alimentos, estabelecendo uma conexão com o ato de cozinhar. Ela pode ser aplicada em bancadas, compor os armários e a marcenaria do ambiente.

Quartos: por se tratar de uma cor que transmite uma calma profunda, proporciona uma ambientação tranquila, ideal para os momentos de descanso e sono regenerador. Uma combinação de neutros suaves e tons aconchegantes podem trazer esse sentimento ao ambiente.

Banheiros: quem não tem desejado aquele momento de SPA em casa, com direito a velas e sais de banho? A cor Alma, como dissemos, é baseada no conceito de conexão. Neste caso, qual seria ocasião melhor para conexão consigo mesmo e a própria essência? Aqui, ela também pode estar presente na marcenaria e bancadas, ampliando a sensação de relaxamento.

Living: receber convidados e compartilhar momentos de proximidade. A Alma também é uma cor aconchegante, pois mistura o leve calor do vermelho à tranquilidade e calma do azul. Ela pode ser aplicada para iluminar uma grande área, mas também é uma cor de destaque, chamando a atenção para partes de uma sala ou criando um ponto focal.

Escritórios: essa cor também auxilia nos momentos de pura concentração, mas sem deixar o ambiente monótono ou sem graça. Assim como na cozinha, ela pode ser aplicada na marcenaria em composição com os tons madeirados.

Alma, de acordo com a Impress Decor, é uma cor que, além de estar alinhada com a proposta de 2022 da Pantone, que elegeu a Very Peri como a cor do ano, é um tom versátil que desperta sensações e amplia a conexão com os ambientes.

Polo moveleiro de Bento Gonçalves tem desempenho positivo em 2021

Mesmo com economia instável, indústrias do polo moveleiro de Bento Gonçalves tiveram alta nas exportações e geração de empregos

Publicado em 14 de janeiro de 2022 | 10:00 |Por: Thiago Rodrigo

O polo moveleiro de Bento Gonçalves apresentou crescimento de faturamento em 2021. Com base nos dados oficiais da Sefaz Rio Grande do Sul, o incremento nos primeiros dez meses do ano foi de 49% em relação ao mesmo período de 2020. A partir dessa média, o Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sindmóveis) projeta que o ano encerre com faturamento 45% maior na comparação com o ano anterior.

Os dados, porém, não refletem a realidade, visto que a cadeia de madeira e móveis vem enfrentando diversos efeitos da instabilidade econômica – como aumento de impostos e alto preço dos insumos, ou seja, não significa maior lucro líquido aos empresários, aponta a entidade.

Polo moveleiro de Bento Gonçalves

A participação do polo moveleiro de Bento Gonçalves (composto pelos municípios de Bento Gonçalves, Monte Belo do Sul, Pinto Bandeira e Santa Tereza) torna-se cada vez mais expressiva no total faturado pelo setor moveleiro gaúcho. Passou de 26,7%, em 2019, para 27,2%, em 2020, atingindo 29% até outubro de 2021 (patamar que não deve se modificar até o final deste ano).

O referido crescimento deve-se em parte à baixa base de comparação, principalmente do primeiro semestre deste ano com o mesmo período de 2020, tendo em vista que, naquela época, a pandemia estagnou o setor moveleiro.

Inflação de móveis tem alta em 2021

Além disso, com a retomada da economia, muitos mercados, dentre eles o de móveis, passaram a ter problemas de escassez de matérias-primas, com alta dos preços e forte impacto nos custos de produção, elevando o preço final dos produtos e, consequentemente, o faturamento bruto. Essa elevação, no entanto, não foi acompanhada na mesma proporção pelo aumento da produção, das vendas físicas e da lucratividade.

Exportações de móveis

Nas exportações, em Bento o faturamento de móveis exportados cresceu 42,4%. Estima-se que o ano encerre com incremento de 40% nas exportações de móveis produzidos na região.

Com pequena alteração no ranking, Estados Unidos, Chile, Uruguai, Reino Unido e Peru estão entre os cinco maiores importadores de móveis tanto do Rio Grande do Sul quanto do polo de Bento Gonçalves. Somados, esses países correspondem a cerca de dois terços das exportações.

Empregos no polo moveleiro de Bento Gonçalves

No que diz respeito à geração de empregos no segmento moveleiro, já considerando os ajustes feitos em informações históricas de 2020 pelo Governo, no ano passado a evolução do número de empregados no segmento ficou positiva em 3,2% no RS (versus 2019). Em 2021, até outubro, a evolução foi de 9,4%.

No polo moveleiro de Bento Gonçalves, a geração de empregos cresceu 4,5% em 2020 e 10,9% em 2021. Dessa forma, mesmo no ano passado houve geração positiva de empregos e tal fato está ocorrendo de modo mais expressivo em 2021. O segmento emprega mais de 38 mil trabalhadores no Rio Grande do Sul e quase 7 mil no polo de Bento, considerando os dados mais atualizados do Caged.

Perspectivas para 2022

Há, no Brasil, assim como em diversos outros países, um foco inflacionário que tem como base principalmente o aumento geral dos custos de produção. Segundo o Sindmóveis, o aumento dos juros está sendo utilizado para combater tal processo, sendo que a Selic já está em 9,25% ao ano após diversos reajustes, permanecendo com tendência de alta no curto prazo.

Juros altos costumam atrair capital especulativo e tendem a impactar no câmbio, propiciando sua estabilidade ou mesmo baixa. Infelizmente, tal cenário não incentiva a produção, inibe a concessão de financiamentos e reduz o poder de compra da população. As projeções do PIB vêm caindo, devendo fechar abaixo dos 5% em 2021 e em 0,5% em 2022, segundo o Boletim Focus do Banco Central emitido em dezembro último.

Produção de móveis cai em novembro

Considerando esse cenário e as peculiaridades do setor moveleiro, que consegue se reinventar em meio às dificuldades econômicas, tanto o Sindmóveis quanto a Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs) projetam crescimento nominal de 5% a 6% no faturamento do setor moveleiro em 2022.

Isso em um cenário semelhante ao vivenciado em 2021, sem que a produção física acompanhe tal aumento e considerando que a base de comparação dessa vez será mais expressiva (todo o ano de 2021). Esse cenário pode ser alterado, mas para o Sindmóveis Bento Gonçalves dependerá de muitos fatores, como controle da inflação, geração de empregos, nível dos gastos públicos e foco em ações que gerem a retomada do crescimento brasileiro.

Palavra do presidente

De acordo com o presidente do Sindmóveis, Vinicius Benini, prever 2022 ainda é algo incerto, pois já é possível perceber algumas mudanças no comportamento dos consumidores. “De fato, as pessoas não estão mais tão focadas em comprar itens para equipar suas casas, refletindo em certa retração no mercado interno. Além disso, diversas questões econômicas, como impostos, preço dos insumos e redução do poder de compra, dificultam o cenário para as indústrias moveleiras”, explica.

Ele ressalta, ainda, que o faturamento das exportações se mantém em linha crescente. “Isso não significa que não vale a pena vender no Brasil, mas que diversificar as frentes de atuação pode ser uma boa estratégia para manter o fluxo dos negócios”, pondera.

Abimóvel divulga dados preliminares da indústria moveleira em 2021

Dados mostram panorama dos resultados acumulados nos últimos cinco anos e projeções para o setor moveleiro em 2022

Publicado em 13 de janeiro de 2022 | 10:00 |Por: Thiago Rodrigo

Apesar de um ano ainda bastante atípico, o comportamento e os resultados da indústria moveleira 2021, abrem caminho sobre o que esperar do setor moveleiro e da indústria e da economia nacional no cenário pós-pandemia. Com isso, a Abimóvel – Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário compartilha em primeira mão o balanço com dados preliminares da indústria brasileira de móveis e colchões em 2021, além de projeções até 2023, com base em indicadores levantados com exclusividade pelo Iemi – Inteligência de Mercado junto a fontes oficiais.

Inflação de móveis em 2021 tem grande alta

Em meio a grandes perdas e transformações na vida e nos negócios, o setor moveleiro foi, sem dúvida, um dos mais influenciados pelo isolamento social, que exigiu respostas rápidas e ágeis para situações nunca vividas em nossa geração. Enquanto o aspecto humano foi e continua sendo nosso maior patrimônio e preocupação, inevitáveis, porém, são os questionamentos sobre o futuro da indústria de móveis neste novo e bem-vindo cenário que se constrói no processo de retorno à normalidade.

Indústria moveleira em 2020

A indústria moveleira fechou 2020 com queda de 1,35% no volume de peças produzidas em relação a 2019 (pré-pandemia). Número que na verdade revelou uma recuperação surpreendente no panorama de quedas abruptas, que passaram de 60%, vivenciado entre os meses de março e maio do ano passado. Com o setor alcançando uma fenomenal recuperação a partir do boom na procura por móveis na segunda metade de 2020.

Em valores nominais, aliás, a produção de móveis e colchões no Brasil alcançou mais de R$ 71,4 milhões em 2020, uma expansão de 2,2% em receita sobre 2019. Representando, portanto, ganho, apesar do recuo no número de peças produzidas.

Neste cenário histórico para o setor moveleiro, em que os consumidores voltaram a atenção para o lar e o mobiliário durante o isolamento social, as expectativas para 2021 eram incertas, especialmente diante dos desajustes provocados pela pandemia nas economias e cadeias de abastecimento.

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Com os problemas mais significativos entre as indústrias de móveis e colchões estando relacionados à escassez e aos aumentos excessivos nos preços de matérias-primas e insumos, além de graves entraves logísticos (marítimo e aéreo).

Questões que, somadas à influência da variação cambial (alta do dólar americano e desvalorização do real brasileiro), bem como o retorno da inflação no País, aumentaram ainda mais os preços de produção e, por consequência, o valor final de nossos produtos no varejo.

Tais fatores levantaram “sinais de alerta” em relação ao reajuste das massas salariais dos consumidores e o poder de compra deles, sinalizando uma variação na desaceleração da demanda por móveis neste ano.

Crescimento da indústria moveleira em 2021

Os números foram menos aquecidos ao longo de 2021, porém, distribuídos de maneira mais estável durante todos os meses, diferente de 2020. Dessa forma, a indústria brasileira de móveis e colchões não só recuperou o volume perdido, como apresentou crescimento de 2,71% no volume de peças produzidas em 2021 sob 2020: 443,23 milhões de peças fabricadas no total.

Design de móveis brasileiros

Em receita, o aumento foi de aproximadamente 9,28%, totalizando mais de R$ 78 milhões. Resultados não só superiores aos do ano passado, mas também aos de anos anteriores, no período de 2016 a 2020. Demonstrando, assim, o foco, o posicionamento e a continuidade do trabalho da indústria do mobiliário ao longo deste ano.indústria moveleira

Emprego e investimentos

Diante de tal cenário, a indústria moveleira registrou saldo positivo de vagas de trabalho durante o ano, indo na contramão da economia nacional. Segundo dados levantados pelo Iemi, com base em dados junto a fontes oficiais, para a Abimóvel, o crescimento do emprego na indústria moveleira foi de 2,66% em 2021 frente a 2020. Número que se torna ainda mais interessante ao observarmos a evolução do emprego no setor nos últimos anos:

Resultados que apontam para uma conjuntura positiva e crescente, com o aumento da confiança do empresário industrial no setor moveleiro, que, além da mão de obra, vem investindo fortemente no melhoramento e modernização dos parques fabris.

Os investimentos no setor saltaram de R$ 1,23 milhão em 2019 para mais de R$ 2,16 milhões em 2021. Na comparação com 2020, foram investidos cerca de R$ 785 mil — um dos piores desempenhos do indicador na série histórica —, o salto é ainda maior: +176%.indústria moveleira

Exportações de móveis e colchões crescem

A modernização e diversificação de nossas indústrias trazem impactos não só no consumo doméstico, como também colocam nossas empresas e produtos em sinergia com o mercado global. Entre todos os resultados positivos de 2021, surpreende a evolução das exportações no setor, que acumularam crescimento de 547,46% nos últimos cinco anos.

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Isso comprova, de tal maneira, uma evolução histórica na balança comercial de móveis, que cresceu 75,88% em volume em 2021 sobre 2020. Em receita, o aumento foi de 48,36%, totalizando US$ 932 milhões (FOB) em móveis e colchões exportados neste ano.

Ritmo que, segundo as projeções divulgadas pela Abimóvel, deverá se manter nos próximos dois anos, com expectativa de 6,05% e de 8,65% de crescimento no volume de móveis e colchões a serem exportados em 2022 e 2023, respectivamente.indústria moveleira

Projeções para a indústria moveleira

O cenário de confiança no mercado interno e novas oportunidades no mercado global apontam para a manutenção dos bons números do setor nos próximos dois anos. Embora grande parte dos recursos financeiros dos consumidores voltem a ser canalizados para viagens, lazer e outros serviços, a adoção definitiva do home office ou mesmo do trabalho híbrido, bem como o bom momento que a construção civil atravessa no País, além, claro, das exportações, trazem possibilidades interessantes para toda a cadeia moveleira.

Nesse sentido, a estimativa é que o volume de produção de móveis e colchões continue crescendo: +2,11% em 2022 e +2,75% em 2023. O que deverá impactar positivamente também no volume de emprego no setor, com crescimento projetado de 2,05% no próximo ano e 2,88% no ano subsequente.

indústria moveleira

Quando o assunto são investimentos, porém, estima-se a reestabilização diante dos altos montantes aplicados em 2021. Com as fábricas sendo ampliadas nos últimos anos para um período de alta produção e desempenho a partir de 2022.

Inflação de móveis registra 15,73% em 2021

Na comparação de dezembro com novembro de 2021, inflação de móveis variou 2,07%

Publicado em 11 de janeiro de 2022 | 11:33 |Por: Thiago Rodrigo

A inflação de móveis em 2021 registrou variação de 15,73% em 2021 no comparativo com 2020. Em 2020, itens de mobiliário havia registrado variação negativa de 3,20%. No mês, foi registrado inflação de 2,07% em dezembro comparado a novembro de 2021.

Artigos de residência teve variação acumulada no ano de 2021 de 12,07%, a terceira maior variação entre os grupos. Os dados da inflação de móveis são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado hoje (11) pelo IBGE.

IPCA

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no ano de 2021 se encerrou com variação de 10,06%. Essa é a maior taxa acumulada no ano desde 2015, quando foi de 10,67%, e extrapolou a meta de 3,75% definida pelo Conselho Monetário Nacional para 2021, cujo teto era de 5,25%.

Em dezembro, o índice subiu 0,73%, 0,22 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de 0,95% registrada em novembro. Em dezembro de 2020, a variação havia sido de 1,35%.

O resultado de 2021 foi influenciado principalmente pelo grupo Transportes, que apresentou a maior variação (21,03%) e o maior impacto (4,19 p.p.) no acumulado do ano.

Design de móveis brasileiros

“O grupo dos Transportes foi afetado principalmente pelos combustíveis”, explica o gerente do IPCA, Pedro Kislanov. “Com os sucessivos reajustes nas bombas, a gasolina acumulou alta de 47,49% em 2021. Já o etanol subiu 62,23% e foi influenciado também pela produção de açúcar”, complementa.

Na sequência vieram Habitação (13,05%), que contribuiu com 2,05 p.p., e Alimentação e bebidas (7,94%), com impacto de 1,68 p.p. Juntos, os três grupos responderam por cerca de 79% do IPCA de 2021.

Produção de móveis cai em novembro

No grupo Habitação, a principal contribuição (0,98 p.p.) veio da energia elétrica (21,21%). “Ao longo do ano, além dos reajustes tarifários, as bandeiras foram aumentando, culminando na criação de uma nova bandeira de Escassez Hídrica. Isso impactou muito o resultado de energia elétrica, que tem bastante peso no índice”, explica Kislanov. Ele destaca, ainda, no grupo Habitação, o item gás de botijão (36,99%), que subiu em todos os meses de 2021 e teve o segundo maior impacto no grupo, de 0,41 p.p.

Cabe mencionar ainda as variações acumuladas dos grupos Artigos de residência (12,07%) e Vestuário (10,31%). Este último havia sido o único grupo com deflação no ano anterior.

No grupo Alimentação e bebidas, a variação de 7,94% foi menor que a do ano anterior (14,09%), quando contribuiu com o maior impacto entre os grupos pesquisados.

Mês Variação (%) 
Mês Trimestre Ano 
Janeiro 0,25   0,25
Fevereiro 0,86   1,11
Março 0,93 2,05 2,05
Abril 0,31   2,37
Maio 0,83   3,22
Junho 0,53 1,68 3,77
Julho 0,96   4,76
Agosto 0,87   5,67
Setembro 1,16 3,02 6,90
Outubro 1,25   8,24
Novembro 0,95   9,26
Dezembro 0,73 2,96 10,06
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços

Norton conta processos de pesquisa e desenvolvimento de produtos

Fabricante de abrasivos e lixas para madeira e outros produtos, Norton explica como funciona área de pesquisa e desenvolvimento da empresa

Publicado em 10 de janeiro de 2022 | 10:10 |Por: Thiago Rodrigo

Para gerar novos produtos abrasivos com grãos diferenciados, resinas e costados é preciso uma área de pesquisa e desenvolvimento eficaz. Para isso, a fabricante de abrasivos e lixas Norton possui diversos centros de pesquisa e desenvolvimento ao redor do mundo, com uma gama de cientistas que trabalham no desenvolvimento de novos produtos e compósitos.

Os centros têm a finalidade de oferecer produtos inovadores que permitam aumentar a produtividade e a qualidade dos clientes. No Brasil, a equipe de pesquisa e desenvolvimento trabalha em conjunto com os centros de desenvolvimento mundiais na busca de soluções para o mercado.

A Saint-Gobain, grupo do qual a Norton faz parte, investe um grande valor todo ano em pesquisa e desenvolvimento. “Como premissa, iremos inovar sempre. Nossa meta é sempre a cada cinco anos ter uma renovação e aprimoramento de nossas famílias de produtos na ordem de pelo menos 20%”, assinala Eduardo Pereira de Barros, gerente do segmento industrial da Norton Saint-Gobain Brasil.

Soluções Norton

A Norton Saint-Gobain possui para o mercado de calibração de MDF, dois produtos consagrados no mercado. Para calibragem com pressão de trabalho menor, tem o produto h482, produto confeccionado em papel pesado utilizando grão carbeto de silício. Para calibragem de MDF com maior pressão tem o excelente produto em polyester r483, com alta resistência e produzido em carbeto de silício.

Para o mercado de móveis acabados, a Norton oferece o produto h177, em papel com excelente resistência mecânica e confeccionado em óxido de alumínio branco com aplicação para os diversos tipos de substrato e vernizes. “Proporciona ótimo acabamento e excelente durabilidade”, garante Barros.Norton

Para o lixamento dos diferentes tipos do substrato madeira (maciça, MDF, etc.) nas marcenarias, a Norton tem um grande gama de produtos que podem ser convertidos em diversos formatos, como cintas de lixas, discos e folhas. “Começando pelo mercado de cintas, temos lixas com costado de pano, k121/131 que atende máquinas portáteis e máquinas de cintas estreita de medidas maiores”, diz o gerente.

Neste mercado de cintas portáteis a Norton pode confeccionar as cintas em papel, utilizando a lixa g125. “Em clientes que desejam alta produção e performance temos o produto h819 que alia a resistência do papel pesado no costado e o excelente grão Norton (óxido de aluminio) que possui alta resistência mecânica capaz de trabalhar com todos os tipos de material, desde madeira até alumínio”, explica.

Varejo de móveis e eletros cai em outubro

Para o mercado de discos de lixas, a Norton oferece discos em g125 para desbastes mais pesados, mas o grande produto que alia corte e acabamento é o a275 que pode ser produzido com ou sem furos de captação de poeira. “Esse produto, graças ao seu potencial lubrificante, se aliado ao perfeito sistema de aspiração, eleva a produtividade das fabricas, além de reduzir os efeitos da poeira causado pela operação”, assegura o gerente. No mercado de folhas, a Norton possui a nossa tradicional folha a257 conhecida como ursinho e folhas com maior produtividade como a própria a275 que utiliza no formato de discos.Norton

Acabamento da madeira

Barros explica que à medida que o processo de acabamento na madeira vai evoluindo é utilizado lixas cada vez mais finas, tendo uma importante regra de nunca pular mais de dois grãos na faixa granulométrica. “Isso para que o processo complementar consiga reduzir os riscos deixados pela operação anterior. Um exemplo: se utilizamos grão 80 no desbaste, temos como complemento os grão 100 e depois o 120. O ideal é fazer o acabamento pós-grão 80 no máximo utilizando o grão 120”, explica o gerente.

Para acabamentos finos, há a opção de utilizar os produtos “non woven” da Norton, que se trata de fibras sintéticas impregnadas com grão abrasivos. “Esses produtos non woven tem a característica de promover acabamento sem danificar a peça obra”, diz Barros, que acrescenta: “Em resumo, as soluções vão sempre depender do substrato e do acabamento necessário. Com a identificação desses fatores é possível especificar qual a lixa e qual o grão indicado para aquele processo”.

Duratex utiliza 100% de água de reuso em sua fábrica de Taquari (RS)

Reaproveitamento evita a utilização de recursos naturais no processo produtivo dos painéis de MDP

Publicado em 7 de janeiro de 2022 | 09:00 |Por: Thiago Rodrigo

Reduzir continuamente o descarte de efluentes no meio ambiente é uma das prioridades da Duratex, que investe cada vez mais em iniciativas que garantam o uso consciente de recursos naturais em suas produções. Neste ano, a empresa implementou na unidade de Taquari (RS) um projeto de tratamento de efluentes em que, depois de serem tratados, são encaminhados diretamente ao seu local de reuso. Atualmente, 100% da água utilizada na produção de painéis de MDP da unidade é reutilizada.

“Com esse projeto, deixamos de captar água do rio da cidade para nossas produções e, além disso, tratamos todos os efluentes gerados na fábrica, sem descartá‐los no meio ambiente”, diz Dauto de Souza Lemos, gerente da unidade de Taquari da Duratex. Em 2016, a divisão de painéis da empresa diminuiu em 2,4% o descarte de efluentes no meio ambiente em comparação com o ano anterior.

Duratex se transforma em Dexco

A unidade de Taquari utiliza água tratada para a produção de painéis de madeira MDP. Os painéis produzidos a partir de partículas de madeira selecionada de eucalipto permitem as mais diversas aplicações na indústria moveleira e na construção civil.

Reconhecida pelas práticas sustentáveis aplicadas em seus negócios, a Duratex já recebeu diversos prêmios e certificações socioambientais que atestam esse compromisso. A companhia possui a norma internacional ISO 9001 de Sistema de Gestão da Qualidade e 10 de suas 15 unidades industriais são certificadas pela ISO 14001 de Sistemas de Gestão Ambiental. Os dois selos são concedidos pela entidade International Organization for Standardization e atestam que a atuação da empresa na sociedade está de acordo com padrões internacionais de qualidade e gestão ambiental.

Produção de móveis cai 3,4% em novembro

Em relação novembro de 2020, produção de móveis tem queda de 17,9%, sendo 22% dentro do setor de bens de consumo duráveis

Publicado em 6 de janeiro de 2022 | 11:28 |Por: Thiago Rodrigo

A produção de móveis em novembro de 2021 registrou queda de 3,4% em relação a outubro. No comparativo com o mesmo mês de 2020, houve queda de 17,9%, a segunda maior queda da indústria brasileira. Com o novo resultado, o acumulado do ano da produção de móveis é nulo, de 0,0% comparado a 2020.

Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na média móvel trimestral, a queda da produção de móveis é de 2,4%. O acumulado dos últimos 12 meses segue com alta, de 1,3%, em relação aos 12 meses imediatamente anteriores. Dado menor que os 3,6% registrado no mês passado.

Indústria geral

Em novembro de 2021, a produção industrial nacional mostrou variação negativa de 0,2% frente ao mês de outubro (série com ajuste sazonal), somando seis meses consecutivos de queda, período em que acumulou perda de 4%. Já em relação a novembro de 2020, houve recuo de 4,4%. No ano, a indústria acumula alta de 4,7% até novembro e, em doze meses, de 5,0%.

O decréscimo (-0,2%) na atividade industrial na passagem de outubro para novembro de 2021 foi acompanhado por apenas uma das quatro das grandes categorias econômicas e pouco menos da metade (12) dos 26 ramos pesquisados.

Confira a última Móbile Fornecedores de 2021

Entre as grandes categorias econômicas, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, a de bens de capital (-3,0%), assinalou o único resultado negativo em novembro de 2021 e eliminou o avanço de 1,8% verificado em outubro último.

A evolução dos painéis de madeira no mobiliário

Por outro lado, o setor de bens de consumo duráveis (0,5%) apontou a única taxa positiva em novembro de 2021. Isto após registrar dez meses consecutivos de queda na produção, período em que acumulou recuo de 29,0%.

Já os segmentos de bens intermediários (0,0%) e de bens de consumo semi e não-duráveis (0,0%) repetiram o patamar do mês anterior. Desse modo, interromperam, respectivamente, oito e dois meses seguidos de taxas negativas, com perdas acumuladas de 5,0% e 1,5% nesses períodos.

Além da produção de móveis

“Quando olhamos para o ano anterior, os resultados ao longo de 2021 são quase sempre positivos, pois a base de comparação é baixa, já que no início da pandemia a indústria chegou a interromper suas atividades, com o ano de 2020 fechando com um recuo de 4,5%. Porém, analisando mês a mês, observamos que, das 11 informações de 2021, nove foram negativas. Ou seja, o setor industrial ainda sente muitas dificuldades, se encontrando atualmente 4,3% abaixo do patamar de produção em que estava em fevereiro de 2020”, explica o gerente da pesquisa, André Macedo.

Ele lembra que o setor ainda sofre os efeitos da pandemia mundial, que provocou o desabastecimento de alguns insumos e encareceu o custo da produção. “Além disso, a indústria sofre com os juros em alta e a demanda em baixa, impactada pela inflação elevada e a precarização das condições de emprego, já que com o rendimento mais baixo, o trabalhador consome menos”, avalia Macedo.

Guararapes inova e lança coleções de objetos de design

Coleções Astral e Vila fazem parte do lançamento que já está disponível para venda no e-commerce Casa Guararapes

Publicado em 5 de janeiro de 2022 | 10:00 |Por: Thiago Rodrigo

A Guararapes, uma das maiores fabricantes de MDF e compensados da América Latina, acaba de lançar coleções exclusivas de objetos de design produzidos com os MDFs da marca. Os produtos são confeccionados manualmente e foram desenvolvidos para serem simples, atemporais, originais e com baixo impacto produtivo.

“Nossa ideia é criar uma aproximação maior com todos os públicos, desde o arquiteto até o cliente final, e oferecer soluções funcionais que auxiliem nos projetos de decoração e interiores”, explica Jessica Hori, coordenadora de Produto e Especificação da Guararapes.

Os objetos foram pensados para diversos ambientes da casa ou escritório, com base em atributos como: multifuncionalidade, flexibilidade e modularidade. Duas coleções fazem parte deste lançamento: Astral e Vila. A coleção Astral destaca formas geométricas e minimalismo, com três conjuntos em diferentes cores de MDF.

Guararapes

O conjunto Estrelas é um kit com relógio e espelho de sobrepor, já o conjunto Planetas também possui o relógio, mas o espelho é embutido em uma moldura de MDF, e o conjunto Cometas consiste em três cabides de diferentes tamanhos para pendurar os pertences do dia a dia.

“Os produtos foram pensados para que cada cliente possa montar composições únicas ao adquirir diferentes conjuntos, escolher a cor do MDF e compor o mix de acordo com o seu estilo”, ressalta Jessica.

Produção de móveis em outubro

A coleção Vila traz uma proposta de reconexão com a casa, com objetos minimalistas que podem ser utilizados de diversas maneiras. Foram desenvolvidos três tipos de produtos, em diferentes cores de MDF, todos em formato de casa.

Com quatro modelos diferentes e seis opções de cores, os porta-objetos podem ser fixados na parede ou utilizados em cima da mesa e permitem, por exemplo, guardar materiais de escritório e até abrigar pequenos arranjos de flores.

Guararapes

Além disso, caso o cliente opte por não utilizar o porta-objetos fixado na parede, os suportes de encaixe podem ser aproveitados como cabideiros. Outra novidade é o Relógio, em três variedades de cores, e que também pode ser usado sobre a mesa ou na parede. Já o Porta-Chaves vem com um suporte metálico e seis chaveiros.

De acordo com Geruza Kaseker, analista de Marketing da Guararapes, a coleção Vila tem como referência peças delicadas que criam uma atmosfera lúdica para os ambientes. A venda dos itens da Vila será unitária, com exceção do porta-chaves, possibilitando que o público faça diferentes composições.

Os objetos estão à venda na Casa Guararapes, onde também estão disponíveis outros produtos que fazem parte do universo da marca, como mostruários de MDF e o baralho anti-covid.

Setor de árvores cultivadas tem receita bruta de R$ 116 bilhões em 2020

Relatório Anual da Ibá apresenta o forte desempenho do setor, mesmo em momento tão adverso, e bioinvestimentos de R$ 62 bilhões até 2024

Publicado em 4 de janeiro de 2022 | 10:00 |Por: Thiago Rodrigo

A Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) lança o seu Relatório Anual 2021, referente a 2020, desenvolvido em parceria com o IBRE/FGV. O relatório indica que o setor de árvores cultivadas manteve crescimento, mesmo em um momento tão desafiador com pandemia e crise econômica, mostrando que seus produtos são fundamentais e estão no dia a dia de toda a população. A receita bruta de 2020 bateu recorde novamente, saltando de R$ 97,4 bilhões para R$ 116 bilhões.

A participação nas exportações de produtos brasileiros foi de 4,8% em 2020, trazendo divisas na ordem de US$ 9,8 bilhões. Foram R$ 12,1 bilhões em tributos federais, equivalente a 0,9% da arrecadação do país. Os dados demonstram que a indústria com base nas árvores cultivadas coloca o Brasil como referência mundial em sustentabilidade, na produção de celulose, papel, embalagens, pisos e painéis, entre outros.

O setor ainda avançou na geração de emprego com 1,5 milhão de empregos diretos e indiretos em cerca de mil municípios no país onde atua. Além disso, os programas de fomento florestal, de desenvolvimento de parceiros que destinam parte de suas terras para cultivo de pinus ou eucalipto, já contemplam mais de 1,6 milhão de pequenos produtores participantes.

Guararapes capta bioinvestimentos

“Desenvolvemos projetos e ações que caminham rumo ao desenvolvimento sustentável e com o objetivo de reduzir os impactos ambientais e construir uma economia de baixo carbono. Os consumidores estão exigindo cada vez mais produtos verdes e a indústria de base florestal já vem dando suas contribuições”, disse o Embaixador José Carlos da Fonseca Jr., diretor executivo da Ibá.

Com bioinvestimentos na ordem de R$ 62,75 bilhões até 2024, para florestas, novas fábricas, expansões e ciência e tecnologia, o setor fortalece seu caminhar para uma nova economia de baixo carbono, inclusive visando ampliar sua matriz energética renovável.

O setor de árvores cultivadas tem realizado enormes contribuições. Em 2020, o setor gerou 77,4% de toda energia que foi necessária para suas operações e soma 89% da matriz de fonte renovável.

Atualmente, o setor planta 1 milhão de árvores por dia para fins industriais em 9,55 milhões de hectares. Além disso, mantém para preservação permanente (APPs), reservas legais (RLs) e reservas particulares do patrimônio Natural (RPPNs) outros 6 milhões de hectares, uma área maior do que o Estado do Rio de Janeiro.

“O futuro está nas árvores cultivadas e o setor está do lado certo da equação. A verdadeira biorrefinaria gera soluções inovadoras, sustentáveis e tecnológicas que iluminam o caminho da bioeconomia no Brasil”, explica Paulo Hartung, presidente da Ibá. O relatório completo está disponível no site da Ibá.

A evolução dos painéis de madeira no mobiliário

Painéis de madeira passaram por diversas mudanças ao longo dos anos e contam com características para aplicações especiais

Publicado em 3 de janeiro de 2022 | 10:00 |Por: Thiago Rodrigo

A madeira sempre foi o principal material aplicado para a fabricação de móveis. Ao longo dos anos em que é empregado no mobiliário das casas, se transformou até atingir a configuração encontrada atualmente de painéis de madeira reconstituída. Oriundas de madeiras de reflorestamento, os painéis de MDF e MDP, formam no presente o último nível do material.

Os painéis de madeira utilizam fibras, partículas ou lâminas de madeira natural aglutinada por resina e que sofrem o efeito de temperatura e pressão. Desde sua criação, evoluíram em qualidade propiciando maior facilidade de uso e aplicação, homogeneidade de cor, boa estabilidade dimensional, resistência físico-mecânica e redução das operações durante a produção do material.

Novas e modernas tecnologias surgiram para alcançar este nível, sendo a principal delas a fabricação do produto em prensas contínuas que reduziram o consumo de matéria-prima e de energia. “Novas tecnologias de linhas contínuas, modernos classificadores e equipamentos de última geração permitiram desenvolver painéis com qualidade superior e superfície mais homogênea para revestimentos e pintura”, destaca a gerente de marketing de construção civil da Eucatex, Andrea Krause.

Para a gerente de marketing e produtos da Duratex, Renata Braga, esta evolução também foi provocada por uma necessidade de mercado que cada vez mais exige novas tecnologias e versatilidade nas linhas de produtos. “Os novos usos e aplicações impostos pelos clientes também impulsionaram esta evolução”, frisa. Atualmente, o desenvolvimento de padrões de acabamentos trouxe novas oportunidades, pois reproduzem as características naturais da madeira e agregam valor. Além disso, há soluções com qualidades específicas como resistência à umidade, bactérias, cupim e fogo.

Entretanto, até alcançar o patamar atual, o mercado era dominado por painéis de compensado, aglomerado e madeira maciça. Esse último, também chamado de madeira de lei, é considerado um material nobre para o mobiliário, por suas possibilidades de confecção do móvel, resistência e durabilidade.

Hoje, porém, as formas irregulares de extração provocam uma escassez da matéria-prima, tornando o móvel de madeira bruta um produto caro e escasso, pouco acessível à maior parte dos consumidores – mas sem deixar de marcar presença em marcenarias e na linha de produção de algumas empresas.

O surgimento do painel de madeira reconstituída teve início com o compensado. Posteriormente, apareceram as chapas de fibras de madeira construídas pelo processo de fabricação úmido, em seguida, o aglomerado que foi aperfeiçoado para o MDP e o MDF, além do OSB.

Primeiro passo: compensado

O compensado foi o primeiro painel produzido industrialmente no mundo em 1913 – no Brasil ocorreu em 1940. É fabricado com a colagem de lâminas de madeira em camadas somada à adição de resina. As lâminas eram produzidas por meio de serras verticais circulares. Em seguida foram empregues serras fitas, e posteriormente laminadoras, que diminuíram o desperdício de madeira. Todavia, foi com o torno desfolhador que a produção em grande escala tornou-se viável e economicamente sustentável.

Claydson de Sousa Duraes, coordenador de produção da Floraplac, conta que inicialmente a madeira de Araucária, nativa do sul do país, era a matéria-prima beneficiada. “Na região amazônica a fabricação de compensado iniciou-se na década de 1960 e também se utilizavam madeiras nativas do local”, acrescenta. A Berneck, em 1956, iniciou a produção de compensados de Pinho. Hoje o compensado é produzido com madeira tropical e proveniente de florestas plantadas como o Pinus.Eucatex

Pouco investimento em tecnologia, baixa estrutura de produção e desenvolvimento de novas soluções, colocam o compensado, sob o ponto de vista do ciclo de vida, como um produto em fim de linha, com sua produção e consumo em frequente redução.

Duraes, da Floraplac, define que no mercado interno isto ocorre em decorrência da redução da oferta de madeira nativa, ações contra o desmatamento e a substituição por painéis de MDF e MDP no setor de móveis e pelo OSB na construção civil. Enquanto que no mercado externo, a retração começou a ocorrer pela queda do setor imobiliário nos estados Unidos, valorização da moeda nacional e pela concorrência dos produtos de origem chinesa.

Painéis de madeira como alternativa

A criação do aglomerado visava aproveitar os resíduos de madeira da produção de lâminas da fabricação de compensados. Surgiu na Alemanha, no início da década de 1940, porém, a falta de resina acarretou na paralisação, retomada a partir da década de 1960 com expansão de novas instalações industriais e avanços tecnológicos.

Também denominado de particleboard, a produção do aglomerado no Brasil começou em 1966, obtido em prensas estáticas com a formação de colchão dos particulados em camadas distintas. De acordo com o gerente de engenharia de processos da Berneck, José Antônio Bernardo, foi um sucesso e começou a ser amplamente empregado pelos fabricantes de móveis.Floraplac

“Sua superfície plana e facilidade de acabamento permitiram aumento de produtividade e consequente redução de custo, popularizando a aquisição de móveis pela população brasileira”, lembra. Ainda assim, o engenheiro aponta que a pouca informação de aplicação para fabricantes e usuários, gerou usos indevidos. “Especialmente no segmento de marcenaria, trouxe uma imagem ruim. No entanto, na indústria, com o desenvolvimento das ferramentas e acessórios, foi bem aceito”, diz.

Evolução na produção dos painéis de madeira

Em 1994, houve a introdução do MDF no mercado brasileiro e o início de produção em 1997. Em vista disso, Solon Cassal, considera que a entrada deste produto em solo nacional, revolucionou o mercado de móveis. “Provocou evolução do aglomerado existente, com considerável melhoria de qualidade e características técnicas”, relata.

Desta forma, por volta do ano 2000, com investimento em tecnologia o aglomerado, pode-se dizer que “evoluiu” para o MDP (Medium Density Particleboard). “É uma versão muito melhorada do aglomerado. Toda a tecnologia de fabricação do painel teve evolução no painel de MDP”, assinala José Antônio Bernardo, da Berneck.painéis de madeira

A tecnologia que Bernardo se refere é das matérias-primas (madeira e resina), dos equipamentos (prensa e encoladeiras) e dos controles do processo de fabricação “online”, como controladores de umidade, densidade dos colchões de partículas, detectores de metais, detectores de bolhas, medidores de espessura online na saída da prensa, entre outros.

Já a prensa contínua foi o principal norte de evolução. O gerente de administração de vendas da Arauco, Tom Dulei Demetrio, acrescenta que as produtoras ganharam em produtividade, principalmente com a diminuição de tempos perdidos, estabilidade do painel e qualidade. “Além disso, sempre aparecem novidades tecnológicas. É um mercado que evoluiu bastante e sempre haverá melhorias”, especula.

Solon Cassal acredita que já houve o momento de grande transformação. “Agora, por enquanto, o que temos visto são pequenas novidades que aparecem como inovações pontuais”, considera.

Opção à madeira maciça

Foi nos Estados Unidos na década de 60 que o MDF (Medium Density Fiberboard) começou a ser fabricado, sendo desenvolvido na Alemanha na década de 70 e chegando ao Brasil em 1994. Segundo o gerente comercial da Lopar, Wilmar Trindade, várias revendas começaram a colocar o MDF no mercado nacional proveniente do Chile.

Apenas em 1997, iniciou a primeira planta produtiva do produto na cidade de Agudos (SP) e sob domínio da Duratex. Desenvolvido como uma alternativa para as aplicações que utilizam madeira maciça, o MDF vingou por ser homogêneo em toda sua espessura.

Segundo Andrea Krause, da Eucatex, a produção do MDF no Brasil abriu novas oportunidades de produtos para construção civil, indústria moveleira e marcenaria. “O marceneiro passou a usar o MDF, painel mais estável que o compensado. Ambos, MDF e MDP, são amplamente usados na fabricação de móveis com excelente desempenho, o que torna a escolha feita de acordo com o projeto do produto e estratégias de marketing”, diz.Berneck

As características do MDF fazem com que seja um substituto da madeira maciça no que se refere às possibilidades de usinagem. “Muitos países usam o MDF torneado e usinado, mas no Brasil a tendência de design retilíneo não explora essas possibilidades”, observa Andrea.

Ideal para usinagens como relevo, arredondamento de bordas e peças torneadas, o MDF proporciona excelente qualidade neste processo. “Ao contrário do MDP, foi introduzido adequadamente no mercado brasileiro. Isso fez com que fosse muito bem aceito pela indústria moveleira e marcenaria, passando a ser utilizado também em partes planas dos móveis, em que se obtém melhor custo-benefício com o MDP”, analisa José Antônio Bernardo, da Berneck.

Chapa de fibra

Após o início da fabricação em 1955 até meados dos anos 90, a chapa de fibra teve ampla utilização no mercado moveleiro. Hoje em dia o produto é empregado no fundo do móvel, como gavetas, racks e dormitórios, e em outras funções como faces de portas com miolo de colmeia de papelão, divisórias e revestimento de ônibus móveis, por exemplo.

A chapa de fibra usa processo úmido. “É utilizada em inúmeros mercados devido à alta densidade do material. No mobiliário o diferencial sempre foi alta resistência mecânica principalmente para uso em dormitórios, observando que muitas vezes o fundo é estrutural. É um produto muito resistente e de espessuras finas”, explica a gerente de marketing da construção civil da Eucatex, Andrea Krause.

Desenvolvido por processo seco, o HDF (High Density Fiberboard), pode ser considerado um substituto. “Este produto, em função do seu custo-benefício, tem crescido fortemente no mercado moveleiro e de fabricação de portas”, assinala Bernardo, da Berneck.painéis de madeira

Qualidades especiais dos painéis de madeira

Além dos materiais já citados em painéis de madeira, há ainda a fabricação de painéis de madeira com características singulares como, por exemplo, mais resistentes à umidade e intempéries, resistência à bactérias e cupins e até mesmo ao fogo. Confira alguns painéis com estes diferenciais:

Arauco: o MDF Hidrófugo é ideal para cozinhas, banheiros e regiões litorâneas, sendo resistente à umidade e disponível nas opções crua e branco texturizado

Berneck: o MDF Plus tem mais proteção contra umidade e cupins. Possui coloração esverdeada por convenção internacional para este tipo de produto e pode ser encontrado na opção natural ou branca.

Duratex: o MaDeFibra Ultra garante proteção contra umidade e cupins, e conta com a versão revestida que proporciona combate à bactérias. Já o MaDeFibra Fire, de tingimento vermelho, retarda e evita a propagação de chamas

Floraplac: a empresa fabrica o MDF resistente à umidade com maior proteção ao mofo e ataque de cupinsDuratex

Evolução dos painéis de madeira

1913 – início da produção de compensado no mundo
1932 – instalação da primeira fábrica de chapas de fibra na Alemanha
1940 – compensado começa a ser fabricado no Brasil
1954 – Duratex passa a produzir chapas de fibra no Brasil
1966 – aglomerado começa a ser fabricado no Brasil pela Placas do Paraná
1967 – criação da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Aglomerada
1968 – início da produção de aglomerado pela Freudenberg, em Agudos (SP)*
1970 – Eucatex passa a produzir chapas de fibra
1970 – início da produção de MDF no mundo
1972 – início da segunda linha de produção de aglomerado pela Freudenber, em Agudos (SP)*
1975 – início de produção de OSB no mundo
1980 – nesta década a Duratex adquire fábricas de aglomerados de outros grupos**
1985 – Berneck começa a produzir aglomerado
1994 – Abima se torna Associação Brasileira da Indústria de Painéis de Madeira
1996 – Eucatex passa a fabricar aglomerado
1997 – MDF é fabricado no Brasil pela Duratex na fábrica de Agudos (SP)
1998 – Tafisa começa a fabricar MDF em Piên (PR)
2000 – ao longo desta década surge o MDP, superior ao aglomerado
2001 – Masisa passa a produzir MDF em Ponta Grossa (PR)
2001 – Placas do Paraná começa a fabricar MDF em Jaguariaíva (PR)
2002 – início da produção de OSB no Brasil
2005 – Berneck encerra fabricação de compensados
2005 – Arauco adquire instalações da Placas do Paraná
2006 – Berneck lança o MDP
2008 – Berneck inaugura fábrica de MDF
2009 – Tafisa com fábrica em Piên (PR) é comprada pela Arauco
2009 – Duratex e Satipel anunciam fusão
2010 – Eucatex começa a produzir MDF em Salto (SP)
2010 – Floraplac inicia produção de MDF no norte do Brasil
2010 – Masisa inicia fabricação de MDP
2014 – englobando toda a cadeia produtiva de árvores plantadas é criada a Indústria Brasileira de Árvores

Reportagem publicada originalmente na Móbile Fornecedores 274

* Fonte: “100 anos de história, 1989-1998”, autora Profª Maria de Rosa
** Em 1984 a Duratex assumiu o controle das unidades de madeira do Grupo Peixoto de
Castro, que operava fábricas de aglomerado em Itapetininga/SP e Gravataí/RS. Em 1988
a Duratex adquiriu a fábrica de aglomerado da Freudenberg e de sua área florestal a
CAFMA. Relevante observar que a Freudenberg produzia laminados, faqueados e
aglomerado revestido de laminado, produtos amplamente demandados pelo mercado


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